Dia de manifestação.
Que começa na estrada, antes de chegar às ruas da grande cidade.
Se razões pessoais nos impediram de fazer a viagem em autocarro, ao longo de quilómetros da A1 sentimo-nos "em manifestação" ao ultrapassar dezenas e dezenas de autocarros cheios de manifestantes, alguns (muitos mas nem todos) identificando a origem e numerados. Do Porto, vimos o nº 54... e havia mais que 54 idos do Porto, disseram-me no Marquês do Pombal.
Entretanto, nos noticiários que, hora a hora, nos dão informações ficámos a saber coisas sobre correspondência relativa ao PEC, do governo para Bruxelas, reacções do PSD, contra-reacções do PS, o congresso do CDS. Nada, nem uma palavra!, sobre a manifestação a que íamos. Bem ao contrário do que aconteceu há uma semana.
A sensação de que vivemos em dois mundos estanques: i) o dos Sócrates, dos Passos Coelhos, dos Portas e ii) o que, nas ruas, diz o que vive e suporta, e se indigna e e protesta.
A manifestação existiu, como a comunicação não pode deixar de informar, no final dos noticiários. E a manifestação foi
GRANDE.
Dela se falará!