domingo, julho 11, 2010

Reflexão lenta, curta... e talvez urgente - 54

Há relativamente pouco tempo (coisa de meses…) não era previsível que moeda única e políticas correlativas estivessem a ser discutidas (embora nós desde sempre as tenhamos discutido, mais: combatido… e votado contra aquela criação).
Não só se confrontam, nas áreas da classe dominante, posições de estrita austeridade financeira (Alemanha) e posições de urgente animação da actividade económica (EUA), como se lêem coisas de pasmar (é como quem diz…) sobre os malefícios do euro. Passou a ser consensual que, no mínimo, houve erros de concepção, por tão “a direito” se ter cortado, com cotações em valores claramente desajustados e prejudiciais para uns países (Portugal que o diga), e por se terem incluído, no “clube”, sócios “não sustentáveis” depois de tantos sacrifícios se terem exigido a esses povos para se cumprirem os critérios nominativos. E parece que há que corrigir o mal feito.
Não escandaliza que se fale de saída do euro de alguns países, que se fale em dissolução do euro. Pois se até já se pode defender sem risco (de escândalo!) que, coerentemente com o antes defendido, a saída do euro se ele não se dissolver…
A União Europeia e a canonizada moeda única terão perdido o estatuto sagrado. E chega-se a ponto de se dever considerar que, para além de haver quem, dadas as situações periféricas agravadas, afirme posições que seriam, há relativamente pouco tempo, consideradas iconoclastas, se deva prever (e prevenir) a possibilidade de a correcção vir de quem, tendo estado sempre com o euro e aquela sua criação, agora retome ou reconheça reservas antigas (mas escondidas ou silenciadas) e, com a força relativa que tem no actual quadro internacional e da União Europeia, se antecipe e possa colocar um se à manutenção da moeda única, seleccionando quantos e quais os países que nela deverão permanecer.
Não me espantaria!

4 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Bem avisados fomos!!!!!!!!!

Um beijo, camarada.

samuel disse...

É esta a altura em que aparecem os especialistas do "Como eu sempre disse..."
Quanto mais não seja, para justificar a tentação de, à moda de Esparta, atirar os mais "fracos" pela falésia abaixo.

Abraço.

Antuã disse...

Nós não temos culpa. avisámos atempadamente.

Justine disse...

Pois é, depois de casa roubada...vamos lá ver quem fica para continuar a roubar!!
Isto de ter razão "a posteriori"!