(continuação da reflexão anterior)
Se a mudança de “ambiente” do euro se refere a países, lugares e grupos ou partidos (não ao PCP que previu e preveniu), também se encontra em posições individuais, dos comentadores erigidos “sábios” em múltiplas matérias, aqueles a quem é pedida a opinião como se ela fosse neutra e definitiva, desvalorizadas até ao apagamento as responsabilidades políticas, executivas, dos opinantes nas actuais situações.
Economistas há para aí uma meia dúzia que, tendo sido ministros das finanças, governadores do Banco de Portugal, (um até secretário-geral do Partido Socialista), presidentes da Caixa Geral dos Depósitos, que são ouvidos como gente de outra (estrato)esfera, que nada tem a ver com políticas, governos, essas terrenas coisas acima das quais pairam.
Para lá de presenças recorrentes, e programas em que são residentes ou visitas habituais da casa, de vez em quando fazem… balanços. Põem as “contas em dia”! E está-se em altura de os fazer. Nunca com “mea culpa”, sequer mitigada com justificações que seriam, decerto, pertinentes… para não falar em auto-críticas, que isso não sabem o que seja.
Nestas “consultas”, quer da parte de quem é ouvidor, quer da parte de quem é ouvido, há um pressuposto: as coisas são como estão e não podem ser de outra maneira. Vivemos em capitalismo – em economia de mercado, perdão… – e só há que o aperfeiçoar. Qualquer consideração da existência de classes sociais e de uma luta entre elas, qualquer mudança real nas relações de produção está fora de questão, ou é não-questão prévia, pré-suposta, pré-conceito.
Assim tacitamente assente, as opiniões pedidas e generosamente concedidas fazem lembrar os canivetes suíços. Há um leque de respostas que se abre segundo as convenientes perguntas mas a realidade tem vindo a impor perguntas que obrigam a revelar todas as virtualidades desse instrumento multi-usos. Que, por ter tantas lâminas, saca-rolhas, limas, abre-latas, tesouras, dispensa o recurso a outros instrumentos ou opiniões.
Falar de Marx, no plano teórico, no funcionamento do capitalismo, considerar os trabalhadores mais do que fracções da produtividade e da competitividade, olhar o processo histórico para além do horizonte temporal de curto e (vá lá…) médio prazo - quer para trás quer para a frente -, tudo isso está fora do alcance das abordagens. Porque fora de alcance se quer colocar tudo isso.
Economistas há para aí uma meia dúzia que, tendo sido ministros das finanças, governadores do Banco de Portugal, (um até secretário-geral do Partido Socialista), presidentes da Caixa Geral dos Depósitos, que são ouvidos como gente de outra (estrato)esfera, que nada tem a ver com políticas, governos, essas terrenas coisas acima das quais pairam.
Para lá de presenças recorrentes, e programas em que são residentes ou visitas habituais da casa, de vez em quando fazem… balanços. Põem as “contas em dia”! E está-se em altura de os fazer. Nunca com “mea culpa”, sequer mitigada com justificações que seriam, decerto, pertinentes… para não falar em auto-críticas, que isso não sabem o que seja.
Nestas “consultas”, quer da parte de quem é ouvidor, quer da parte de quem é ouvido, há um pressuposto: as coisas são como estão e não podem ser de outra maneira. Vivemos em capitalismo – em economia de mercado, perdão… – e só há que o aperfeiçoar. Qualquer consideração da existência de classes sociais e de uma luta entre elas, qualquer mudança real nas relações de produção está fora de questão, ou é não-questão prévia, pré-suposta, pré-conceito.
Assim tacitamente assente, as opiniões pedidas e generosamente concedidas fazem lembrar os canivetes suíços. Há um leque de respostas que se abre segundo as convenientes perguntas mas a realidade tem vindo a impor perguntas que obrigam a revelar todas as virtualidades desse instrumento multi-usos. Que, por ter tantas lâminas, saca-rolhas, limas, abre-latas, tesouras, dispensa o recurso a outros instrumentos ou opiniões.
Falar de Marx, no plano teórico, no funcionamento do capitalismo, considerar os trabalhadores mais do que fracções da produtividade e da competitividade, olhar o processo histórico para além do horizonte temporal de curto e (vá lá…) médio prazo - quer para trás quer para a frente -, tudo isso está fora do alcance das abordagens. Porque fora de alcance se quer colocar tudo isso.
(continuará com uma reflexão sobre uma entrevista-a-dois)
2 comentários:
Eles têm umas palas.
Gostei da comparação com o canivete suiço.Foi mesmo exlicativa.
Mas conheço muito boa gente que, aceitando o capitalismo e alheando-se, maldizendo mesmo de outros sistemas políticos, se sente aingida e maltratada pelas consequênccias lógicas da política em que acreditam. Vamos lá perceber as pessoas!!!!!!!!!!
Um beijo.
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