Estava ocupado – e (pre)ocupado – com estas previsões todas, o seu significado real e o seu aproveitamento desinformativo, entremeadamente com outras leituras de fim-de-semana, quando tropecei na crónica periódica do Expresso-Economia de um ex-ministro de “governo socialista”, Daniel Bessa (DB). Nessa crónica, que sempre leio, o economista-financeiro também pega, naturalmente, nas “previsões” do Banco de Portugal, ilustrando a subjectividade de critérios que tenho referido.
Para DB, o busílis está nas exportações, tomando como dado inalterado - e inalterável - que o “o mercado interno estará estagnado”. Trata-se de uma premissa político-ideológica, a que acrescento que, nessa opção, estará estagnado, quer no volume quer na sua monetarização, mas não na sua composição uma vez que as desigualdades sociais tenderão a agravar-se a partir de uma situação de dispersão de rendimentos (resultante da sua dispersão, a maior da União Europeia, ao nível da dos Estados Unidos) já muito grave.
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Para DB, o busílis está nas exportações, tomando como dado inalterado - e inalterável - que o “o mercado interno estará estagnado”. Trata-se de uma premissa político-ideológica, a que acrescento que, nessa opção, estará estagnado, quer no volume quer na sua monetarização, mas não na sua composição uma vez que as desigualdades sociais tenderão a agravar-se a partir de uma situação de dispersão de rendimentos (resultante da sua dispersão, a maior da União Europeia, ao nível da dos Estados Unidos) já muito grave.
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Mas detenhamo-nos nas "exportações".
Para 2010:
- nas “previsões de verão” do BP - +5,2%;
- nas “previsões da primavera” – +3,6%;
- nas previsões do governo - +4,3%
o que me leva a “classificar”, num caso como substancial melhoria, noutro como melhoria.
Já para 2011:
- nas “previsões de verão” do BP - +3,7%;
- nas “previsões da primavera” – +3,7%;
- nas previsões do governo - +5,4%
o que me leva a "classificar", num caso como confirmação (um dos 3 casos em 32), noutro como substancial pioria.
O verdadeiramente importante é que, para se cumprirem-se estas previsões sobre "exportações", no quadro das outras, isso significaria uma crescente e desastrosa maior dependência da economia portuguesa das economias externas, com continuado menosprezo pela economia produtiva e procura interna. Com as consequências que conhecemos.
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"Não conseguimos resolver problemas
usando o mesmo tipo de pensamento que usámos
quando os criámos" (Einstein)
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