quarta-feira, julho 21, 2010

Só para lembrar...

... ou para contextualizar, como é mais bem-sonante:
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Em 25 de Abril de 1974, houve um golpe militar. Houve, sim senhor! Um golpe militar que foi um golpe de Estado mas que não foi só isso porque veio gente para as ruas e porque quem estava, há décadas, em luta clandestina continuou a sua luta que contribuira para que houvesse o golpe militar e de Estado.
Logo foi tomado o compromisso, por quem tomara o poder político, de ouvir o povo. Em eleições. No prazo de um ano. E de se constituir, por via dessas eleições, uma assembleia que adoptasse uma Constituição.
Com todas as dificuldades, umas naturais, outras forjadas e de sabotagem, cumpriu-se o compromisso.
Em 25 de Abril de 1975, foram as eleições. As mais participadas que alguma vez aconteceram em Portugal.
E em 2 de Abril de 1976 estava redigida e aprovada (por esmagadora maioria dos deputados constituintes) a Constituição da República Portuguesa.
Depois, foi o que alguns sabem e a História que hoje se conta, mal conta ou conta mal. O não cumprimento dessa Constituição por sucessivos governos, as suas revisões periódicas e desvirtuadoras.
Mas a Constituição resistiu enquanto definidora de direitos, enquanto matriz agredida mas sobreviva.
E, agora, aquelas forças políticas que nunca cumpriram a Constituição a que estavam obrigadas, como todos e cada um de nós, querem completar a sua tarefa contra-revolucionária. Constitucionalizar um golpe de Estado.
O "sistema público está a falhar"? Porque foram os direitos dos trabalhadores e das populações que criaram esta situação? Não!
O que nos trouxe a esta situação foi o não cumprimento do que era sua obrigação enquanto empossado poder político - ou foi no/durante o não cumprimento do que era sua obrigação enquanto executivos que essas forças políticas partilharam.
Agora, cozinham o golpe de Estado. Alheios a compromissos, ignorando juramentos formais. Na sombra dos gabinetes, no uso de poderes que receberam para outros fins. Sobretudo, para o fim de governarem este povo que neles delegou o poder soberano que é seu.
E, já que é só para lembrar, que todos lembremos, ou a todos seja lembrado, como era, em Portugal, a saúde, a educação, o trabalho, antes de 1974. E como, apesar de tudo, não obstante todos os olvidos, todos os atropelos, todas as violações, passámos a ter outra saúde, outra educação, outras leis no trabalho, sob uma Constituição que existia e que obrigava mesmo quando não cumprida.
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O que se está a passar é muito sério! Lembremo-lo.
1974 foi ontem.

4 comentários:

Graciete Rietsch disse...

É mesmo muito perigoso e gostava de comhecer os meandros que levam alguns partidos políticos a entrar em confronto quando noutros aspectos se entendem tão bem.

Um beijo.

Maria disse...

Esta é talvez a encruzilhada mais difícil que temos pela frente desde 1976.
Passar a palavra, esclarecer quem não entende ou não sabe, é nossa obrigação. É afinal mais uma tarefa enorme que temos nos ombros.
Mas eles não passarão!!!

Um beijo.

poesianopopular disse...

Tens toda a razão, é preciso que toda a gente, perceba estes jogos, que alguns ainda não acreditam ser possível mas...a realidade é bem visivel.
Saudoso abraço.

Antuã disse...

Agora tens coelho com óculos.