Insiste-se, hoje, na palavra poupança. Como um feitiço. Usando este recorrente recurso aos feitiços para esconder a essência das coisas.
Mas, como Marx dizia (mais ou menos, até porque o disse em alemão…), se a essência fosse igual à aparência não haveria ciência.
E a essência mostra que, no funcionamento do capitalismo, é impossível o crescimento em equilíbrio. Crescer (como andar) são desequilíbrios sucessivos, e o caminho, em capitalismo, mais que sucessivos desequilíbrios, são contradições sempre agravadas. Fautoras e frutos da crise que nas suas entranhas se engendra.
Por isso, ao feiticizar-se a poupança, não mais se faz que estar a procurar apresentar a solução aparente de problemas enquanto, no funcionamento essencial, tudo agrava os problemas.
Dado o facto de haver camadas da população que têm como seu rendimento os salários e que, por estes não serem suficientes para as necessidades emergentes – umas, artificialmente criadas (pela publicidade directa e outras formas de pressão consumista); outras, verdadeiros direitos porque resultado da história milenar –, recorreram a crédito desmesurado porque irrecusavelmente oferecido, dizer que estes estratos populacionais devem poupar, é anacrónico e é (ou deveria ser) irrisório.
Poupança foi o que (em tempos idos) não se despendeu em consumo como reserva para, ou para acautelar, consumos futuros pelo que, neste tempo em que se vivem as consequências de tudo funcionar a partir de expectativas, de antecipações de consumos, de “viaje hoje, pague depois”, de “compre agora o que queria comprar amanhã porque nós damos-lhe crédito”, virem co-responsáveis por esta “cultura” apelar à poupança é embuste, demagogia, insultuoso para quem tomou consciência deste funcionamento da economia, ou para quem dessa consciência se vá aproximando.
Agride a inteligência e faz parte da "tremenda ofensiva ideológica". Na luta de classes.
Aliás, enquanto se baixam estes rendimentos, por regateio e baixa dos salários, por aumento de impostos directos e indirectos, com dificultação do recurso ao crédito antes fácil, apelar à poupança de não tem que chegue para o consumo essencial (e pagar o que está a dever...) é como pedir, a quem vive no limiar da pobreza e já com o espectro da fome, que não gaste tanto dinheiro em comida!
Mas, como Marx dizia (mais ou menos, até porque o disse em alemão…), se a essência fosse igual à aparência não haveria ciência.
E a essência mostra que, no funcionamento do capitalismo, é impossível o crescimento em equilíbrio. Crescer (como andar) são desequilíbrios sucessivos, e o caminho, em capitalismo, mais que sucessivos desequilíbrios, são contradições sempre agravadas. Fautoras e frutos da crise que nas suas entranhas se engendra.
Por isso, ao feiticizar-se a poupança, não mais se faz que estar a procurar apresentar a solução aparente de problemas enquanto, no funcionamento essencial, tudo agrava os problemas.
Dado o facto de haver camadas da população que têm como seu rendimento os salários e que, por estes não serem suficientes para as necessidades emergentes – umas, artificialmente criadas (pela publicidade directa e outras formas de pressão consumista); outras, verdadeiros direitos porque resultado da história milenar –, recorreram a crédito desmesurado porque irrecusavelmente oferecido, dizer que estes estratos populacionais devem poupar, é anacrónico e é (ou deveria ser) irrisório.
Poupança foi o que (em tempos idos) não se despendeu em consumo como reserva para, ou para acautelar, consumos futuros pelo que, neste tempo em que se vivem as consequências de tudo funcionar a partir de expectativas, de antecipações de consumos, de “viaje hoje, pague depois”, de “compre agora o que queria comprar amanhã porque nós damos-lhe crédito”, virem co-responsáveis por esta “cultura” apelar à poupança é embuste, demagogia, insultuoso para quem tomou consciência deste funcionamento da economia, ou para quem dessa consciência se vá aproximando.
Agride a inteligência e faz parte da "tremenda ofensiva ideológica". Na luta de classes.
Aliás, enquanto se baixam estes rendimentos, por regateio e baixa dos salários, por aumento de impostos directos e indirectos, com dificultação do recurso ao crédito antes fácil, apelar à poupança de não tem que chegue para o consumo essencial (e pagar o que está a dever...) é como pedir, a quem vive no limiar da pobreza e já com o espectro da fome, que não gaste tanto dinheiro em comida!
1 comentário:
Como tu dizes o capitalismo engendra as suas próprias contradições que, mais cedo ou mais tarde, o levarão à falência. Pelo menos foi o que eu compreendi.
Mas, neste momento, apelar à poupança é quase condenar à morte a grande maioria das pessoas para quem o mês é maior que o salário, isto se ainda dispuserem de algum.
Um beijo.
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