"sabia que se estava a realizar?"
Países Não Alinhados defendem
nova ordem internacional
Os ministros das Relações Exteriores dos países Não Alinhados defenderam nesta terça (28), em Teerão, o estabelecimento de uma nova ordem política e econômica mundial e exigiram boa vontade das grandes potências para garantir a paz mundial.
Ao abrir o segmento ministerial da 16ª Cúpula do Movimento de Países Não Alinhados, os chanceleres de cerca de 80 nações, assim como vice-ministros e outros funcionários, se pronunciaram a favor de elevar o papel influente deste fórum nas políticas e na economia do planeta.
Neste sentido, sublinharam que os 118 estados membros – aos quais outros dois desejam somar-se – têm, tradicionalmente, lutado por um papel ativo no cenário internacional, apesar da pressão e interferência de potências ocidentais.
Um deputado da comissão de política exterior e segurança nacional do Majlis (parlamento iraniano) saudou a posição dos chefes de diplomacia e elogiou o sucesso dos Não Alinhados em afetar positivamente a política e a economia globais, em plena crise.
Os ministros salientaram que o objetivo do movimento, fundado em Belgrado, em 1961, é avançar em uma direção oposta à de antigas potências coloniais, especialmente dos Estados Unidos. Eles pediram que o governo norte-americano deixe de lado a seletividade e a dupla moral.
As intervenções de vários chanceleres também se centraram nas atuais questões globais, em particular no apoio incondicional à causa palestina e à condenação à política de Israel de ampliação das colônias judaicas nos territórios ocupados.
O movimento reivindicou vontade política para avançar na resolução de conflitos no Médio Oriente, em especial na criação de um Estado palestino e no fim da ocupação sionista, assim como no respeito ao direito do Irão de desenvolver tecnologia nuclear para fins civis.
A este respeito, os ministros do fórum de países em vias de desenvolvimento instaram Israel a respeitar as seis resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU e outras iniciativas pacificadoras, e reprovaram a evidente parcialidade de Washington.
Durante a análise do projeto de declaração final que os líderes deverão ratificar na quinta e sexta-feira próximas, os ministros das Relações Exteriores condenaram as medidas ilegais unilaterais de Tel Aviv, como a construção e ampliação de assentamentos nos territórios ocupados.
Também concordaram na necessidade de acabar com a violência na Síria, embora autoridades presentes no plenário tenham admitido a falta de entendimento entre delegados de nações aliadas e hostis ao governo do presidente Bashar al-Assad. Outros temas em análise são combater o imperialismo e o racismo no mundo.
O chefe da secretaria do Movimento de Países Não Alinhados, Mehdi Akhoundzadeh, sublinhou nesta segunda-feira (27), após dois dias de reuniões de altos funcionários, que foi lançada uma mensagem de paz e segurança e que se demandou um novo mundo livre de intimidação e violência.
Akhoundzadeh assinalou que "a mensagem da cúpula de Teerão é de paz, segurança, desenvolvimento, justiça, igualdade e por estabelecer um mundo sem espaço para o domínio da força, intimidação, ameaças e violações da lei", posições garantidas hoje pelos ministros das Relações Exteriores.
O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, destacou o compromisso de seu governo e do Movimento dos Países Não Alinhados com a manutenção da paz mundial, o desarmamento e a autodeterminação das nações.
Rodriguez conversou com jornalistas no Aeroporto Internacional Imam Khomeini, em Teerão, onde chegou nesta terça. O ministro cubano disse que o Irã0 assume uma grande tarefa com a realização de uma conferência dessa magnitude e descreveu a cúpula como um fato que goza de alta sensibilidade mundial.
O chanceler de Bangladesh, Dipu Moni, também elogiou a preparação do Irão para a cúpula. Moni ressatou a pertinência da agenda e dos documentos do evento, elaborados por peritos, com ênfase na paz, no desarmamento e na cooperação internacional.
Além disso, o titular de Bangladesh elogiou os esforços de Teerão para que a cúpula ressalte a necessidade de um mundo livre de armas nucleares e de destruição em massa e que respeite os direitos de todos os países à energia nuclear para fins pacíficos.
Por sua vez, o chanceler do Senegal, Badara Cissé, reconheceu a influência iraniana no mundo islâmico e na restauração da paz em escala mundial, "um prestígio que será reforçado com a celebração, em Teerão, desta cúpula".
Cissé mostrou-se esperançoso de que, durante as discussões, haja "interações efetivas" com vistas a encontrar uma solução para a crise na Síria, em um momento em que estão praticamente paralisados os esforços de paz desenvolvidos pela ONU.
Vermelho
com Prensa Latina