Tendo-me servido de Manuscritos de 1844 do jovem Marx - não para enfileirar com aqueles marxólogos que, para diminuirem a influência de Marx o seccionam em vez de procurarem encontrar a unidade dialéctica de um pensamento que não termina com a sua morte física, em 1883, mas por ter, então, 25/26 anos -, guardo, como trampolim para estas questões (de moral) a frase de que a economia política, "se bem que se dê o ar de procurar a bem-aventurança terrestre, é na realidade uma ciência moral, a mais moral das ciências".
No entanto, assim será numa asserção de "moral" diversa da que é do senso comum, que tem uma valoração... moral, ética. Até porque, como também escrevia Marx, com muita ironia, se perguntassem à Economia (da família da Política) se as suas regras de comportamento se adequavam a esse senso comum da moral, ela mandaria os interpelantes irem falar disso com as "primas", a dona Moral e a dona Religião, que ela, a Economia tinha as suas próprias regras e "essas coisas" de valorações morais eram de outras jurisdições.
Claro que as ditas "primas" corroborariam, solidárias, mostrando-se, aliás, muito disponíveis para atenuar os efeitos eventualmente perversos (moralmente...) das leis da Economia, com as suas "boas acções", a caridadezinha que lhes serve de razão de ser enquanto amparo para os desfavorecidos da Economia, ou os "vencidos da vida" que não tertúlia de escritores e intelectuais.
No entanto, há nestas formulações muitos equívocos. O primeiro - porque é o que salta para as teclas... - é que, ao falar-se de Economia (da família, ou ramo, da Política), se pode, sobretudo nos tempos de hoje, esquecer, ou intencionalmente confundir, a Economia Política com a Finança Pública que, ainda que irmãs entre si, não são gémeas e deveriam complementar-se e não substituir-se. Acresce que a Economia Política, se de alguma mana é gémea, é da Economia da Empresa, e tanto que os amadores (e beneficiários) de confusões até as querem tratadas da mesma maneira, quando são muito diferentes, e o macro-objecto da Economia Política nunca pode ser assimilado, ou mesmo assemelhado, aos micro-objectos da mana Economia da Empresa.
Por outro lado, em nome do ramo (ou da ascendência da Política), há que dizer que a Economia tem a sua moral, falando mesmo Marx, em traduções fieis, da economia política da moral. Ou seja, há uma moral da Economia Política, e esta tem uma moral que é a sua. Como definiram os seus teóricos clássicos e os neo que os continuaram. De que Marx fez a crítica, que os que se querem marxistas têm a obrigação de continuar.
Ah!, e não vale endossar para as "primas" responsabilidades que são suas, da Economia e das relações de forças sociais em que se concretiza.
Mas estas serão questões (de moral) a tratar em reflexões próximas.
Por outro lado, em nome do ramo (ou da ascendência da Política), há que dizer que a Economia tem a sua moral, falando mesmo Marx, em traduções fieis, da economia política da moral. Ou seja, há uma moral da Economia Política, e esta tem uma moral que é a sua. Como definiram os seus teóricos clássicos e os neo que os continuaram. De que Marx fez a crítica, que os que se querem marxistas têm a obrigação de continuar.
Ah!, e não vale endossar para as "primas" responsabilidades que são suas, da Economia e das relações de forças sociais em que se concretiza.
Mas estas serão questões (de moral) a tratar em reflexões próximas.
1 comentário:
A caridadezinha impede que os explorados sintam "a moral" do Marxismo.
Um beijo.
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