terça-feira, setembro 16, 2008

Materialismo histórico - 23

Retome-se o trilho.
Mas, antes de o fazermos no momento da História em que foi deixado, termine-se a reflexão suscitada pela pausa provocada por vários (e bons) motivos.Esta ilustração gráfica do materialismo histórico, com a comunidade primitiva, o esclavagismo, o feudalismo, o capitalismo como patamares de um caminho da Humanidade, exige um complemento. Além da intenção de, através do diferente tamanho dos “patamares”, dar a ideia de que há um evidente diferente dimensionamento temporal de cada modo de produção e formação social, deve acrescentar-se que a passagem a um patamar superior não representa a extinção imediata e completa dos anteriores. Em muitas zonas do mundo há situações ainda assimiláveis a comunidade primitiva, em muitas “cabeças”, ao nível da consciência social, há quem pense como se estivesse no esclavagismo, no feudalismo, no salazarismo (e a estes “estádios” desejasse voltar).
Por outro lado, as roturas, isto é, as passagens ao degrau acima, quando vistas de perto, ou melhor, quando vividas na contemporaneidade, não são momentos (históricos) simples, sem passos atrás (dois passos atrás, um passo em frente - Lenine).
Vendo à lupa a actualidade (séculos xx e xxi), poderia ser assim representado o que avançou, o que recuou e o que (é nossa convicção) se perspectiva em virtude da leitura das dinâmicas económico-político-sociais, em que o patamar mais acima (e não o último) é o do SOCIALISMO:
Então, até ao feudalismo e à troca… de que os “leitores” estarão à espera há alguns episódios.

35 comentários:

Anónimo disse...

Absolutamente espantosa em clareza e nitidez esta lição. Com estes gráficos fica tudo "clarinho como água".

Campaniça

Crixus disse...

A ideologia da classe dominante tenta fazer crer que não há alternativas ao estado de coisas actual (em qualquer momento historico) e que o respectivo modo de produção é o ultimo, mais eficaz e insubstituivel, ignorando as contradições e novas forças que se erguem e que são o germe de um modo de produção superior, que em relação ao capitalismo terá de ser o socialismo.

Obrigado pelas lições, camarada

Anónimo disse...

Grandes conflitos se esperam com as trocas, mas, aguardemos, pacientemente, porque vai valer a pena.
Obrigado camarada Professor!
Abraço

Justine disse...

Estes gráficos são fantásticos. Mas concordo no resto com a Campaniça:))

Fernando Samuel disse...

E estou em crer que esse «patamar mais acima» é o mais difícil de alcançar - porque é o único que corresponde a uma transformação radical da sociedade...

Abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

Não será o fim da História, mas sim o começo da História, depois da pré-História que é a da comunidade primitiva e da luta de classes.

Anónimo disse...

As várias fases do "desenvolvimento" humano, onde os "degraus/tempo" se vão encurtando pela dinâmica das “relações de produção?”como que um objecto num plano inclinado; (claro que temos que ter em conta o atrito, para lhe determinar- mos a aceleração visto que esta varia com os resquícios do que vem de trás?!)-Parece física –eheheheh,--- mas que tem muito de físico lá isso tem!...Na fase final (Socialismo passagem ao Comunismo) será como uma cápsula espacial quando se liberta das forças da gravidade e vão eles; a caminho do Universo .
Apeteceu-me prontos
a.ferreira

Sérgio Ribeiro disse...

E apeteceu-te muito bem.
Eu fujo é a designação de "final".
Quando a "cada um segundo as suas necessidades" não terá terminado a História.

Anónimo disse...

-Ó setôr não fuja!...porque já estamos na sociedade comunista... Ora na sociedade comunista não há para onde fugir, nem necessidade de tal! -Pois não existirá nem Estado nem todo que este implica! -Logo ninguém tem que fugir de nada... (a não ser que fuja de si mesmo; mas isso é outra história) só se for mesmo prá outro Planeta..."(eu também quero ir)" Bem agora a sério: Isso não implica que a História termine! -Muito pelo contrario tomará com certeza é outro "sentido" e a humanidade seguirá fazendo a sua história, haverá tanto, tanto... para fazer e descobrir -Por que há que recordar o tal mito Grego quanto mais conhecemos mas descobrimos que temos de conhecer-Agora como sociedade humana não vejo por onde seguir: -Adelante... como diz Fidel.
a.ferreira

cristal disse...

Muito obrigada pela clareza do esquema que ilustra muitíssimo bem a ideia dos patamares da evolução social da humanidade. Só não sei se não teria de haver também algo que ilustrasse as quedas dos patamares... (ainda que façam parte do caminho) para que a ilustração ficasse um pouco mais clara sobretudo para os cépticos e para melhorar a compreensão do nosso "agora".

Sérgio Ribeiro disse...

É exactamente isso: evitar leituras redutoras. Isto são esquemas e tendências. E há dois passos atrás, um em frente. E há riscos e perigos. Aliás, Marx é clarao: lei tendencional da baixa da taxa de juro. E as forças produtivas tendencialmente a desenvolverem-se.
... e por aqui me fico. Agora

Anónimo disse...

Se é verdade que a seguir ao capitalismo se segue o socialismo também é verdade que não se pode passar do feudalismo directamente para o capitalismo.

samuel disse...

Eu sei que não existem movimentos perfeitos nem marchas uniformes, nem... mas que irritantes são as pessoas que, quando queremos subir os patamares das nossas "escadas", estorvam, param à conversa com assuntos que não vão dar a lado nenhum, pousam sacos e obstáculos diversos no caminho dos outros... muito irritante!

Abraço

Sérgio Ribeiro disse...

Há aqui dois problemas (sou um optimista!).
Um, é o das gentes que somos e, às vezes só (nos) atrapalhamos; outro, é o da gente que somos e que, sem olhar a tempos e modas, lá faz o caminho.
Em que ritmo? Depende dos tempos e das modas, e do modo como vamos sendo, cada um de nós, gentes e agentes.
[eh!eh!... isto é: fiquei a (só)rir-me com esta]
____________________
Bolas, como é que se põe um acento entre parenteses? Escrevi acento (este: ´) e não assento (este: oo).
Bolas, este teclado está pobre.

Anónimo disse...

Chegado aqui ontem, não resisto a comentar.

O post é de uma clareza excepcional a explicar os patamares da evolução da Humanidade. O professor universitário teve de fazer um tremendo esforço para contar às criancinhas da primária, de modo a ser facilmente apreensível, a saga da Humanidade.

E se já houve patamares, é certo e seguro que continuarão a existir. Bem, até um certo ponto. Atingido o patamar do comunismo, adeus ó patamares, porque se acabou a história... perdão, se acabou a pré-história, a das lutas das classes; a história, essa, é o que virá a seguir, a da harmonia universal, onde não havendo classes nem lutas de classes se contam as confraternizações e os piqueniques com que a malta se entretem...

Nesta sua história de encantar, o douto professor esqueceu-se dum pormenorzito. Foi de dizer às criancinhas que a subida ao patamar do comunismo (ou ao pré-patamar do socialismo) é feita pela acção revolucionária do proletariado, a classe explorada pela burguesia.

Tal como as anteriores subidas de patamares foram feitas pela acção revolucionária dos escravos e dos camponeses servis. O pessoal lembra-se vagamente dos heróis revolucionários dessas intrépidas classes, que nos seus tempos também tudo produziam, mas fica bem lembrar que o proletariado só segue a tradição: os protagonistas principais da história são as classes exploradas.

A história acabou por ser madrasta.Os malandros dos escravos vitoriosos transformaram-se em malvados senhores feudais; e estes malandros transformaram-se em malandrões ainda piores, vestindo a fardola dos burgueses capitalistas.

Foi assim ou a tradição nunca foi o que o senhor professor nos quer impingir? Pessoal: toca a fazer os trabalhos de casa e a pensar um bocadinho. Depois, digam aqui a que conclusão chegaram. Está bem?

A. Fagundes

Sérgio Ribeiro disse...

Ah! Fagundes, isto é que é! É chegar aqui e mandar vir.
Foi chegar ao 23º episódio (desta série) e, sem ter lido, obviamente - para quê perder tempo? -, nenhum dos anteriores perceber tudo e tudo desmantelar. Em duas penadas. É assim mesmo.
Com "alunos" destes, que tudo sabem - logo à leitura de 1/23 avos da "matéria dada" que irá até sabe-se lá onde -, para que é que são precisos "professores" destes, que nada sabem e que, para cúmulo, assumem que pouco sabem?

Anónimo disse...

Resposta ao Fagundes,
- Sinto- me como que- muito lisonjeado por ser tratado por criancinha-.:)))..- que Fixe!-Já há tanto...tanto tempooo que ninguém me tratava tão bem...é mesmo muito porreiro! –E dá cá uma liberdade do carraças ....para poder fazer e dizer aquilo que me dá na real gana à cerca de certos espertalhões das dúzias...
-Só que aprendi que quando não estamos em nossa casa devemos ter cuidado com a língua( não é essa que essa eu trato bem mal) é a outra a língua da minha ilha/bairro que aprendi, muito bem; muito melhor que a outra: tás enxergar ou queres explicações.... ...tás com sorte... tás-tás. Ó melro!
Olha lá o sabischão da treta, MR.pon.pon por avença da Fed: O Manifesto só tem 160 anos, logo deves andar com um problema qualquer nos pirolitos!--- Vai-te tratar pá!
a.ferreira

Anónimo disse...

a.ferreirinha.

A bíblia tem milhares de anos (o antigo testamento), e a parte que nos conta a saga do cristo redentor tem quase dois mil. Queres historietas mais antigas? Também se arranjam... Já viste quantos milhões crêem nestas historietas?

És livre de acreditares nas tretas que quiseres. Há contos de fadas para todos os gostos. Para os infantes e para aqueles adultos que não passaram de infantes.

Escusas de me tratar por avençado disto ou daquilo ou por doente dos pirolitos. Não te tratei por atrasado mental (porque não sei se o és de facto ou se apenas és mais um de entre os milhões de crentes em histórias da carochinha).

Agora para si, senhor professor doutor. As novelas têm histórias simples. Basta ver um episódio para se perceber o enredo. A sua, acerca do materialismo histórico do Marx, é mais uma dessas novelas.

É que a puta da História demonstra que o materialismo histórico não se baseia na História. Mas, se a coisa não é assim, explique-nos, por favor, qual a classe social explorada que conquistou o poder e instaurou um novo modo de produção.

Não nos venha com a treta de que para tudo há uma primeira vez. Essa, não vale. Ou bem que o materialismo histórico se baseia na história ou se baseia na vontade do pessoal explorado.

Decida-se, e, depois, conte à gente. Não se acanhe. Use os conceito mais complexos para explicar a tramóia. Com esforço, a gente acaba por compreendê-lo.

A. Fagundes.

Anónimo disse...

Ja que se fala para crianças neste blog, que teal recomendar o filme de animação "O Triunfo dos Porcos"?

Anónimo disse...

Para o Fagundeszinho.

-Não gostas que te digam que és avençado da Fed – é um problema teu! mas já toleras ser um serviçal do educador da ma$$a$.– Deve ser por causa do IRS - quem sabe.
Ora vamos ao que interessa.
-Ai sim! A bíblia tem milhares de anos o antigo testamento-coitado! -Ah, eu não sabia...não sabia! -Mas olha que já li, em qualquer lado, que o novo testamento ainda é mais antigo, que o velho.
-Já o código de Código de Hamurabi, consta ou há certeza que é ainda mais antigo que tais testamentos e não é uma questão de fé; é só uma questão de o pôr em prática! - basta queres.
-É que... não gosto mesmo nada mas mesmo nada de tretas virtuais! -Cá vai um email : aafonso.sousa@sapo.pt ,para o caso de enfim; as coisa azedarem...não sei se me estas a entender? -É que tratar destas questões em casa de gente séria tornasse para mim muito aborrecido.
Sempre à tua disposição no endereço (aafonso.sousa@sapo.pt) aqui no blog, nem mais uma letra vais levar.
a.ferreira

Anónimo disse...

a.ferreira (e não a.ferreirinha, como por lapso escrevi).

Auguenta aí os cavais. Está bem? A tua carroça vai munta depressa para eu acompanhar o ritmo. Ainda por cima, guias mal. Ainda te esbarras.

Agora há uns cursos chamados "novas oportunidades". Inscreve-te. Pode ser que aprendas a compreender o que se escreve. Ao menos isso.

A.Fagundes.

Sérgio Ribeiro disse...

Ah! Fagundes, isto é que é! É chegar aqui e mandar vir.
Foi chegar ao 23º episódio (desta série) e, sem ter lido, obviamente - para quê perder tempo? -, nenhum dos anteriores, perceber tudo e tudo desmantelar. Em duas penadas. É assim mesmo.
Com "alunos" como vocência, que tudo sabem - logo à leitura de 1/23 avos da "matéria dada" que irá até sabe-se lá onde -, para que é que são precisos "professores" como eu, que nada sabem e que, para cúmulo, assumem que pouco sabem?
Repeti-me? Mais ou menos. Pode ser que à segunda, o sr. Fagundes tenha conseguido chegar ao fim do curto texto. Até por respeito pelo facto de eu o ter lido de alto a baixo. Porque lhe dou, ainda, o benefício da dúvida de (querer) perceber o que lê

Anónimo disse...

-Ó camarada desculpa mas não tenho muita paciência com estes gajos.
apetece-me ir-lhes logo ás trombas
a.ferreira

Sérgio Ribeiro disse...

Ó camarada a. ferreira, estás à vontade, a casa é tua... pois se até nela entra quem estamos a ver por aqui a circular.
Quanto ao "ir às trombas", cada um tem a sua maneira de o fazer, ou de o tentar fazer.

Cristal - obrigado pelo teu texto. Há, na verdade, um problema oftalmológico nalgumas gentes que andam curvadas muito tempo sob pesadas cangas, perdão cargas.

Anónimo disse...

-Tou com uma raiva a esse gajo que nem imaginas.
..........................................................................................................
- Por outro lado muito satisfeito já que estrebucha e se incomoda com os teus textos sobre o Materialismo Histórico.
Parabéns
a.ferreira

Anónimo disse...

a.ferreira.

Estás enganado, pá. Os textos das histórias da carochinha do professor doutor não me incomodam nada. Dão-me até um certo gozo.

É que estes senhores doutores, filhos adoptivos da classe operária, têm cá uma lábia para levar tolos como vocês, que até mete dó.

Imagina tu quem seriam os novos patrões no "socialismo" e no comunismo. Tu e mais uns quantos operários e empregados? Nem sonhes, pá.

Mas o senhor professor doutor ainda não nos explicou se o "materialismo histórico", afinal, sempre é "materialismo histórico" ou "idealismo histórico".

É que a História não confirma essa historieta do "materialismo histórico". Nem os sacanas dos escravos foram a classe social que acabou com a escravatura, nem os camponeses servis foram a classe social que acabou com a servidão. Por que raio, de acordo com a História, haveriam de ser os assalariados a acabar com o salariato?

Bem... por um acto de vontade, por um legítimo sentimento de revolta contra a exploração, em nome de um ideal. Neste caso estamos perante um "idealismo histórico". Aqui chegados, vemos que o tão glosado "materialismo histórico", além de não ser comprovado pela História, para se realizar no caso actual teria de passar a ser um "idealismo histórico".

Percebeste agora, a.ferreira? Se for necessário meter explicador, pede ao professor doutor para te trocar isto por miúdos.

a.ferreira. Contém-te. Não destiles tanta raiva contra quem levanta estas questões. Volta a tua raiva contra estes doutores que te enganam com uma grande pintarola.

Depois, tem calma. Não sonhes acordado. Às tantas, sonhas que estás a ir às trombas a alguém e, afinal, estás a levar nas trombas. Estás a compreender?

Professor doutor. Então, quando é que desvenda este enredo do "materialismo histórico" desmentido pela História? Perdeu a lábia?

A.Fagundes.

Anónimo disse...

" Depois, tem calma. Não sonhes acordado. Às tantas, sonhas que estás a ir às trombas a alguém e, afinal, estás a levar nas trombas. Estás a compreender?"
-Para qualquer assunto sobre o acima mencionado, tratar no endereço - aafonso.sousa@sapo.pt- tal como lhe foi proposto.

Anónimo disse...

Este Ferreirinha é um verdadeiro 'democrata' de trombas eheheheh.

Azedumes

Sérgio Ribeiro disse...

É com verdadeira pena que encerro o diálogo com o sr. A. Fagundes (será quem estou a pensar e de quem tenho uma interessante estatueta aqui em casa, comprada em Braga?).
Ao abrir esta série, tinha - e tenho - a intenção de discutir ideias e apresentar uma interpretação da História, que nunca apresentei como dogma, que estou sempre a confrontar com o que leio e vivo. Ele, com um preconceito desmesurado de que bem conheço outras manifestações, veio, autosuficiente a partir de uma palavra, de um texo, de um gráfico, ou de coisa nenhuma, investir contra aquilo que o deve atormentar. Talvez por exorcismo.
O a. ferreira reagiu à sua maneira, e agradeço-lhe.
Mas eu encerrei este incidente... porque quero, tranquilamente, continuar a estudar e a reflectir, com quem me quiser acompanhar, sobre esta interpretação da História, sempre em elaboração, a que damos o nome de materialismo histórico. O que exige trabalho, estudo, espírito crítico, e recusa de diversões espúrias.
E nem sequer afloro o acinte da designação de "histórias da carochinha" e do tratamento irónico/insultuoso por "professor universitário", "professor doutor" (será algum trauma ou frustração?) e etc., títulos de que me não arrogo e a que tenho direito por trabalho e méritos mas que nunca uso e de que não me vanglorio.

Anónimo disse...

Xô professor doutor. É assim tratado apenas para ilustrar que é doutor em teologia, não em ciência.

Compreendo as suas angústias. Voscência perdeu a lábia.

Aconselho-o a estudar, para que não continue a designar por "materialismo histórico" o mais descabelado "idealismo histórico". E para não continuar a enganar as criancinhas com historietas de encantar.

É que essa coisa de dizer que a História ocorre independente da vontade dos homens e, depois, para que o proletariado possa ser apresentado como sendo a futura classe dirigente, atribuir a História à vontade dos homens é de arromba.

Não fica bem a um professor universitário andar a propagar semelhantes baboseiras. Ficava-lhe bem questionar com espírito crítico tais atoardas. E, se não se achasse à altura, sempre poderia invocar como base da sua crença a fé. Mas não apresentar a fé, legítima, como suposta razão.

Nunca um charlatão foi tão louvado, como o tem sido o Marx. Nunca os que louvam charlatães desempenharam papéis tão ridículos, como têm desempenhado os marxistas.

A.Fagundes (esse mesmo, o de Braga).

Sérgio Ribeiro disse...

Exmo. Senhor Fagundes,
a minha vontade (visceral, cá das entranhas) era mandá-lo a um sítio a que me está a apetecer mandá-lo. Mas não o faço. Você não merece que o mandem onde quer que seja. Você vai pelo seu pé e de livre vontade.
Este seu texto é do mais ofensivo que tenho lido. Não porque seja assim aceite pelo destinatário (este), mas porque tem a intenção de o ser.
Você decidiu que eu sou doutorado em teologia e eu não teria mais que o aceitar. Porque você assim o decidiu, e todos têm que aceitar o que você decidir. Esclareço-o que sou doutorado em economia, com distinção e louvor, por um juri de 5 professores, em que apenas 1 (catedrático belga da Universidade Livre de Bruxelas) se assumia como marxista, e os outros não o eram, assumidamente, como 2 tiveram o cuidado de o afirmar claramente em declaração de voto sem prejuizo da unanimidade.
O seu texto é um escarro, como o ilustra o apodo de charlatão a Karl Marx. Que você, do alto da Sé de Braga, assim catalogou e, pronto, fica arquivado...
Entre fé e razão, você escolheu o caminho certo para si, que é o do zigue-zague. Que tenha bom proveito e faça bons passeios.
Não terei nenhum gosto em o ver por este meu canto, mas também não lhe fecharei a porta. Ignorá-lo-ei. Passeie-se, e até pode ver que aquela estatueta de sua autoria não mudará de lugar, embora procure, quando a vir, não me lembrar do autor.
Passe bem e veja se consegue ser menos ridículo na sua doentia obsessão e sectarismo!

Anónimo disse...

Ai! Xô tor, que lá caiu o Carmo e a Trindade!

Apodar de charlatão o Marx! Crime, blasfémia!

A sua reacção é a de teólogo quando vê apodados de contadores de estórias os profetas e ridicularizado o seu deus.

Então que queria voscência que dissesse de tal profeta que para além de ter apontado as características do capitalismo disse tamanhas barbaridades?

Ah! mas quanto ridículos são os marxistas, que mais não sabem do que repetir as patranhas do mestre. Ou não as compreenderam, e daí as dificuldades em criticá-las, mostrando as suas dificuldades intelectuais, ou, se as compreenderam, comportam-se como autênticos vigaristas, não passando de clérigos divulgando a charlatanice.

E, xô tor, voscência que é doutorado em economia, como teve a delicadeza de nos recordar, percebeu ao menos a teoria do valor das mercadorias formulada pelo charlatão? E que me diz dela? Uma pérola, não?

A.Fagundes.

miguel disse...

como é que vocês têm pachorra para este tipo de iluminados? eu cá já me prostrei diante do meu monitor, perante o impacto que tão sábias palavras provocaram em mim. quase parecem as de um esquerdista recuperado e abençoado, agora, pelos ventos de uma qualquer divindade moderna. o senhor será assim tão cego que não enxerga que as classes se vão suplantando umas às outras no processo histórico?
ora vamos lá ver: o facto de a burguesia ter assumido o papel de classe dominante depois do feudalismo e não terem sido os camponeses ou outros quaisquer miseráveis, faz com que o conflito entre aristocracia e burguesia não tenha como matriz a luta de classe?

além disso, sr. fagundes, ficava-lhe bem ter tino na língua que é muito bonito vir para aqui escondido atrás de quilómetros de distância tantar insultar e ofender com palavreado da sarjeta. já frente a frente, me restam dúvidas sobre a dimensão dessa coragem de internauta.

Anónimo disse...

Não tenhas dúvidas, Pedras Contra Canhões...tenho patrulhado o email e népia.
a.ferreira

Anónimo disse...

pedras contra canhões.

Não era minha intenção inicial responder aos comentadores, mas aos posts e comentários do xô tôr autor do blog. Como o autor parece ter perdido a lábia, sendo substituído por defensores analfabrutos, aceitando o seu aplauso e incentivando-os, cá vão umas dicas para os coitados.

Ontem à noite tinha escrito uma resposta ao teu fecundo comentário, pedras contra canhões. A ligação caiu e por essa razão não ficou cá postado. Foi pena, porque até eu próprio o achava interessante. Nem imaginas quanto me ri ao escrevê-lo. Tentei escrevinhar este outro, à parte, não fosse idêntico percalço dar-lhe semelhante destino, mas já sem a inspiração com que escrevera o anterior. Enfim, é o que se pode arranjar.

“o senhor será assim tão cego que não enxerga que as classes se vão suplantando umas às outras no processo histórico?”.

Não chego a tanto, e também vou um pouco mais além, onde tu parece não conseguires chegar. A vida é lutas de classes, e umas classes vão-se sucedendo a outras na direcção da sociedade, parece ser aonde tu, os teus camaradas e o teu partido conseguem chegar. Por ser uma evidência, não é isso que está em causa. O que verdadeiramente interessa saber é por que carga de água seria o proletariado o necessário sucessor da burguesia na direcção da sociedade. Topas? É que, como dizia o Lenine, para se ser comunista não basta reconhecer a existência das lutas das classes; isso até o mais reles social-democrata moderno aceita; é necessário defender a ditadura do proletariado. Neste momento, vocês já estão apenas no reconhecimento da existência das lutas das classes. Já te apercebeste ou a vida não te tem deixado tempo e pachorra para isso?

A História tem mostrado que as classes que se vão sucedendo na direcção da sociedade são classes exploradoras. Nem os escravos, nem os servos, as classes exploradas doutras épocas, foram as classes que ascenderam ao poder. E se houve lutas entre escravos e senhores e entre servos e nobres, oh se houve! Só que ao lado destas houve também muitas outras lutas, como por exemplo as de senhores da guerra contra senhores de escravos e as de burgueses contra senhores da guerra. Estás a topar? E os sacanas que se foram sucedendo no poleiro nunca foram os pobres coitados dos explorados e oprimidos doutros tempos, mas precisamente outros candidatos a exploradores e opressores. Espero que estejas acompanhando.

Depois, vem o mais interessante. O marxismo apresenta o seu “materialismo histórico” como uma teria científica da História. Esta suposta teoria científica da História apresenta as lutas das classes como o motor da evolução social, e para isso ilustra-a com as passadas lutas das classes. O seu objectivo, porém, não é explicar a História, mas o futuro por acontecer. Estás a topar? E então, sem qualquer respeito pela verdade histórica, trata de usar as lutas das classes, a tal evidência que entra pelos olhos dentro, como justificação para a pretensa futura ascensão duma classe social explorada e oprimida, o proletariado, à condição de classe dirigente da sociedade. Estás a topar o drible? As lutas das classes existem; as classes que se vão sucedendo na direcção da sociedade são novas classes emergentes e não as antigas classes exploradas; com base nestes dois factos, a próxima classe dirigente não será uma nova classe emergente, mas a actual classe explorada e oprimida. Que achas deste passe de mágica, hem? É melhor do que tirar coelhos da cartola, não é?

Mas, então, não é legítimo desejar coisas, sonhar? Claro que é! Não é legítimo desejar acabar com a exploração e a opressão? Então, não é? Claro que é! Só não é legítimo apresentar os desejos, os sonhos e até os produtos da vontade e da fé como coisa científica, materialista e independente da vontade dos homens. Estás a topar ou a coisa é muito difícil? Todos arranjamos ilusões na vida, mas nada mais ilusório do que confundir as nossas ilusões com a puta da realidade.

Uma observação. Tu e o teu camarada a.ferreira, aplaudidos pelo xô tôr autor do blog, manifestam uma desmesurada intolerância para com as ideias alheias. À falta de argumentos, coitados, tratam de reduzir os argumentos dos outros à reles condição de ofensas e de insultos, partindo depois para a ameaça, velada ou explícita, do “se te apanho faço e acontece”, “cara a cara não terias coragem”, etc. Tão corajosos que vocês são a escreverem estas bojardas. Tremo de medo só de vos ler. Já pensaram em usar um pouco os neurónios em vez da força bruta? Se é que têm força bruta, porque neurónios, já deu para ver, não têm. Vocês mostram ser, além de analfabetos políticos, uns autênticos analfabrutos. E é rebanhos de analfabrutos que o xô tôr e outros xô tôres desejam governar. É esse o seu comunismo.

António Fagundes, um criado às vossas ordens para vos explicar qualquer coisinha que tenha ficado menos explícita.