segunda-feira, dezembro 01, 2008

Um gesto, uma palavra

Regresso do Congresso.
Dele quero falar, deixar aqui um ou dois apontamentos, uma ou duas fotografias. E sinto-me incapaz de o fazer sem, antes, uma muito singela homenagem de amigo, um querido gesto de solidariedade.
Para uns de nós, para uma família, o Congresso foi – também – um momento de indizível dor porque foi ali que a mãe e avó de quem estava com ela, a mulher e sogra de quem, a poucos metros, acompanhava como delegados, perdeu a vida, deixou para sempre o seu convívio; para outros de nós, entre os quais me conto, sentimos o choque brutal, quisemos ter o gesto que tudo mostrasse, a palavra que tudo dissesse, da amizade, da solidariedade, e nada fomos capazes de fazer, de dizer. Porque nada havia para fazer, porque nada havia para dizer! Só o quieto gesto, só a calada palavra.
Na véspera, tínhamos almoçado todos, em grupo ligado aos blogs, e calhara vir à conversa uma história linda, de um amor de quarenta anos, começado de maneira dramática, na guerra colonial. E como nos enternecêramos a ver, no outro canto da mesa, os protagonistas da linda história de amor, contada por um filho desse amor, enquanto brincávamos com uma neta, ficámos chocados, brutalizados, com a terrível tragédia daquela manhã do segundo dia em que todos estavam, em que todos estávamos. Amigos. Camaradas. Em que perdemos uma.

9 comentários:

Maria disse...

Ficou por ser dita a palavra porque a voz se engasgou.
Ficou por dar o abraço que só se sentiu, tal a brutalidade e o choque.
Paralisados ficámos.
E nada mais consigo escrever, porque a água que me turva os olhos não deixa.

Abraços apertados a todos nós

samuel disse...

Fica o abraço certo a todos quantos ficaram feridos neste choque brutal.

Fernando Samuel disse...

Aqui fica o meu abraço muito, muito solidário para todos os nossos amigos e camaradas.

João Filipe Rodrigues disse...

Um sentido abraço e muita força, foi apenas o que consegui transmitir.

GR disse...

Foram momentos de dor e total impotência, uma paralisia total. Depois, uma mágoa desordenada de quem está ali inerte e não volta, de quem está ali…!
As horas passam, os dias surgem, a dor, a confusão é intensa, a incompreensão cresce. Dói ver uma Amiga e camarada de muitos anos partir.
Neste grande Congresso vi e senti uma forte onda de solidariedade, de uma dimensão que a todos comoveu, aquecendo como um forte e doce abraço, os camaradas enlutados.
Sérgio,
Ajudaste com as tuas palavras solidárias a superar a dor, sei que eles estão muito gratos.

GR

Justine disse...

O abraço solidário e dorido para os amigos com quem, em alegria, almoçei no sábado, longe da dor que surgiria, inesperada e brutal, no dia seguinte.A vida na sua faceta implacável.

Anónimo disse...

envio também um abraço inundado de força aos camaradas e amigos que mais sofrem... não tenho mais palavras perante a emoção atroz que senti

Anónimo disse...

imenso e sentido abraço!
vovó Maria

Anónimo disse...

Um forte e sentido abraço,aos camaradas amigos!