terça-feira, fevereiro 02, 2010

Hoje, não se fia...

Amanhã, há Conselho de Estado. O que, supostamente, é importante. Mas mais parece vir a ser um acto, ou um episódio, nesta comédia ou ópera bufa que se entretece para nos entreter. Ou em triste ser.
Tenho o sentimento que a “recuperação” do susto da “crise” deu nisto. Em mais autismo, mais curto prazo, mais desumanidade (veja-se como se fala - se se fala - dos trabalhadores e do desemprego, da pobreza, dos Haitis de lá e daqui), maior perigo nas ilusões que se criam e alimentam.
Passou-se do “espectro” de Marx, e da procura de textos seus, à falaciosaressurreição” de Keynes, como de um “pronto-socorro”, e desta ao voltar tudo à mesma.
Reforçou-se o Estado ao serviço das instâncias financeiras nacionais ou supranacionais; o primado para a imagem e a acção da comunicação social (dos seus detentores) na sua criação e manutenção, salpicados de “casos”; a chusma de criminosos em batalhas jurídicas, em que só os poderosos podem batalhar, recorrendo, adiando, tripudiando.
Tudo isto agride. E não tenho pejo em dizer que agride pessoalmente. Porque é um atentado à inteligência e à cultura e à cidadania de cada um.
Aí estão os mesmos a dizerem o mesmo, com a mesma arrogância, agora acrescida por… terem saído ilesos e (aparentemente) mais fortes da “crise”. Pequenos maquiáveis “de trazer por casa”.
Há que lhes dar luta. Têm os pezinhos de barro.

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Pois! Toda a politiquice nojenta dos nossos governantes, adjuntos,assessores,apoiantes...é um insulto à inteligência. Mas como é possível que a maioria da população não consiga acordar? É a televisão, é a mentira, é o medo, é a religião? Não sei. Só sei que a maioria do povo que sofre parece encontrar-se adormecido e conformado.
É um desespero mas não se pode desistir.
Um beijo.

Ricardo disse...

Acabei de te enviar uma mensagem e curiosamente ainda não tinha vindo visitar-te.
Pois é! Os discursos e o artigos de jornal que se foram fazendo sobre a crise e sobre a falência do capitalismo ou do neo-liberalismo (consoante a aparente consciencialização de classe dos seus autores) parece a reprodução maquiavélica da retórica ao serviço dos supremos interesses da manutenção do poder, da exploração e opressão.

Mas (in)felizmente (para eles) por cá cá andam uns quantos (apesar de ainda em número ainda insuficiente, somos muitos) para lhes fazer frente e acordar consciências:
Proltários de todos os países uni-vos!

Abraço amigo e camarada