terça-feira, fevereiro 02, 2010

O CMP e a OTAN - 4

Depois de se ter "defendido o Ocidente" apoiando o Estado fascista e a “sua” guerra colonial, com o desaparecimento do Pacto de Varsóvia, a NATO, em cabal confirmação da mentira do primeiro conceito estratégico, de natureza defensivo e para se opor á “ameaça comunista”, entrou numa outra fase, em que o recurso à ingerência se tornou sistemático, não já com o pretexto da ameaça mas pela natureza intrínseca do capitalismo em etapa imperialista, pelo militarismo e armamentismo da administração dos EUA ao serviço do complexo industrial-militar. Foi preciso, como se disse em determinada altura, «um inimigo». E foi criado o conceito estratégico do “controlo das crises”, do aproveitamento das rivalidades étnicas, das intervenções humanitárias, da resposta ao terrorismo, de defesa dos “direitos humanos” arrolados e avaliados num pensamento único.

A aproximar-se do termo do tempo de intevenção, o meu testemunho na comemoração dos 60 anos do Conselho Mundial da Paz continuava assim:

« (…) Muito mais se fez, no plano da chamada opinião pública. Durante as Assembleia e Conferência, houve um programa diário, em directo de Bruxelas, para a Rádio Renascença e, com base nesse material, editou-se um disco Mesa Redonda - Segurança e Cooperação Europeias, que não vacilo em considerar histórico, embora com a certeza de que a História já o esqueceu… porque nunca o lembrou.
Como último telegrama antes de Abril de 1974, uma referência ao
Congresso Mundial da Forças de Paz de 1973, em Moscovo, com uma larga delegação portuguesa (clandestina…) e o episódio inesquecível do encontro com os militantes da Paz (e, também, guerrilheiros...) de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, presentes no Congresso.
Depois de Abril abriu-se em Portugal uma nova era no movimento pela Paz, a assinatura do acordo de Helsínquia deveria ter tido grande significado para o Portugal novo, e a formalização do CPPC em 1976 foi acto relevante. (…)»

(continua… para concluir)

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Estou à espera da conclusão porque me tem interessado muito o que li além de ter aprendido bastante.
Abraços.

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, camarada Graciete, pelo estímulo. Vou terminar... porque só tinha 7 minutos!

Abraços