terça-feira, abril 10, 2012

O MANDA-CHUVA - 16 (último)

Esta será a última "estação" desta viagem por recordações. De lutas queridas e empenhadas. Com episódios que sabem bem lembrar.
Foi uma edição de 11 mil exemplares (5.000 + 6.000!). Distribuídos através de uma rede de ficheiros, e de amigos que a tal se dedicaram. Chegou a ser quase surpresa/quase comovente.
O Manda-Chuva não se pode apagar! Em nós, não se apagará.... 
O inspector da PIDE mandou agentes irem buscar-nos, a nós como se fossemos o "manda-chuva" do O Manda-Chuva, mostrou toda a sua irritação por a PIDE não ter conseguido apreender mais que uma dúzia de exemplares, enquanto lhe respondiamos com o interesse de uma empresa comercial que "conseguira vender mais de 10 mil exemplares"!
Algumas referências e frases citadas provocaram claras ameaças, mas também havia a quase certeza que pouco poderiam fazer naquele caso. Apenas o reforço da ameaça-aviso se a Prelo repetisse a "graça": "não se metam noutra!"
Por isso, tal não foi feito. Também porque nunca estivera nas intenções. E aquele dia passado na sede da PIDE nem foi dos que tenham deixado más recordações, embora entrar e estar naquele antro nunca pudesse ser indiferente e fosse sempre desagradável.

A última página trazia um pequeno artigo, com o tíulo ANO MORTO, ANO POSTO  com que se fechava a publicação. No mesmo tom e registo das 15 páginas anteriores, assim começava e acabava.


(. . . )




















Saudades matadas,
projectos (re)nascidos

3 comentários:

samuel disse...

Bem precisamos que nasça, outra vez, algo assim, feito no suporte que for o mais adequado para os nossos tempos... mas que chegue a muita, muita gente.

É um jornal? É um blog? Uma estação de rádio? O renascer dos "cantos livres", em grande número e por todo o lado, acompanhados de pequenas sessões de esclarecimento para lá das canções e da poesia?

Não sei.

Abraço.

Olinda disse...

Claro que havia muito subentendido nas entrelinhas.A-de-triste-memória,sabia-o bem.Mesmo assim,havia bastantes publicações,de conteúdo revolucionário,apesar das grandes adversidades de então.


Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Acho que o trabalho de esclarecimento feito rua a rua com distribbuição de comunicados. por exemplo, é bem capaz de resultar um pouco, porque eu tenho verificado que as pessoas são recetivas.

Um beijo.