Visito o sr. A. entre todos os meses e meio e os dois meses, e muito conversamos enquanto ele, profissionalmente, me vai cortando o cabelo e aparando a barba. Como é próprio de quem está a fazer o seu ofício e de quem se liberta do que estará a mais (uma vez que a calvície não me atacou...).
São conversas no barbeiro. Que talvez melhor lhe chamasse - sofisticadamente ... - audições de opinião pública, uma opinião pública pessoal e intransmissível!

Regresso, sempre, mais leve de pêlo mas, quase sempre, mais pesado de preocupações. Até porque aquilo não é bem uma conversa, mas mais um monólogo em que quase só respondo ao que mais provocador (amigavelmente) me parece, e me obriga a obrigar a parar as tesouradas para dar respostas ao que não pode ficar sem resposta.
Depois, já quando fazemos contas, ainda continuamos a (então) conversa, e faço balanço e procuro esclarecer o que me considero mais urgente e indispensável dar troco.
Hoje, foi mais ou menos assim, e não foi de todo desesperante- O sr. A. terminou a dizer "Tenho que lhe dar razão nalgumas coisas que diz... mas olhe que eu também tenho razão em muito das coisas que lhe digo...".
Resolvi acabar em tom de brincadeira amiga: "Também acho... o sr. A. tem sobretudo razão quando diz que eu tenho razão nessas coisas que digo!"
Daqui a 6/7 semanas faremos o "ponto da situação"...
2 comentários:
os jornais, rádios e televisões deixam as suas marcas.
Bom fim de conversa, camarada Sérgio. Mas a verdade é que a informação de que dispomos é muito culpada da opinião do Povo Português.
Um beijo.
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