É verdade que o tempo, a partir de certa idade, se mede não em dias, semanas, meses ou anos, mas em décadas, embora possa parecer um exagero começar a medi-lo em meios séculos...
No dia 3 de Outubro de 1961, no canto inferior direito da página um do Diário de Lisboa, uma pequena notícia
informava, devidamente visada pela Comisão de Censura, que as eleições para a Assembleia Nacional tinham sido marcadas para 12 de Novembro.
No ano em que começara a guerra colonial, a mesma primeira página dava destaque à visita do Ministro do Ultramar a Moeda e Porto Amélia em Angola e, ainda com maior relevo, à posssibilidade de ter havido um encontro entre De Gaulle e Ben Kheda para a independência da Argélia (o que o massacre de 17 de Outubro viria a desmentir, e levaria ao começo da guerra da Argélia... mas dessa efeméride se falará - talvez...- oportunamente).
Nesse final de ano tão decisivo, muita coisa decisiva iria acontecer em Portugal, a juntar ao que já tinha sucedido ao longo do ano.
Será "vocação" dos começos de década... mas há que manter sempre viva a lembrança de que o que acontece nas décadas de que somos contemporâneos apenas continuam e antecedem as outras décadas, séculos, milénios.
Sempre atentos a essa relativização, sobre essas eleições de 1961 há muito para contar...
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