Há sempre uma ilha a que queremos chegar. Talvez porque ilha somos.
Seja - ou foi - por mar, ou - como agora é mais - pelo ar. Voando, imitando os pássaros.
Sempre com tanto para aprender.
Já fui ilha. E ontem visitei o lugar onde o fui.
Aljube
Maio-Setembro dde 1963
Aqui, estive há 48 anos
Aqui, vivi dias e meses que foram séculos
Dias de “curros”, em 1,10x1,70,
com asma, pó e palha
com asma, pó e palha
De aqui, partia para os interrogatórios e a tortura
(“prepare-se para ir à polícia"!)
(“prepare-se para ir à polícia"!)
Aqui, voltava para a espera
Aqui, não me perdi e aqui me encontrei
Aqui, não fui o que queria ter sido
Aqui, fui o que sou… e não me queixo
De aqui, levaram-me para Caxias
Para continuar a ser o que sou
Uma não-ilha
(mas também-ilha)
Para continuar a ser o que sou
Uma não-ilha
(mas também-ilha)
4 comentários:
Ontem no (4º Aniversário) fomos um grande continente, sem limites de espaço para a confraternização cheia de Amizade, com tantas palavras de saber e muita vontade. Senti(mos) a tua falta.
Bonito poema e sentimos orgulho de seres o que és e como és.
GD BJ,
GR
Um forte abraço de respeito e solidariedade,
mário
Como é que um tema destes pode dar um post assim...
Abraço.
Um abraço muito forte.
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