domingo, outubro 09, 2011

Chegados à Ilha - mas não (ainda) a Chipre-3

Há sempre uma ilha a que queremos chegar. Talvez porque ilha somos.
Seja - ou foi - por mar, ou - como agora é mais - pelo ar. Voando, imitando os pássaros.
Sempre com tanto para aprender.
Já fui ilha. E ontem visitei o lugar onde o fui.

Aljube
Maio-Setembro dde 1963

Aqui, estive há 48 anos

Aqui, vivi dias e meses que foram séculos

Dias de “curros”, em 1,10x1,70,
com asma, pó e palha

De aqui, partia para os interrogatórios e a tortura
 (“prepare-se para ir à polícia"!)

Aqui, voltava para a espera

Aqui, não me perdi e aqui me encontrei

Aqui, não fui o que queria ter sido

Aqui, fui o que sou… e não me queixo

De aqui, levaram-me para Caxias

Para continuar a ser o que sou

Uma não-ilha
(mas também-ilha) 

4 comentários:

GR disse...

Ontem no (4º Aniversário) fomos um grande continente, sem limites de espaço para a confraternização cheia de Amizade, com tantas palavras de saber e muita vontade. Senti(mos) a tua falta.
Bonito poema e sentimos orgulho de seres o que és e como és.

GD BJ,

GR

trepadeira disse...

Um forte abraço de respeito e solidariedade,
mário

samuel disse...

Como é que um tema destes pode dar um post assim...

Abraço.

Maria disse...

Um abraço muito forte.