- Não percebi nada daquilo de Timor?
- Pois é… só metendo explicador!
- Ajuda-me…
- Vou tentar… com um suponhamos.
Então é assim, suponhamos que em 2009, a nível nacional, se repetiam os resultados para a Câmara de Lisboa:
- Pois é… só metendo explicador!
- Ajuda-me…
- Vou tentar… com um suponhamos.
Então é assim, suponhamos que em 2009, a nível nacional, se repetiam os resultados para a Câmara de Lisboa:
- 35% de mandatos para a lista do PS
- 20% para uma lista “dissidente” do PSD
18% para a lista do PSD
10% para a lista da CDU
9% para uma lista de cidadãos “independentes”
5% para a lista do BE
3% para a lista do PP
tendo ficado sem eleitos, isto é, sem mandatos, 6% dos votos distribuídos por várias outras listas…
- … em Lisboa não foi bem assim…
- Foi mais ou menos (se reparares 6 vereadores em 17 é 35% e não 29% como foi a percentagem de votos no PS). Aliás, isto é para arredondar, e tem a ver com o facto da distribuição dos mandatos, no caso das legislativas não só não coincide com a da votação mas é distorcida pela implantação distrital… De qualquer modo, isto é só um suponhamos.
- Continua, continua…
- Depois de consultas, negociações e outras manigâncias e manipulações com promessas de distribuição de ministérios e de outras prebendas, suponhamos que o PR, o inefável Cavaco Silva, tomava a decisão de encarregar da formação do governo o presidente do PSD, sabendo que este teria o apoio dos seus dissidentes (ou dissid’antes), dos cidadãos eleitos na lista dos “cidadãos” ("independentes" e chateados com o PS por não os terem metido nas suas listas, assim regressando alguns à “casa de partida” com uma secretaria de Estado ou mais) e do em vias de desmascaramento total BE, desta forma alcandorado ao desejado estatuto de oposição por dentro… de um ministério (ou mais).
- 'Tou a ver..
- Pois ‘tás… e pega na máquina de calcular: 20+18+9+5 igual a 52% de mandatos e 46+41+20+12 deputados igual a 119 em 230 deputados... isto é, maioria absoluta e ainda com os 3% e 7 deputados do PP de reserva.
- E assim o PS, com mais votos, clara maioria relativa e larga maioria relativa de deputados (81!, seguido de 46 do PSD a quem se atribuía a formação do executivo) ficava fora do governo da nação.
- Claro…
- Pois é… e os 20 deputados do PCP e mais os 3 dos Verdes eleitos na CDU, e representando 10% dos mandatos não contam?
- Ah! isso representaria outra enorme vantagem desta “solução democrática”: não ser preciso contar, para a solução institucional, nem com os comunistas nem com os "verdes", não obstante a sua real implantação na vida social portuguesa.
- Coisas da democracia ocidental…
-… burguesa, burguesa…
- Dizes bem…
- Pois é… até porque também é oriental… e não nos esqueçamos de Timor que era o começo da conversa.
- Tens razão… mas é fácil: é só mudar alguns nomes e designações. Experimenta: vê lá onde hás-de pôr Ramos Horta, Xanana Gusmão, Fretilin.
- Não há-de ser difícil…
- E acrescenta petróleo e Indonésia e Austrália... EUA não vale a pena acrescentar porque esses estão em todo o lado.
- ‘Tá feito.
- ‘Tamos mas é feitos!
(ajudado, ou inspirado…, pelo Imaginemos do Henrique Custódio no Avante! de ontem)
- … em Lisboa não foi bem assim…
- Foi mais ou menos (se reparares 6 vereadores em 17 é 35% e não 29% como foi a percentagem de votos no PS). Aliás, isto é para arredondar, e tem a ver com o facto da distribuição dos mandatos, no caso das legislativas não só não coincide com a da votação mas é distorcida pela implantação distrital… De qualquer modo, isto é só um suponhamos.
- Continua, continua…
- Depois de consultas, negociações e outras manigâncias e manipulações com promessas de distribuição de ministérios e de outras prebendas, suponhamos que o PR, o inefável Cavaco Silva, tomava a decisão de encarregar da formação do governo o presidente do PSD, sabendo que este teria o apoio dos seus dissidentes (ou dissid’antes), dos cidadãos eleitos na lista dos “cidadãos” ("independentes" e chateados com o PS por não os terem metido nas suas listas, assim regressando alguns à “casa de partida” com uma secretaria de Estado ou mais) e do em vias de desmascaramento total BE, desta forma alcandorado ao desejado estatuto de oposição por dentro… de um ministério (ou mais).
- 'Tou a ver..
- Pois ‘tás… e pega na máquina de calcular: 20+18+9+5 igual a 52% de mandatos e 46+41+20+12 deputados igual a 119 em 230 deputados... isto é, maioria absoluta e ainda com os 3% e 7 deputados do PP de reserva.
- E assim o PS, com mais votos, clara maioria relativa e larga maioria relativa de deputados (81!, seguido de 46 do PSD a quem se atribuía a formação do executivo) ficava fora do governo da nação.
- Claro…
- Pois é… e os 20 deputados do PCP e mais os 3 dos Verdes eleitos na CDU, e representando 10% dos mandatos não contam?
- Ah! isso representaria outra enorme vantagem desta “solução democrática”: não ser preciso contar, para a solução institucional, nem com os comunistas nem com os "verdes", não obstante a sua real implantação na vida social portuguesa.
- Coisas da democracia ocidental…
-… burguesa, burguesa…
- Dizes bem…
- Pois é… até porque também é oriental… e não nos esqueçamos de Timor que era o começo da conversa.
- Tens razão… mas é fácil: é só mudar alguns nomes e designações. Experimenta: vê lá onde hás-de pôr Ramos Horta, Xanana Gusmão, Fretilin.
- Não há-de ser difícil…
- E acrescenta petróleo e Indonésia e Austrália... EUA não vale a pena acrescentar porque esses estão em todo o lado.
- ‘Tá feito.
- ‘Tamos mas é feitos!
(ajudado, ou inspirado…, pelo Imaginemos do Henrique Custódio no Avante! de ontem)
2 comentários:
Belíssima explicação e fácil entendimento... se é que ainda não se tinha entendido...
Magnífico artigo do camarada Henrique Custódio!
Depois com a tua voltinha na escrita, deixa de ser um artigo e passa a sessão de esclarecimento!
GR
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