terça-feira, agosto 07, 2007

postalinhos...

As fotografias entraram-me pelos olhos dentro, li os títulos, passei adiante.

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No actual estado de cousas, não é tema que estime prioritário.

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Apesar da questão tornada central serem mais de 20 mil euros por mês (e quantos meses?)… isto são apenas trocos.

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Bem mais no cerne, no osso, estão os milionários lucros dos bancos, das seguradoras e etc. e tal, em confronto com o papel que se quer atribuir ao Estado e aos seus trabalhadores, aos directores-gerais e… aos outros, à ralé.

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Aliás, as fotografias não me foram agradáveis à vista – o homem não é fotogénico (do que não tem culpa nenhuma… nem o fotógrafo) – e não gosto de dedos espetados.

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E os títulos, se escolhidos para serem atractivos, repeliram-me.

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Tal como não gosto de dedos no ar em frente do nariz, aquelas coisas do estilo “o erro está…”, “a maior doença é…”, “os piores ganham demais” são demasiado afirmativas, pesporrentas, para meu gosto, repelem-me.

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Agridem-me.

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Entretanto, e talvez pelo último título citado e pela aparente consensualidade que rodeia as frequentes afirmações e aparições públicas do senhor, dei por mim a querer reagir.

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Não que sinta qualquer acicate (ou invejinha) por o trabalho do homem ser tão excelentemente remunerado (mais em 1 mês que em 4-anos-4 de salário mínimo, quase tanto em 1 ano como em 30-anos-30 de um salário de 1000 euros mensais!)

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Não que defenda qualquer forma de igualitarismo e de menosprezo pelos méritos de cada um.

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O que me faz reagir é que defendo, defendi e defenderei, uma organização da sociedade em que, havendo direitos – à vida, ao trabalho, à saúde, à educação – que são universais, isto é, de todos, tal como há o dever de cada um contribuir para a satisfação deles à medida das suas capacidades, a partir desses pressupostos os seres humanos devem ser compensados proporcionalmente ao seu contributo para o bem-estar colectivo.

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E, depois, quando o “reino da liberdade” puder substituir o “reino da necessidade” porque haverá abundância, cada um deverá ter acesso ao que lhe satisfaça as suas necessidades, entre elas, claro, a de trabalhar e de ser útil a todos.

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Não que defenda a aplicação mecânica de fórmulas que, pela sua simplicidade, se podem tornar simplistas, mas, no caso e com as ditas reservas, parece-me oportuno lembrá-las.

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Se não, a sociedade assemelhar-se-á a uma selva de individualismo e competitividade.

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Haverá quem goste… enquanto se sentir com força predadora.

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Por mim, opto pela solidariedade.

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Feitios…

1 comentário:

Maria disse...

Gosto dos teus postalinhos.
Também opto pela solidariedade....