Está-se quietinho no seu canto, fazendo as matinais incursões pelos "favoritos". Blogosfera-se em circuito fechado. Até que, numa dessas quotidianas passagens, se encontra um "aqui" que convida a ir "lá fora", a sair do circuito. E "ali", naquele primeiro "aqui" encontra-se outro "aqui" também convidativo. E assim sucessivamente.
Regressa-se, assustado, ao canto. O "estado da blogosfera", reflectindo o "estado da nação (e do mundo)", é assustador. Ainda mais ilustrativo que aqueles programas de rádio que dão a palavra ao ouvinte, como se isso fosse... a democracia.
Tanta gente cheia de saber coisa nenhuma a ter opiniões definitivas sobre tudo, apenas informada pelo afinado "aparelho ideológico" do capitalismo global usando os grandes meios, mal compensada informação (ainda) pelo que é a sua/nossa experiência de vid(inh)a.
Bem difícil é o caminho da tomada de consciência para a chegada ao "reino da liberdade".
6 comentários:
O meu circuito é por assim dizer…um pouco fechado!
Como costumo a dizer; vou pastando por muitos sítios, mas não fujo muito da área.
Na blogosfera há também muito lixo!
Contudo, há também blog’s magníficos!
GR
É isso: o longo braço do «aparelho ideológico do capitalismo» teria que chegar, em força, à blogosfera. Muitos blogs são (acredito que em muitos casos sem disso se aperceberem) meios de difusão da ideologia dominante, cuja ofensiva actual é, na minha opinião, a mais poderosa de sempre - uma ofensiva que coloca essa ideologia no nosso dia-a-dia: nas têvês, nas rádios, nos jornais, nas conversas de café, de transporte público, de colegas de trabalho, no ar que respiramos... De tal forma que, como escreveu François Brune, em vez de ideologia dominante podemos chamar-lhe, «ideologia ambiente».
Por mim, faço como gr: «não fujo muito da área».
Deduzo então que quem defende o capitalismo está cego e não devia usufruir da liberdade de expressão para o defender;
O que implica que os únicos que teriam a sabedoria para pode usar a liberdade de expressão seriam os iluminados colectivistas.
Pois é, eu n vou dizer nada de novo, mas parece-me, parece-me assim de raspão, que não fora o capitalismo, a liberdade e os meios que hoje todos têm para dizer disparates e coisas certas também na blogoesfera, não seria possível.
Já nesse seu, presumo, mundo colectivista, tudo teria de passar pela autorização do comité. Aliás, só os escritores escreveriam, só as livrarias venderiam livros... tudo sabiamente decidido colectivamente pelo comité.
Mas olhe, neste país, já vi as coisas mais longe dessa sede de controlo da vida dos outros. Um controlo, claro, sempre no interesse do colectivo decidido pelas mais brilhantes mentes desse povo ignorante e manipulado.
É óbvio que rotfl deduz mal - excepto quando diz que «quem defende o capitalismo está cego» (e, mesmo neste caso, «cego» não é a palavra mais adequada para qualificar os defensores do capitalismo).
É igualmente óbvio que rotfl não nos veio «dizer nada de novo», nem sequer «de raspão».
É óbvio, ainda, que a atoarda (uma das maiores fraudes do nosso tempo) que identifica «capitalismo» com «liberdade», faz parte do arsenal de velharias ideológicas que o capitalismo difunde profusamente - e que os incautos repetem e repetem e repetem.
Idem, no que diz respeito à cassette do «mundo colectivista» e do terrível, sinistro, horroroso «comité».
É óbvio, finalmente, que aquilo que rotfl vê, desde há 31 anos, «neste país», é tão-somente uma expressão concreta do capitalismo: exploração, flexigurança, emprego precário, desemprego, violação de direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores e dos cidadãos, etc, etc.
Pois é Fernando, como obviamente vê, temos opiniões diferentes. E podemos tê-las e pratica-las livremente porque não vivemos no mundo que aparentemente defende.
Eu sou individualista e como tal nunca me daria bem num mundo colectivista onde seria apenas mais um do rebanho pastoreado pelo comité.
Você é colectivista, associe-se com quem assim pense, forme uma comuna... faça o que quiser, tem essa liberdade; mas não me obrigue a pertencer a essa colectividade que não quero.
É também óbvio que este mundo não é perfeito nem perfeitos mundos há. No entanto, para mim, estamos melhor com este capitalismo do que qualquer socialismo.
Eu nasci livre, livre viverei e livre morrerei. Sou e serei solidário com quem quero e se o quiser. Nunca viverei sobre o jugo de regimes colectivistas que me retirem a possibilidade de poder ser individualista.
Pois é, rotfl, no essencial não podemos «ter opiniões diferentes»: se eu for precário e lutar pelos meus direitos (consagrados constitucionalmente!) o meu patrão despede-me; experimente utilizar a sua «liberdade» a lutar contra «este capitalismo» e vai ver o que lhe acontece; quem escreve e pensa como você, nem nasceu livre nem morrerá livre: nasceu e morrerá preso à mais terrível de todas as ilusões: a ilusão de ser livre.
E o facto de essa ilusão o fazer feliz, só confirma a desumanidade do seu capitalismo.
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