sexta-feira, agosto 17, 2007

UMA HISTÓRIA DE AMOR ou DE (S) ENCONTROS - 11

Ele, em Bruxelas,
na semana antes de

As tarefas não lhe davam grandes folgas.

Mas viveu essa semana numa ansiedade que lhe roubava tempo de sono, substituído por preparativos (os tais pormenores a afinar…), e dúvidas, e interrogações.

Porquê aquela insegurança? Tinha do amor uma concepção de relação de entrega, de reciprocidade, de confiança mútua. E sabia, ah!, sabia..., que ela só estava naquele amor porque também assim o entendia e queria.

O narrador também sabe (por portas travessas) que a vida os ensinara, e que ela o “educara”, lhe dera uma exacta dimensão de amor. Ter de ser tudo mas, também, de não ter de ser absoluto, doentio, “dois num só” e esses extremos idealizados, apenas (e tanto!) eu e tu sem se apagarem no nós que queriam ser. Enquanto.

Canto o encanto enquanto, lhe respondera ele um dia.

Pois é… mas não era fácil. Às vezes, custava-lhe suportar que houvesse uma parte de ela que não se apagava no nós, que houvesse zonas da sua vida em que, sabia, ele não entrava (ah!, os jardins secretos…).

Por isso, algumas reacções, algumas dúvidas, a insegurança.

Ciúme? Talvez. Mas não. Ciúme, não. Porque isso seria desconfiança.

De qualquer modo, o que era preciso naquele momento era preparar muito bem a “surpresa”.

5 comentários:

Maria disse...

Olha que às vezes quem prepara assim uma surpresa, com tanta "preocupação", acaba por ser surpreendido.....

Vou guardar a frase "Canto o encanto enquanto".
Esta sim, muito real, muito verdadeira...

Até amanhã...

Anónimo disse...

Pois é. Há quem vá buscar lã e fique tosquiado, ou, numa adequada à época - em que tanto ouço falar francês na "minha terra" por quem também de cá é... - l'arroseur arrosé.
A ver vamos quem é que se molha.

Mar Arável disse...

Sigo a tua história por fasciculos

porque a vida tem apeadeiros

Anónimo disse...

É isso mesmo... os apeadeiros.
Mas lá vamos seguindo viagem.
E quando não se perdeu o rumo todas as viagens são boas. Pelo menos a longo prazo.
Estou a preparar-me para ir fazer este tipo de viagens para outras paragens da blogosfera.
Às ficções o que é das ficções.
O teu mar arável está a dar-me umas ajudas. Obrigado.

GR disse...

Na realidade a vida tem muitos apeadeiros e por vezes os mais distraídos (eu) perdem-se ou descarrilam!
A viagem segue, mais devagar ou a todo o vapor, não se pode parar.
Adorei esta frase, cheia de poesia:
«Canto o encanto enquanto, lhe respondera ele um dia.»
Insisto!
“Ela” vai para lá!
“Ele” vem para cá!
Encontram-se no aeroporto?
Passam em corredores contrários e desencontram-se?
Estou mesmo curiosa!!!

GR