quarta-feira, janeiro 02, 2008

"Foi uma Festa de Natal ou um Circo aquilo a que se assistiu em Lisboa?", pergunta encontrada em Prestígio, "revista mensal de Moçambique"

Normalmente, as publicações que estão nos quartos de hotel nem para passar o tempo servem. Ou talvez seja preconceito meu...
Desta vez, porque estava em Maputo, e porque a revista em cima da mesa era de Janeiro/08, embora ainda estivéssemos em 2007, tive curiosidade. Que foi estimulada por na capa, não obstante ser ela pouco sugestiva, ou até pior, trazer uma chamada para uma personalidade de prestígio, aliás nome da revista, com foto e título "Revolucionário, contestatário ou humanista?".
E foi na procura do que justificaria tal título (um trabalho biográfico sobre João Manuel Paixão, um português que foi professor em Moçambique até 1974, e de que se contam coisas interessantes como a de, na disciplina Ciências Geográfico-Naturais, ter substituido, nas respectivas páginas do livro oficial, os rios e relevos da "Metrópole" pelos correspondentes cursos de água e montanhas de Moçambique, coisas que me despertaram vontade de mais saber sobre o biografado) que encontrei dois artigos sobre a cimeira UE/África que resolvi aqui referir.
Um deles, faz um apanhado sintético das várias posições dos países africanos de língua oficial portuguesa nas negociações dos Acordos de Parceria Económica (APE) com a União Europeia, em que, tirando Moçambique, todos vão "leve-leve" (expressão são-tomense para significar "sim, mas sem pressas").
O outro artigo, da autoria de Jorge Heitor, Balanço algo céptico da cimeira União Europeia-África, é um trabalho bem documentado e mais do que... "algo céptico" ("foram muito mais as vozes que se ouviram em Lisboa do que as nozes que ficaram para alguém trincar, com gosto" é a frase de entrada), e trancrevo o final:
"... Quem é que falou sonhadoramente em Paz e Segurança? Não é decerto neste 2008 ou em 2009 que ela vai haver, de Argel a Mogadíscio. So o grande ego do senhor engenheiro José Sócrates é que o poderia levar a encher o peito de ar e a pensar que, de agora em diante, tudo iria ser muito diferente, para melhor, tanto na África como no relacionamento dos africanos com a Europa dos Vinte e Sete. Foi uma Festa de Natal ou foi um Circo aquilo a que se assistiu em Lisboa? O que não foi decerto foi o nascimento tranquilo de um Admirável Mundo Novo para 800 ou 900 milhões de africanos. Haja esperança que um dia as coisas possam correr melhor!"

1 comentário:

Anónimo disse...

É só para te dizer que o que se passou hoje no Barreiro foi muito bonito, tudo menos circo: a Teresa nasceu à hora do almoço e tanto ela como a Filipa estão óptimas...
Abraço!
Ricardo