terça-feira, maio 20, 2008

De vez em quando, Zé Gomes Ferreira (e não só!)

4 de Junho (1966!)

Diante da Fábrica da Tabaqueira, em Albarraque, os deuses do neocapitalismo triunfante ergueram uma estátua solene ao Capital de Sempre na forma de Alfredo da Silva.
É o símbolo mais grosseiro que vi, até hoje, virado para o Sol: um homem impertigadamente gordo e grosso, de fraque, bengala na mão direita e charuto (sim, CHARUTO!) na mão esquerda. Uma autêntica caricatura de bronze insolente como que saída dos primeiros romances neo-realistas que, pelo visto, não são tão inventados como se nos afiguram agora, em pleno idílio sórdido do neo-socialismo (desossado de marxismo) com o neocapitalismo...
(Dias Comuns I
- Passos Efémeros - Diário)
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desenho inédito de Álvaro Cunhal

5 comentários:

Justine disse...

Desenho adequadíssimo ao "raivoso" texto do JGF!
Dois grandes, que se acompanham bem um ao outro.

samuel disse...

Duas pérolas!

GR disse...

Traz-me à memória o retrato do fascista/capitalista, com a postura boçal.
Hoje, muitos o querem imitar.
JGF o maior escritor e poeta.
O desenho está extraordinário, o pormenor do cão...magnífico.
Parabéns por este post, homenageias dois nomes maiores do “meu” século XX.

GR

Fernando Samuel disse...

O Zé Gomes era (é) o Zé Gomes: na poesia, na prosa, na VIDA.

Anónimo disse...

Caro Sérgio, parabéns pelo blog, que desconhecia. Já hoje escrevi sobre Gomes Ferreira quando ele dizia que os poetas andavam sempre com estrelas no bolso para atirar aos inimigos. É com prazer que te leio. E com uma ponta de saudade de Ourém.
Abraços, Miguel Silva Rosa.

EU, SER IMPERFEITO