Num Público da semana que passou, no de quarta-feira, li um artigo interessante entre as “opiniões” que por lá consentem publicar – e algumas convidarão. A começar pelo título – A ciência económica vai nua? –, a continuar pelos autores, economistas que merecem respeito, que não são desses a que chamam economistas só porque estão… no negócio.
Li-o, então, e fiquei algo decepcionado. Guardei-o para leitura de rescaldo, isto é, de quando o tempo me libertasse para leitura mais atenta. E assim fiz. Mais decepcionado fiquei. Não que não haja lá, no pequeno texto que se vê ter sido “alinhavado” para ter as quatro assinaturas, coisas interessantes. Mas prometia muito mais. O ante-título diz: "Esta crise é um colapso teórico, uma falência de um modo de ver. A má teoria é um elemento central da crise”, o destaque destaca (claro!): "A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela”, o texto coloca, com cuidados mil, os dedos sobre algumas feridas.
E depois? Depois… nada.
Devem ter combinado não escrever as palavras capitalismo e Marx, pois não foi a censura do lápis azul que as cortou!
Li-o, então, e fiquei algo decepcionado. Guardei-o para leitura de rescaldo, isto é, de quando o tempo me libertasse para leitura mais atenta. E assim fiz. Mais decepcionado fiquei. Não que não haja lá, no pequeno texto que se vê ter sido “alinhavado” para ter as quatro assinaturas, coisas interessantes. Mas prometia muito mais. O ante-título diz: "Esta crise é um colapso teórico, uma falência de um modo de ver. A má teoria é um elemento central da crise”, o destaque destaca (claro!): "A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela”, o texto coloca, com cuidados mil, os dedos sobre algumas feridas.
E depois? Depois… nada.
Devem ter combinado não escrever as palavras capitalismo e Marx, pois não foi a censura do lápis azul que as cortou!
Adam Smith, sim… e até com referência à Teoria dos Sentimentos Morais; que “algumas editoras têm procurado reflectir a procura por maior pluralismo no ensino da Economia”, também… mas só dão notícia de “abordagens neo/pós- keynesianas”. Mais que isto não! Os 160 anos do Manifesto, nunca!, dizer da procura, na Alemanha por exemplo, de O Capital, nem pensar!
Pois… assim não! Se a ciência económica ia nua, nua conti nua.
Podem é ter a certeza que a luta continua. Contínua! Também na rua.
Pois… assim não! Se a ciência económica ia nua, nua conti nua.
Podem é ter a certeza que a luta continua. Contínua! Também na rua.
8 comentários:
É divertido ver como os que sempre apoiaram o sistema fazem piruetas e dão cabalhotas para esconderem a origem dos maleficios que estamos e vamos continuar a sofrer.
Se me permitem ouso aconselhar a "A Intoxicação Linguística" do Vicente Romano que desmonta a linguagem sibilina destes tipos.
É divertido ver como os que sempre apoiaram o sistema fazem piruetas e dão cabalhotas para esconderem a origem dos maleficios que estamos e vamos continuar a sofrer.
Se me permitem ouso aconselhar a "A Intoxicação Linguística" do Vicente Romano que desmonta a linguagem sibilina destes tipos.
Não sei se já viram o filme «Money as Dept». Ele explica como funciona o sistema monetário, tendo o bom gosto de contar a historia desde o inicio, quando e porque surgiu a moeda.
Mostra como simples é ensinar algo, que tantos ilustres económicas que por ai falam, nada explicam.
Filme que referi pode ser encontrado aqui:
http://video.google.com/videoplay?docid=-9050474362583451279
Outro filme também muito popular na net, é o "ZEITGEIST: ADDENDUM" que embora refira muito tema importante, Marx não foi convidado. Sendo que muita coisa é explicada de uma forma um tanto esotérica. É uma pena, porque aqui o preconceito terá sido o motivo de tamanha falha.
Há palavras que queimam as bocas...
Camarada Sérgio
Terá sido esta "ciência económica"que atraiçoou estes economistas, ou foi o contrário?
Abraço
Não só a Ciência vai nua.
Neste país despiram a Verdade, tentando vesti-la de uma roupagem escura como a ignorância.
GR
Num programa dos Prós e Contras, em que o Sérgio Ribeiro tb participou, lembro uma intervenção dum responsável da secção de economia da agência Lusa. Foi um momento surreal! O tipo enfiou a cassete e pós play... tornou-se a partir desse dia o meu boneco-economista favorito.
Sei mais de economia que aquele "economista".
Ricardo Araújo Pereira publicou hoje este artigo. Vem mesmo a calhar:
http://aeiou.visao.pt/Opiniao/ricardoaraujopereira/Pages/estagnacao.aspx
É a ciência dos sacerdotes do capitalismo.
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