quarta-feira, janeiro 06, 2010

Dia de Reis

Hoje acabam as “festas”. No meu tempo, pelo menos, o Dia de Reis era uma fronteira.
Assim o terá entendido o Governo. Depois de ouvir o Presidente da República, e o ruidoso eco do que ele (não) disse, procedeu em conformidade. Em conformidade com as instruções dos conselheiros de imagem, dos técnicos de relações públicas.
Escreveu uma carta com várias cópias para cada um dos partidos com assento parlamentar. Esqueceu-se de um… mas não tem importância, pois a comunicação social não deu qualquer importância ao facto, e já tem o argumento todo do “filme”, o “cenário”, o “trailler”:
1. O PR falou em responsabilidade do governo e da oposição, em diálogo (se não falou, é como se tivesse dito assim).
2. O Governo escreveu a tal carta (de convite ao diálogo).
3. A "oposição" respondeu (todas até a que não recebeu “carta de convite”).
4. A “esquerda” quer outra política e não parece disposta a aceitar a chantagem do "voto no programa do PS" e decorrente orçamento.
5, Assim, ter-se-ia a "esquerda" confirmado não dialogante e irresponsável (isto já ouvi…).
6. Como de costume, já foi ouvido, larga e reverentemente, o BE, ouviu-se, “a escapar” (quando se ouviu...), o PCP.
.
Siga a dança.
Política(s) e governabilidade há só uma. Ou não há.
E… muita imagem!
Discutir, debater, negociar… ainda são verbos do léxico político?

3 comentários:

samuel disse...

Oh!... Mas então 2010, afinal, não ia ser tão, mas tããão diferente?!

Abraço.

Justine disse...

Os verbos são mais escamotear, esconder, enganar e outros sinónimos...

Fernando Samuel disse...

Tão sempre iguais que eles são...


Um abraço.