segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Nem de propósito... mas muita atenção!

Estava numa pausa televisiva, passando os olhos pelos noticiários - ou passando eles pelos meus olhos... - quando ouço um comentário-discurso, aparentemente economicista mas na essência proto-fascista, em que o meu (ex!)colega citava Hayek.
Nem de propósito...
... recebi, hoje, um comentário a um "post" em que, dizia o comentador:

«Nem de propósito...

Esta manhã, no habitual momento de leitura no comboio para Lisboa, li a seguinte passagem de um dos principais textos de um dos principais ideólogos do capitalismo e da actual correlação de forças:

"[...] para nos prevenir de tomarmos decisões erradas temos de reduzir de forma deliberada o conjunto de alternativas que se nos apresentam, todos nós sabemos que é comum ser necessário tal prática se queremos atingir os objectivos de longo alcance."
Hayek, F. A. (1960), «The Constitution of Liberty», University of Chicago Press, pag.66.
[tradução da minha inteira responsabilidade...]»

(obrigado, Ricardo O.)

E, se possivel, tudo reduzir a uma única alternativa com alternâncias e alternantes , ou seja, o capitalismo como fim da Humanidade... ou a pôr fim à Humanidade!

4 comentários:

samuel disse...

Quiçá... "interromper a democracia por seis meses"... ou mais...

Abraço.

Ricardo O. disse...

... Ou impedir que aos trabalhadores seja possível optar. Ora, se não for possível decidir sobre mais que uma hipótese, se não existirem alternativas, de acordo com o pensamento de Hayek, não existe coerção ou, dito de outra forma, a lilberdade não é posta em causa.
Ou seja, nem sequer se está a «interromper a democracia por seis meses... ou mais...»!
É demasiado perigoso, é demasiado fascista!
Assim, não é de estranhar as ligações desta gente (os Chicago boys) aos regimes mais sanguinários da América Latina, com o Chile de Pinochet à cabeça.

Sérgio Ribeiro disse...

samuel - ... seis meses ou mais...

Ricardo O. - exactamente! E tanto que te vou transcrever...

Abraços amigos

Graciete Rietsch disse...

Essa declaração anda, de facto, muito próxima do pensamento fascista.

Um beijo.