quarta-feira, abril 04, 2012

Desemprego - adenda

Dois comentários a um anterior "post" sobre o desemprego no boletim de primavera do Banco de Portugal, agora aqui encontrados, merecem particular atenção.

Agradecendo-se os dois, um reproduz-se:

«Não deixando de fazer as devidas ressalvas às leituras políticas implicitas a estes indicadores, a evolução estimada da chamada taxa natural de desemprego será reveladora da destruição de capacidades produtivas (tanto em matérias primas e/ou mercadorias de consumo intermédio, ferramentas e força de trabalho).
Esta taxa natural de desemprego corresponderá a um nível considerado «natural» para o desemprego, tendo em conta o que será o PIB potencial, ou seja, a produção implícita à total utilização das capacidades produtivas (o que por si só representa um paradoxo, pois se as capacidades produtivas instaladas são utilizadas na sua plenitude, então significará que existe quem terá capacidades produtivas e quem não as tenha...). Na realidade, é impossível calcular o tal PIB potencial. O que existe, associado à dita taxa natural de desemprego, é a tendência de longo prazo de crescimento do PIB (tendência de longo prazo da variação do PIB seria mais rigoroso).
Mas voltando à leitura política, que na minha opinião será mais importante, o crescimento do desemprego, a destruição de postos de trabalho, a destruição da capacidade de, colectivamente, produzirmos os valores que irão satisfazer as nossas necessidades demonstram a urgência da mobilização em torno de uma verdadeira política alternativa, patriótica e de esquerda, a respectiva alternativa política concretizada por um governo patriótico e de esquerda.»
Ricardo O.

(de qualquer modo, essa noção de "desemprego natural" não anula a gravidade deterioração da evolução recente do desemprego e apenas é uma canhestra e pseudo-científica perversão do conceito de desemprego enquanto não utilização de força de trabalho disponível e necessária para criar e distribuir valor)

O outro comentário leva a esta reprodução:



1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Parece que em Portugal nem a sazonalidade ajuda!!!!

Um beijo.