terça-feira, julho 22, 2014

Reflexão na manhã

De graus e patamares, de regimes e sistemas

Na fase em que queria perceber tudo muito bem – de que aliás ainda não terei saído – a metodologia que se me foi impondo foi a de procurar palavras simples que me ajudassem a tornar as cousas mais claras e simples.
No tempo do fascismo, com que coexisti 38 anos, ao querer entender o que isso era, para além do que ele se fazia notar e do que ia lendo e intelectualizando, achei adequado chamar-lhe regime. O que o simplificava sem o desvalorizar, embora o colocasse nas suas relativas dimensões pois queria eu significar que, sendo ele muito – e se o era! – não era tudo.
Sendo muito, podia dar lugar a situações bem penosas, quer pessoais (para não dizer mais… e eu que o diga!), quer bem colectivas como a guerra colonial (“para Angola e em força…”  e correlativos massacres); não sendo tudo, descobri (à minha deficiente maneira) que havia o sistema (nome que atribui ao que outro nome tinha: capitalismo), cousa mais larga e abrangente, e que, aliás, sustentava e sustentava-se do regime, embora fizesse de conta que nada tinha a ver com este ou que até o condenava… pelos seus excessos.
Vem isto a propósito de quê? Do escandalizado alarido que por aí grassa sobre alguns grupos tentaculares económico-bancário-financeiros que de tal modo se comportaram e comportam que, ao ruírem, levam a que se clame que se está no fim de um regime. Pois estará… mas não chega a verborreia para se falar do sistema, que criou o regime, que o alimentou e dele se alimenta e que, como este, está em degradação e ruína.
E o sistema lá vai tentando sobreviver, com os regimes que engendra no seu bojo, não recuando perante nada, antes sempre com recurso à violência e à brutalidade que lhe está na massa do sangue.

Ao que só as massas, conscientes e organizadas, poderão responder. E responderão, como a História nos ensina sem dizer nem como nem quando

3 comentários:

Unknown disse...

Obrigada , por mais esta lição de cidadania.

Antuã disse...

O Mundo salvar-se-á destes crimes nazis que o capitalismo gera.

Olinda disse...

O pior ê que o sistema com a sua tendencia de autodestruicao,tem tendencia,tambêm, para destruir o mundo onde vivemos.

Um beijo