terça-feira, maio 10, 2016

Reflexões lentas a propósito de previsões da prima vera

aponta mentes em quase-diário (agora chamado factos i relevâncias):


Na abertura da “intervenção” de amanhã* irei citar as observações de 1962 de um jovem economista de 26 anos na sua crónica na Revista de EconomiaHarmonização e Internacionalismo Político-Económico –, sobre o pedido de adesão do Reino Unido â CEE, precisamente nos 30 anos dos acordos de Ottava de 1932, criadores do “espaço Commonwealth”.
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No final, aproveitarei a lembrança de Paul de Grauwe, último artigo no Expresso das “previsões da primavera” da Comissão publicitadas (mas pouco) a semana passada, para sublinhar que essas previsões estimam um crescimento económico de 1,8% para o a União Europeia enquanto o conjunto (desconjuntado!) dos Estados-membros da zona euro apenas irão crescer 1,6%. 
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Esta diferença apenas agravará o facto dos Estados-membros da União Europeia, no seu todo (se se pode dizer assim), terem recuperado em 2012 o seu nível estatístico da “riqueza das nações” de 2008 enquanto a zona euro apenas o vir a fazer (se fizer…) este ano, isto é, com 4 anos de atraso em relação à comunidade de que são parte… 
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A partes desiguais, e ainda mais entre/dentro em si! 
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Na informação à comunicação social dessas previsões não muito primaveris , o vice-presidente da Comissão intitulado “responsável do euro e do diálogo social” (há compatibilidade?!... ou será irresponsabilidade?) afirmou que “o futuro crescimento dependerá cada vez mais das oportunidades que nós próprios criarmos, o que implica a intensificação dos nossos esforços de reforma estrutural a fim de remediar problemas de longa data de muitos países(...)”.
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E outro membro da Comissão, depois de confessar que o crescimento previsto era “bien maigre” acrescentou que “temos ainda muito a fazer para lutar contra a desigualdade”. 
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Ah, temos, temos! 
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… mas não “eles”, os que tanto têm feito pela desigualdade e as desigualdades. 
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E também não se “luta contra a desigualdade” apenas com a sua denúncia, com mais ou menos contundentes críticas aos “políticos da zona euro” e a esperança/ilusão de que esses aprendam com os erros e passem a estimular qb o investimento público**. 
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A política que os “políticos” podem definir e executar está condicionada pela correlação de forças sociais, e esta tem na sua raiz uma determinante relação social que se chama capital. 
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E o que se tem vivido não resulta de erros que se aprendam e corrijam sem uma transformação real – esta sim "quanto baste"... e enquanto – na correlação de forças sociais. 
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Resulta do funcionamento da relação social matriz, como lhe é permitido pela dita correlação. 
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Isto digo eu… que tomei partido!

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 * - Na UNIESTE-Universidade Intergeracional do Clube D. Estefânia-Lisboa.
** - "(...)O desempenho macroeconómico da zona euro desde 2010 continua fraco. Prometeram-nos um belo futuro na zona euro. Esse futuro não existiu. De facto, os países da União Europeia que decidiram não entrar para a zona euro portaram-se significativamente melhor do que os que aderiram à união monetária. É tempo de os políticos da zona euro aprenderem com os erros. Podem fazê-lo reconhecendo que devem estimular o investimento público. Se o fizerem aumentarão os efeitos positivos que as injeções de dinheiro do Banco Central Europeu tiveram na economia da zona euro.
Isto também tornará possível colocar a zona euro num caminho seguro de mais crescimento e cumprir as promessas que se fizeram no início da união monetária europeia." Paul de GrauweProfessor da Universidade Católica de Lovaina, Bélgica

1 comentário:

Olinda disse...

Previsão económica muito desagradável!Quando o mar bate na rocha,quem se lixa é o mexilhão.Estou a ver que continuamos sem grandes perspectivas.Bjo