segunda-feira, agosto 06, 2018

DEFENDER A PAZ

Foto de Conselho Português para a Paz e Cooperação.73 anos depois de Hiroxima e Nagasáqui

Pôr fim às armas nucleares. Defender a paz

No momento em que passam 73 anos sobre os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui – perpetrados, respectivamente, a 6 e 9 de Agosto de 1945 –, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a necessidade e urgência de pôr fim a este tipo de armamento de destruição generalizada. O desarmamento geral, simultâneo e controlado é, desde há mais de sete décadas, um objectivo central da acção de todos quantos, em Portugal e no mundo, defendem a paz e a segurança internacionais.

A dimensão do crime que constituiu o lançamento das bombas atómicas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasáqui fica desde logo expressa no número de vítimas e na brutalidade dos seus efeitos: mais de 100 mil mortos no momento das explosões e outros tantos até ao final de 1945, na sequência dos ferimentos; entre os sobreviventes e seus descendentes, disparou a incidência de malformações e doenças oncológicas, devido à radiação – realidade que se sente ainda hoje, mais de 70 anos depois dos acontecimentos.

O facto de estes bombardeamentos terem sido perpetrados sobre um Japão na prática já derrotado só aumenta a brutalidade do crime.

Recordar Hiroxima e Nagasáqui é, hoje, muito mais do que um mero exercício de memória ou merecido acto solene de respeito pelas vítimas. É, acima de tudo, um grito de alerta para os riscos hoje existentes: pela dimensão e potência dos actuais arsenais nucleares, uma guerra nuclear não se limitaria a replicar o horror vivido em Hiroxima e Nagasáqui, antes o multiplicaria por muito.

Existem actualmente cerca de 16 mil ogivas nucleares, a maioria das quais muito mais potentes do que as que arrasaram as cidades japonesas em Agosto de 1945: destas, 15 mil estão em poder dos Estados Unidos da América e Federação Russa e as restantes nas mãos da França (300), China (270), Grã-Bretanha (215), Paquistão (120-130), Índia (110-120), Israel (80) e República Popular Democrática da Coreia (menos de 10); outros cinco países – Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e Turquia – acolhem armas nucleares dos EUA no seu território, que se encontram igualmente espalhadas pelo mundo, em centenas de bases militares e esquadras navais.

Bastaria que fosse utilizada uma pequena parte das bombas nucleares existentes para que a vida na Terra ficasse seriamente ameaçada. Para além dos milhões que perderiam a vida em resultado das explosões, uma guerra nuclear provocaria igualmente efeitos duráveis sobre o ambiente e a meteorologia: o chamado «Inverno Nuclear» reduziria a duração (ou eliminaria mesmo) os períodos férteis de crescimento das plantas durante anos, levando a maior parte dos seres humanos e outras espécies animais a sucumbir à fome.

Num tempo tão incerto e perigoso como aquele em que vivemos, o CPPC realça a necessidade de uma mais forte acção em prol da paz e do desarmamento e reafirma a validade da campanha que tem em curso pela adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, no âmbito da qual foi promovida uma petição que recolheu mais de 13 mil assinaturas em todo o País. Portugal deve assinar e ratificar este Tratado e contribuir activamente para um mundo sem armas nucleares.

A Paz diz-nos respeito a todos e está nas mãos de todos conquistá-la e defendê-la. Pela Paz todos não somos demais!

6 de Agosto de 2018
Direcção Nacional do CPPC

1 comentário:

Olinda disse...

O capitalismo não gosta de paz.As forças do capital,nesta época de crise global,tudo fazem para fazer esquecer tão horrendo crime contra a humanidade.É nossa tarefa relembra-lo e ser fiel à História.Obrigada.Bjo.