quinta-feira, março 12, 2020

Coronavirus - SEJAMOS SÉRIOS


SEJAMOS SÉRIOS QUE O CASO É SÉRIO

Pronto! Convenceram-me.
Convenceram-me do que não estavam convencidos mas de que acabaram por se convencer.
Convenceram-me do que (antes de virem a estar convencidos) me queriam convencer.  Pelo medo, pelo pânico, pelo “demónio” vindo da China.
Estou convencido. A situação é mesmo muito grave!
Estou convencido. Não só porque, no mundo de consciência do mundo em que nasci e vivo – na superstrutura de formação social capitalista… deixe-me eu de eufemismos –, a minha situação individual se assustou. E se assustou porque eu posso ser infectado, porque eu posso ter a despensa vazia e, por isso, devo enchê-la, porque eu não posso ir domingo à bola ver o meu clube vencer o adversário, chamar macaco a um preto que mete golos na balisa que é minha ou à mãe do árbitro, porque eu não posso ir aos Estados Unidos fechar aquele negócio ou porque eu tenho de cancelar aqueles dias de férias… p’ráqui sem aviões e com os hotéis fechados.
Estou convencido porque, além da informação em que não confio, tenho acesso a alguma informação alternativa, e – mais decisivo ainda – porque a realidade da gravidade do estado do mundo em pandemia se impõe. Porque a consciência do momento-mundo que estamos a viver me faz acreditar no que habitualmente desconfio. Com comprovadas razões fortíssimas para não confiar.

Façamos (tempo do verbo em plural majestático) a retrospectiva, sem entrar em teorias da conspiração que já vimos insinuadas em alguma informação alternativa:

Numa aldeia-cidade da China (com dezenas de portugais como habitantes) apareceu e expandiu-se um vírus, que não era desconhecido (houve conferências a propósito no mundo capitalista há 20 anos, de onde sairam projectos de pesquisa que ficaram em projecto…). O Estado chinês, como era sua obrigação, deu conta da situação ao mundo (ao mundo inteiro-OMS), e atacou a situação e previsível evolução dentro do seu enorme território, com a sua imensa população. No seu Estado, tal como organizado. Dito de dois-sistemas.
Logo a comunicação-ao-serviço, a mediatização da super-estrutura capitalista, começou a (a)guerr(id)a campanha. Em plena liberdade neoliberal.
Era uma oportunidade na guerra comercial, económica, total, em que está com este inimigo (ela é uma super-estrutura carente e à cata de inimigos, e aquele, com a ideia peregrina de “dois sistemas”, é um proto-inimigo).
Foi um ver se te avias.
Contrafeito o arranque, teve de ser moderado porque a epidemia entrou no desigual e desequilibrado mundo capitalista (parte dominante do mundo total que se considera – a si próprio – como global, como único, como final da evolução da espécie humana). A criar problemas.
Ao mesmo tempo, pediu-se à ciência respostas urgentes, que tinham sido adiadas por… questões orçamentais e outras que tais. À maneira de cada um para si, de salve-se quem puder, enquanto se procura um horizonte de oportunidades, de terapêuticas, de vacinas, de negócios.
E a pandemia transformou-se em pandemónio!
Exemplo “à mão”, caseiro… e modesto.

Entretanto, a China faz o seu caminho.
Um povo com um Estado… e em estado de resolver coisitas (mesmo as muito graves) como esta. Porque a a consciência (a superstrutura) é outra. Não prevalece o individual, a pessoa (e parentes ou próximos) mas o colectivo, o povo.
O futuro.

2 comentários:

Olinda disse...

Não se pode ocultar a realidade a partir de uma certa altura.A China tem dado uma grande lição e feito moderar os media sempre prontos a tirar proveito das circunstâncias.Bj

Anónimo disse...

Óptimo artigo para consciencialização atempada de acção-conhecimento e conhecimento-acção. Vale sempre uma "despensa" ter/ser o que/quem sabe bem.