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domingo, maio 28, 2017

Noções de economia e sindicalismo - UPP



Como em anterior "post" (de 15 de Maio) dei notícia, vou colaborar com a Universidade Popular do Porto num curso de Noções de economia e sindicalismo
Como então deixei dito, apresentei o anúncio do curso (com um texto onde, entretanto, introduzi umas ligeiras alterações) e deixei dito que apresentaria o programa (ou guião) que intentava seguir, embora privilegie o debate e participação. Ele aqui fica:

(01.06)
10-11.15
1.     A “Economia Política” e a sua crítica
1.1.                     Jogo prévio à volta das palavras
1.2.                     Introdução ao materialismo histórico (MH)
1.2.1.  O desenvolvimento das forças produtivas
1.2.2.  Relações de produção, modo de produção capitalista (MPC)
1.2.3.  Formação social
  (01.06)
11.30-12.45
 2.     A “economia” como área do conhecimento no MPC
2.1.                     Breve história da teoria
2.1.1. Os clássicos – Adam Smith, David Ricardo
2.1.2. Marx
2.1.3. Keynes
2.1.4. Os outros e as técnicas
2.1.5. Do comércio e da contabilidade, do direito à ciência económica
2.1.6. Os métodos quantitativos e o “negócio dos números”
2.1.7.  A gestão
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(08-06)

10-11.15
3.  Alguns “princípios económicos” perenes
3.1. A racionalidade económica
3.1.1. Dados recursos à Maior produto
3.1.2. Dado produto à Menos recursos
3.2. O valor – uma longa procura
3.2.1. valor de uso/valor de troca – unidade dialéctica
3.2.2. mercadoria – mercado – procura/oferta
3.3. Energia
3.3.1. O escravo, o animal de tracção, a terra, os meios
3.3.2. O fogo, a lenha, o carvão, o vapor, o petróleo
3.4. O meio-moeda
3.5. O trabalho
3.5.1. No MPC à a mais-valia
3.5.2. As classes e a luta de classes
(08.06)
11.30-12-45
4.     A fase actual da “Economia Política” e dinâmicas histórico-sociais
4.1.          Os circuitos na circulação do capital
4.1.1.   Circuito real; circuito monetário
4.2.         As “leis”
4.2.1.   Composição orgânica do capital
4.2.2.   Queda tendencial da taxa de lucro
4.2.2.1.      “Causas contrariantes”
4.3.         O dinheiro metálico e o dinheiro fictício e creditício
4.3.1.   A exploração e a especulação
4.3.2.  A crise larvar, as “crises” e as "saídas".
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  (22.06)
10-11.15
5.        A luta dos trabalhadores
5.1.         Enquanto seres humanos
5.1.1.  Enquanto escravos
5.1.2.  Enquanto servos da gleba
5.1.3.  Enquanto possuidores de uma mercadoria
5.2.         A oferta/procura da mercadoria força de trabalho
5.2.1.  A luta económica dos trabalhadores
5.2.2.  Individual
5.2.3.  Colectiva
5.2.4.  O sindicalismo
5.2.4.1.      De classe
5.2.4.2.      Empresarial em MPC
(22.06)
11.30-12.45
6.        Os trabalhadores em MPC
6.1.         O mercado da força de trabalho
6.1.1.  O preço da mercadoria-o salário
6.1.2.  As condições de uso da mercadoria/tempo de vida
6.1.3.  Os horários e as deslocações
6.1.4.  O “emprego”, o “desemprego” e tempo livre
6.2.         O contexto (relações de produção e correlação de forças)
6.2.1.  Trabalho produtivo e trabalho colectivo
6.2.2.  A internacionalização da vida social
6.2.3.  Leitura em MH
6.2.3.1.      Desmaterialização de meios
6.2.3.1.1.        Explosões de crise
6.2.3.1.2.        Desigualdades e necessidades 

quarta-feira, janeiro 12, 2011

pequeno CURSO DE ECONOMIA (continuação)

2.

«(...) Enquanto isto, o trabalho da nossa pequena equipa, no quadro de tarefas militantes no PCP, avançou, sem hiatos. Não se concretizou através da constituição de um grupo de trabalho formal, com reuniões e discussões periódicas. Encontrámo-nos, conversámos, dividimos tarefas. A esta distância, ficou-me a memória de que foi muito fácil. Não retive a recordação do mínimo atrito, da menor fricção, do mais pequeno azedume entre nós.
Encontrámo-nos, conversámos, dividimos tarefas. Mais (e melhor?) que um plano ou um guião, partimos de uma lista de temas, ou assuntos que nos pareciam dever ser tratados, com a pré-disposição unânime de que seria uma iniciativa aberta, susceptível de se alterar de acordo com a evolução do que fosse acontecendo, até de sugestões ou pedidos que nos fossem chegando e a que, desde o início, nos afirmámos abertos e solicitadores.
Nessa divisão de tarefas, o camarada Gorjão Duarte assumiu o papel de coordenação e de ligação com O Militante, de motor e de consolidação ou “cimento” de todos os nossos contributos.
Ainda a esta distância, é com alguma admiração – e orgulho pelo trabalho colectivo, partidário, que em muito transcendeu a nossa pequena equipa – que avalio o que foi, naquele tempo e naquelas condições, a publicação desses 19 cadernos.
Mas não se ficou por aí. Ou, ao ir-se mais longe, só se reforça esta avaliação. De hoje.
Foi decidido, pelas edições avante!, fazer uma publicação desses cadernos em livro, que veio a acabar de ser impresso em Maio de 1993, sempre com o acompanhamento gráfico do camarada José Araújo.
Essa publicação poderia servir para continuidade do trabalho de intenção formativa ideológica que era o das separatas de O Militante. E tê-lo-á sido, nos seus 2.000 exemplares de tiragem que não demoraram muito tempo a esgotar-se.
Algum trabalho foi feito para a passagem dos cadernos a livro. Não, necessariamente, todo o que seria exigido. Mas o livro não envergonha. Bem pelo contrário. Por outro lado, como está no prefácio que Fernando Sequeira e eu assinámos, Gorjão Henriques fez enorme falta nesse trabalho.
"(…) Quando se reviam os fascículos para se transformarem neste pequeno livro, quem o fez parou muitas vezes a lembrar, emocionado, a troca de impressões sobre o tratamento de um tema, a discussão amiga e camarada por detrás de uma frase. E muita falta fez o Gorjão para que o trabalho em que participou até ao limite das suas forças ainda tivesse beneficiado do seu contributo, sempre procurando melhorar o que a outros já satisfazia."
Entretanto, nas acções de formação de quadros (e de militantes) do Partido, quem tinha a tarefa da área da “economia” frequentes vezes lamentou não poder apoiar-se no pequeno Curso de Economia, como documento de trabalho para essas acções, ou recomendando-o para acompanhamento posterior, por ele se ter esgotado.
Até que foi decidido encarar fazer-se uma reedição. Que, naturalmente, deveria ser revista, actualizada, sempre mais quanto mais o tempo ia passando. Alguns esforços e tentativas foram feitos mas sem se conseguir avançar. (...)»

Ela aí está! A 2ª edição:

terça-feira, janeiro 11, 2011

pequeno CURSO DE ECONOMIA

Com uma grande satisfação (que tem vindo a ser adiada), acabo de receber este livro:
É a 2ª edição de um trabalho que foi tarefa em que participei com enorme gosto e vontade de acertar. Do prefácio a esta 2ª edição, de minha responsabilidade, reproduzo trechos, em dois "posts" separados.
1.
«Em 1989, por iniciativa ou aceitação de proposta, os organismos executivos do Comité Central do PCP decidiram colectivamente, como é de norma, que O Militante – PCP – Reflexão e Prática incluísse, em seus próximos números, cadernos destacáveis configurando um pequeno Curso de Economia marxista.
Sob a orientação do camarada Fernando Blanqui Teixeira, foram encarregados da tarefa de cumprir essa decisão os camaradas Fernando Sequeira, Joaquim Gorjão Duarte e eu próprio.
O primeiro caderno saiu com o número de Fevereiro de 1990 e, número a número, os cadernos sucederam-se até ao número, então já bimestral, de Novembro/Dezembro de 1991.
Foram 19 cadernos que podem ser balizados entre a mitificada (e mistificadora!) queda do Muro de Berlim, a 9 de Novembro de 1989, e a extinção da União Soviética em 31 de Dezembro de 1991, “decretada” a 21 de Dezembro.
Muito significativo me parece este facto. Que é, indesmentivelmente, um facto!
Estes cadernos foram sendo elaborados e publicados, com a intenção de serem instrumentos de formação teórica marxista-leninista enquanto pelo mundo, e muito particularmente na Europa, a luta de classes tomava a expressão de uma derrota de certo modo inesperada, apesar dos sinais que se vinham acumulando de erosão económica, política e, sobretudo, ideológica, nos países socialistas, e da incapacidade e/ou traição dos dirigentes dos partidos comunistas desses países.
Também no dito Ocidente, nos partidos comunistas dos países capitalistas, se fez sentir muito profundamente essa erosão e a fragilidade ideológica. Verificaram-se verdadeiras deserções da luta de classes e, pior que isso, deram-se passagens de “armas e bagagens” para o outro lado da luta, com trânsito por limbos de hesitação e procura de caminhos vários, outras mais rápidas e explícitas; uns aberta e publicamente em campanha contra a direcção ou contra quem respeitava os valores e os estatutos da organização, alguns procurando, por dentro, mudar os princípios e a organização.
Houve quem (individual ou colectivamente) não tivesse conseguido interpretar e resistir a uma derrota histórica por estarem a ser dados passos atrás na História da Humanidade, houve quem (individual ou colectivamente) tivesse passado de algum sectarismo partidário e ideológico, consciente ou inconsciente, para a negação da existência da luta de classes (e das classes), para a recusa do marxismo-leninismo como base teórica, do centralismo democrático como forma de organização e funcionamento.
Enquanto isto, o trabalho da nossa pequena equipa, no quadro de tarefas militantes no PCP, avançou, sem hiatos. Não se concretizou através da constituição de um grupo de trabalho formal, com reuniões e discussões periódicas. Encontrámo-nos, conversámos, dividimos tarefas. A esta distância, ficou-me a memória de que foi muito fácil. Não retive a recordação do mínimo atrito, da menor fricção, do mais pequeno azedume entre nós.
(...)»
continua