Com uma grande satisfação (que tem vindo a ser adiada), acabo de receber este livro:

1.
«Em 1989, por iniciativa ou aceitação de proposta, os organismos executivos do Comité Central do PCP decidiram colectivamente, como é de norma, que O Militante – PCP – Reflexão e Prática incluísse, em seus próximos números, cadernos destacáveis configurando um pequeno Curso de Economia marxista.
Sob a orientação do camarada Fernando Blanqui Teixeira, foram encarregados da tarefa de cumprir essa decisão os camaradas Fernando Sequeira, Joaquim Gorjão Duarte e eu próprio.
O primeiro caderno saiu com o número de Fevereiro de 1990 e, número a número, os cadernos sucederam-se até ao número, então já bimestral, de Novembro/Dezembro de 1991.
Foram 19 cadernos que podem ser balizados entre a mitificada (e mistificadora!) queda do Muro de Berlim, a 9 de Novembro de 1989, e a extinção da União Soviética em 31 de Dezembro de 1991, “decretada” a 21 de Dezembro.
Muito significativo me parece este facto. Que é, indesmentivelmente, um facto!
Estes cadernos foram sendo elaborados e publicados, com a intenção de serem instrumentos de formação teórica marxista-leninista enquanto pelo mundo, e muito particularmente na Europa, a luta de classes tomava a expressão de uma derrota de certo modo inesperada, apesar dos sinais que se vinham acumulando de erosão económica, política e, sobretudo, ideológica, nos países socialistas, e da incapacidade e/ou traição dos dirigentes dos partidos comunistas desses países.
Também no dito Ocidente, nos partidos comunistas dos países capitalistas, se fez sentir muito profundamente essa erosão e a fragilidade ideológica. Verificaram-se verdadeiras deserções da luta de classes e, pior que isso, deram-se passagens de “armas e bagagens” para o outro lado da luta, com trânsito por limbos de hesitação e procura de caminhos vários, outras mais rápidas e explícitas; uns aberta e publicamente em campanha contra a direcção ou contra quem respeitava os valores e os estatutos da organização, alguns procurando, por dentro, mudar os princípios e a organização.
Houve quem (individual ou colectivamente) não tivesse conseguido interpretar e resistir a uma derrota histórica por estarem a ser dados passos atrás na História da Humanidade, houve quem (individual ou colectivamente) tivesse passado de algum sectarismo partidário e ideológico, consciente ou inconsciente, para a negação da existência da luta de classes (e das classes), para a recusa do marxismo-leninismo como base teórica, do centralismo democrático como forma de organização e funcionamento.
Enquanto isto, o trabalho da nossa pequena equipa, no quadro de tarefas militantes no PCP, avançou, sem hiatos. Não se concretizou através da constituição de um grupo de trabalho formal, com reuniões e discussões periódicas. Encontrámo-nos, conversámos, dividimos tarefas. A esta distância, ficou-me a memória de que foi muito fácil. Não retive a recordação do mínimo atrito, da menor fricção, do mais pequeno azedume entre nós.
Sob a orientação do camarada Fernando Blanqui Teixeira, foram encarregados da tarefa de cumprir essa decisão os camaradas Fernando Sequeira, Joaquim Gorjão Duarte e eu próprio.
O primeiro caderno saiu com o número de Fevereiro de 1990 e, número a número, os cadernos sucederam-se até ao número, então já bimestral, de Novembro/Dezembro de 1991.
Foram 19 cadernos que podem ser balizados entre a mitificada (e mistificadora!) queda do Muro de Berlim, a 9 de Novembro de 1989, e a extinção da União Soviética em 31 de Dezembro de 1991, “decretada” a 21 de Dezembro.
Muito significativo me parece este facto. Que é, indesmentivelmente, um facto!
Estes cadernos foram sendo elaborados e publicados, com a intenção de serem instrumentos de formação teórica marxista-leninista enquanto pelo mundo, e muito particularmente na Europa, a luta de classes tomava a expressão de uma derrota de certo modo inesperada, apesar dos sinais que se vinham acumulando de erosão económica, política e, sobretudo, ideológica, nos países socialistas, e da incapacidade e/ou traição dos dirigentes dos partidos comunistas desses países.
Também no dito Ocidente, nos partidos comunistas dos países capitalistas, se fez sentir muito profundamente essa erosão e a fragilidade ideológica. Verificaram-se verdadeiras deserções da luta de classes e, pior que isso, deram-se passagens de “armas e bagagens” para o outro lado da luta, com trânsito por limbos de hesitação e procura de caminhos vários, outras mais rápidas e explícitas; uns aberta e publicamente em campanha contra a direcção ou contra quem respeitava os valores e os estatutos da organização, alguns procurando, por dentro, mudar os princípios e a organização.
Houve quem (individual ou colectivamente) não tivesse conseguido interpretar e resistir a uma derrota histórica por estarem a ser dados passos atrás na História da Humanidade, houve quem (individual ou colectivamente) tivesse passado de algum sectarismo partidário e ideológico, consciente ou inconsciente, para a negação da existência da luta de classes (e das classes), para a recusa do marxismo-leninismo como base teórica, do centralismo democrático como forma de organização e funcionamento.
Enquanto isto, o trabalho da nossa pequena equipa, no quadro de tarefas militantes no PCP, avançou, sem hiatos. Não se concretizou através da constituição de um grupo de trabalho formal, com reuniões e discussões periódicas. Encontrámo-nos, conversámos, dividimos tarefas. A esta distância, ficou-me a memória de que foi muito fácil. Não retive a recordação do mínimo atrito, da menor fricção, do mais pequeno azedume entre nós.
(...)»
continua
5 comentários:
Realmente os problemas com os países socialistas afectaram negativamente muitas pessoas.
O tempo foi muito pouco para a sedimentação dos ideais.Há quantos anos o capitalismo domina o Mundo?
E os problemas reslveram-se ou aumentaram?
Vou urgentemente adquirir o livro que apresentaste para poder falar um bocado melhor dos problemas que a Economia Capitalista criou e continua a criar.
Um beijo.
Agradeço que reserve um exemplar para mim. Um abraço e boa campanha que, pelo que vou vendo, está a ser e vai ser dura.
Tenho a primeira edição... e terei muito prazer em ler a segunda!
Algo falhou! Este anónimo que reserva livro é gente boa. É Fel de Cão.
Graciete - O que nós vivemos! Só espero que o pequeno curso seja útil... como uma peçazinha de um puzzle!
Anónimo... fel de cão - reservado e um terço autografado (eh!eh!eh!)
linha do vouga - a 2ª edição tem um prefácio, foi revista e inclui mais 4 anexos de actualização. Espera-se de ti uma fundamentada e comparada opinião crítica!
Abreijos
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