terça-feira, janeiro 11, 2011

Previsões BP e comentário


em Económico:



Previsões
Portugal contrai 1,3% este ano
Eudora Ribeiro
11/01/11 11:33



O Banco de Portugal espera que a economia portuguesa sofra uma quebra de 1,3% este ano, contra a anterior estimativa de estagnação.

No Boletim Económico de Inverno, o Banco de Portugal adianta que 2011 será um ano de "queda substancial da procura interna" e continuação das
dificuldades de financiamento dos bancos portugueses.

Avança a instituição liderada por Carlos Costa que as projecções para a economia portuguesa apontam para uma contracção de 1,3% em 2011 e um "crescimento limitado em 2012", de 0,6%. Uma evolução que "será marcada pelo reforço do processo de ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos acumulados ao longo de mais de uma década", explica o Banco de Portugal.

Continua o documento que "as actuais projecções caracterizam-se pela ligeira diminuição das necessidades de financiamento das famílias e das empresas e supõem, em particular, uma significativa consolidação orçamental, num quadro de queda substancial da procura interna".

O Banco de Portugal nota ainda que "esta projecção assume que o recurso ao financiamento pelo Eurosistema permanecerá significativo até final do horizonte", num contexto de persistência de dificuldades de acesso dos bancos portugueses aos mercados de financiamento.

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Comentário (além dos sublinhados... ou re-sublinhando):
queda substancial da procura interna - inevitável quando se diminuem a capacidade de poder de compra dos estratos populacionais com maior propensão (por necessidades por satisfazer) ao consumo;
dificuldades de financiamento da economia (dos bancos é outra face da mesma moeda... falsa!) - evidentemente quando o financiamento é para pagar juros de empréstimos para pagar juros de empréstimos, sem haver amortização de dívida e, sobretudo, produção material de riqueza.
produção material - apenas possível com o aproveitamento de recursos naturais (que existem!, desaproveitados ou desempregados), através da única forma de o fazer, pelo trabalho produtivo, de que decorreria aumento substancial da procura interna e um outro rumo para a economia e a sociedade.
.
Vem nos livros... e não no de Thomas Morus (que o padecente de iliteracia que é o actual PR desconhece, como é seu apanágio!)

6 comentários:

Ricardo disse...

Alguns contributos:

1.º O BP projecta que o emprego diminua 1% em 2011 e 0,2% em 2012.
2.º O BP estima que ainda em 2012 o PIB se situe abaixo do de 2007, calculado a preços de 2007 (potanto, comparáveis).
3.º o BP estima que, independentemente da metedologia utilizada, a taxa de crescimento potencial do PIB português se situa claramente abaixo do 1% ao ano.
4.º O BP calcula uma probabilidade que representa o risco do cenário macroeconómico nacional se agravar: Conclusão, o risco para as projecções do PIB serem inferiores é de 60% em 2011 e de 63% em 2012; as relativas ao consumo privado são de 59% e 64%, respectivamente... Revelando que o cenário poderá ser muito mais grave que o entretanto projectado.
Vê o gráfico 5.1. da página 20 do Boletim de Inverno do BP... Palavras para quê?

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, Ricardo!

Grande abraço

José Rodrigues disse...

Têm a palavra os snrs.economistas amigos dos trabalhadores e do povo,para trocar em miúdos aqueles números e gráficos por forma a podermos mais apetrechados:"transformar desânimos e resignações em esperança combativa"!

Abraço

Ricardo disse...

José,

Por outras palavaras acho que será importante termos presente que o Banco de Portugal hoje veio confirmar algumas das reais preocupações que têm estado presentes no nosso discurso sobre o país e o respectivo rumo económico e social:
1.º O número de trabalhadores empregados deverá diminuir 1% em 2011 e continuará a descer em 2012.
2.º O valor acrescentado no total da economia em 2012 será inferior ao que foi conseguido em 2007. Ou seja, a produção em território nacional em 2012 será inferior à que se produziu em 2007. Portugal continua a reduzir a sua produção.
3.º para agravar ainda mais esta situação vem o BP afirmar que neste momento a capacidade de aumentar a produção através da capacidade instalada, em meios de produção e trabalhadores abilitados para produzir, deverá ser inferior a 1% (mesmo que este conceito seja pouco rigoroso não deixa de apresentar uma tendência de longo prazo).
4.º Provavelmente os indicadores sobre a evolução da economia portuguesa que se virão a verificar ainda serão piores que os agora projectados.

Abraço!

Ricardo disse...

Peço imensa desculpa pelo lapso: deveremos ler habilitado e não abilitado como escrevi.

Graciete Rietsch disse...

Portugal sempre em queda!!!!!

A ruptura impõe-se!!!

Um beijo.