«José da Silva Lopes (Seiça, 1932)
Governador (1975-80) - Economista, Ministro das Finanças e do Plano (1978), Administrador do BERD (1991-93). Representante de Portugal junto do Banco Mundial (1980), Consultor na Caixa Geral de Depósitos. Presidente da 10 Comissão criada para estudar empresas públicas não financeiras (1981). É membro do Conselho Consultivo do Banco de Portugal.
Pintor: Lima de Freitas, 1985» (Galeria de Governadores do Banco de Portugal)
Governador (1975-80) - Economista, Ministro das Finanças e do Plano (1978), Administrador do BERD (1991-93). Representante de Portugal junto do Banco Mundial (1980), Consultor na Caixa Geral de Depósitos. Presidente da 10 Comissão criada para estudar empresas públicas não financeiras (1981). É membro do Conselho Consultivo do Banco de Portugal.
Pintor: Lima de Freitas, 1985» (Galeria de Governadores do Banco de Portugal)
__________________________________________________
É com desgosto que publico este post sobre José da Silva Lopes. É facto que este meu conterrâneo andava, de há uns tempos para cá, a dizer coisas com as quais não concordava, mas isso é natural e, evidentemente, aceitável. Mas agora passou todas as marcas, ao afirmar o seu (dele) desgosto por ter contribuído para as nacionalizações.
Nem o facto de ter (ele) esse desgosto me levaria a este (meu) desgosto. Cada um terá de viver com os desgostos que são os seus, os que os anos e outras cîrcunstâncias e contingências lhes trazem. Mas deturpar assim a História, fazer do que se passou e do que se foi intérprete uma aldrabice, uma mentira conveniente, causa-me incaláveis protesto e... desgosto. Porque tinha por Silva Lopes muita simpatia e alguma admiração.
Era o "meu conterrâneo", foi à Casa de Ourém, no dia 1 de Junho de 1974, homenagear o "oureense" recém saído da prisão, foi Governador do Banco de Portugal nomeado por governo de Vasco Gonçalves, foi Secretário de Estado das Finanças do 1º Governo Constitucional (porque é que isso não aparece no curriculo do Banco de Portugal?), sempre tivemos relações cordiais.
Começou, o economista "de referência", a ser utilizado para dizer coisas que foi refinando. Na senda da responsabilização dos trabalhadores, e das suas organizações, pelos males deste País, sempre tão excelentemente governado - também por ele, apesar de...
Depois da apologia da contenção dos salários (ou até cortes), e da produtividade e competitividade â custa dos níveis de vida dos trabalhadores e não de uma outra política económica por quem dela é responsável, embalou e mostra, muito recentemente, querer "lavar-se" desse seu passado que parece não suportar.
Primeiro, foi sobre a "história" da venda de ouro e da "desgraça" da economia portuguesa por causa do "período revolucionário", agora foi esta das nacionalizações em que os trabalhadores se teriam locupletado com a totalidade dos dividendos das empresas nacionalizadas, fazendo com que o governo tivesse de vir sempre em socorro dessas empresas, isto é, os contribuintes a terem de pagar os pecadilhos (ou pecadões) dos trabalhadores! Isto é uma enormérrima falsidade! Quem se locupletou à pala das nacionalizações foram uns tantos figurões, alguns estrategicamente colocados na "gestão" das emprsas nacionalizadas, abrindo caminho para as privatizações
Ainda tinha alguma esperança que Silva Lopes se dedicasse ao usufruto das suas reformas e outras mordomia, mas parece que estas têm contrapartidas. As de ajudar à "reescrita da História" à maneira que convém!
.
(sem o meu desgosto conterrâneo, quer o cantigueiro, quer o tempo das cerejas, já trataram com pertinência do desgostado dr. Silva Lopes)
5 comentários:
«Lavando-se» desse passado, o desgraçado emporcalha-se no presente...
Um abraço.
No final do teu texto está, muito provavelmente, a explicação para os "desgostos" de Silva Lopes: ter que pagar as mordomias milionárias com este trabalho sujo...
Abraço.
Finalmente (desde as seis e pouco da tarde) consigo fazer entrar o comentário.
Tantas alegrias e tantos desgostos nos trouxe o maravilhoso 25 de ABRIL!!!!! Alguns desgostos mesmo irreparáveis!!!!
Um beijo
Estes mercenários são mesmo assim. Vendem-se.
Como diria Ary dos Santos:
É um filho da puta
É um burguês
Enojam-me.
Beijo.
Enviar um comentário