terça-feira, março 30, 2010

Outra má notícia (para mim, pelo menos...)

Esta foi na rádio do carro.
A responsável dos "recursos humanos" da Fundação Serralves ilustrou uma perspectiva de "gestão de recursos humanos" que me deixou chocado. Pela naturalidade com que foi exposta, pela crueza das explicações.
Irão ser dispensados 10 trabalhadores, não da Fundação mas seus servidores precários (a recibo verde), serviços considerados indispensáveis para a recepção e o acompanhamento de visitantes.
E tendo sido afirmada a necessidade de manter a qualidade desses serviços, teria sido sugerido - e decerto patrocinado - a esses trabalhadores, aos 10 ou a alguns deles, que formem uma empresa (ah! o empreendedorismo...) para contratualizarem com a anterior entidade empregadora (já precária) a continuidade dos serviços que são prestados por esses 10 trabalhadores.
Novidade?
Não!, mas chocou-me a naturalidade da exposição, e a crueza das explicações.

13 comentários:

Anónimo disse...

"E para empregar as palavras revolucionárias de Danton, o maior mestre de política revolucionária que conhecemos: DE l'audace, encore de l'audace, toujours de l'audace!" Marx, A Insurreição é uma arte, 1852.

Quantoa vós: De la tristesse, toujours de la miserable tristesse.

Sérgio Ribeiro disse...

Marcação cerrada, hem?!
A nós? Valerá a pena?... parece que somos uns tristes, sempre uns tristes.
Nao é isso que me sinto e que sinto aqueles ao lado de quem luto. Porque lutamos!
E não dissociamos luta e alegria, e confiança no futuro mesmo que vivamos um presente triste. Porque lutamos, sempre e com alegria. Evidentemente que cometemos erros, nem sempre acertamos mas não é um qualquer anónimo que que nos pode avaliar, quer nos humores, quer na coerência (revolucionária) das acções.

Como dizia o Joaquim Pires Jorge: "Com uma imensa alegria"!

Onde é que eu já li/escrevi isto?

CS disse...

São promovidos a empreendedores e vão aguardar nesse seu novo e honorifico estatuto que os chamem quando totalmente indispensáveis.

Quanto ao "petit con" tal como o gato francês, não sei se toca piano mas arranha francês.

Anónimo disse...

Um gato francês arranha francês?
E um gato português arranha o quê?

Graciete Rietsch disse...

Neste país a justiça veio dar lugar aos interesse particulares ou de empresa liquidando os trabalhadores com falsos conselhos ou então com falsas justificações,
quando são esses mesmos trabalhadores que fazem o sucesso da própria empresa. É maquiavélico com as minhas desculpas para Maquiavel(esta frase não é minha,foi lida num comentário mas acho que se aplica bem aqui dado o sentido corrente associado à expressão).

Um beijo.

samuel disse...

Amanhem-se como quiserem... desde que não estejam "vinculados" à prestimosa Fundação, nem que seja a recibos verdes...
O que é nojento é que cada vez mais o mundo das artes está a cair nas mãos desta escumalha.

Abraço.

AM disse...

Isto é mais um ataque da fé na vertente «confiança nos mercados». No «há-de ser». No «audacioso» lançamento dos outros (assalariados) no escuro.
É claramente uma opção ideológica, tomada por quem é paga(o) para isso, apresentada de forma provocatória e oportunista, a quem está fragilizado na relação de fornecimento de trabalho.
Regista-se que haverá umas pessoas «eruditas» que, na sua limitada visão do desenvolvimento social, procuram impor, ditar, mais uma vez, a sua imponente caspa intelectual.
Pratica-se, portanto, e de facto, uma ditadura, coisa que a Constituição portuguesa não permite.

Antonio Lains Galamba disse...

malhas que o império tece...
outras teceremos nós, um dia!, como por outros lados vamos tecendo...

abraço fraterno

Fernando Samuel disse...

No reino do vale-tudo, a «coragem de afirmar» é assim...

Um abraço.

cs disse...

Não dialogo com fantasmas cobardes.

Sérgio Ribeiro disse...

CS - De acordo total. Há gente com quem não se dialoga. O que aqui deixo suscitado por tal gente não é diálogo, é conversa ao lado e a propósito
Graciete - tantos maquiaveis de trazer por casa...
Samuel - são as artes e as manhas...Tamanhas!
AM - é a mercadorizaçao da força de trabalho, criada pelo capitalsmo, como Marx tão bem detectou e identificou no/neste sistema.
António Lains Galamba - malhas que o imperialismo tece...
Fernando Samuel - ele há palavras! Como essa da coragem, que tantas vezes se confunde com a desvergonha.

Abraços

Anónimo disse...

Que diferença existe entre um cs e um anónimo? Um anónimo é um fantasma com várias letras enquanto o fantasma cs tem apenas duas. Qual deles é o mais cobarde?
Obviamente que é o que se escreve com duas letras apenas.

Sérgio Ribeiro disse...

Neste canto de conversa, neste espaço que gostaria aberto, de convívio e de troca de opiniões, sem qualquer triagem, sei quem é cs e é um amigo sempre bem vindo que se identifica, não sei quem é um qualquer anónimo, mesmo que se esconda atrás de duas ou mais letras e não é benvindo por a sua intenção ser à de quem gosta de arranhar e de esconder a patinha.
Esclareço isto porque só em última instância me verei forçado a ter de pôr uma gateira daquelas com sinal identificador. Espero não ter de o vir a fazer.
De mim, comentando-me, podem dizer tudo, o que quiserem, usando ou não a identidade. Fica a acção cm o agressor. Já não consentirei que agridam os meus amigos e visitantes.
Claro?