O terceiro painel tinha o título de Ourém Económico e fui convidado (pela ACISO, responsável e coordenadora do painel) para ser um dos expositores. Confesso duas coisas: i) ter sentido mais responsabilidade e nervosismo do que aquele que, habitualmente, com os meus muitos anos "d'isto", consigo dominar; ii) não tive tempo de rever, como deveria ter feito, o tempo de intervenção pelo que, na minha auto-crítica, ultrapassou a tolerância que qualquer regulamento tem de ter.
Tirando estas duas confissões, avalio positivamente o contributo e vou, talvez, aproveitar e desenvolver partes dessa intervenção de enquadramento temporal e teórico, lembrando que há recursos naturais, da terra, flora, fauna, floresta, e recursos adquiridos para actividade produtiva que não podem ser desaproveitados numa economia cada vez mais terciária e financeirizada.
Importantes, neste painel, foram as duas exposições-testemunhos sobre a pequena e média hotelaria fora dos locais e circuitos privilegiados pelas agências de turismo, e sobre o caso particular e local de Vilar dos Prazeres e da sua indústria de mobilário de madeira, em situação verdadeiramente desesperada depois de um recente (pois medida em duas décadas) crescimento e euforia sobre os pés de barro do crédito fácil, facilitado, aliciador.
O curtíssimo tempo para debate permitiu-me alertar (orelhas moucas?) para a ilusão e o perigo da "solução" do capital financeiro vindo do exterior com vocação nómada e em condições por ele exigidas. Como tantos exemplos que estão na origem de situações sociais degradadas e em degradação. E não é preciso olhar para muito longe no espaço. E se se quer olhar para o futuro...
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