Nestas minhas andanças formativas (tanto, ou talvez mais, auto-formativas que altero-formativas), começo por insistir na ideia que a economia assenta sobre três palavras, sobre o tripé dos conceitos
1. necessidades (do animal/ser humano que fomos e somos),
2. recursos (da/na natureza em que estamos inseridos como parte, onde fomos e somos),
3. trabalho (que é característica apenas nossa, do ser humano).
E daqui costumo arrancar. Podia começar deoutra maneira mas, depois de muita reflexão e algum treino, é por aqui que vou.
Num desses encontros, já perto do final, tropecei numa outra palavra que um camarada atirou para a mesa à volta da qual estávamos animadamente a trocar experiências. A palavra poupança.
Talvez por ser quase no final, já com o almoço muito atrasado, acho que consegui resposta satisfatória… para as circunstâncias. No entanto, fiquei a pensar na palavra e tem feito parte do tempo seguinte em que me foi possível reflectir (no que gosto de chamar auto-critica), às voltas com o termo económico. Mas não só económico.
Numa primeira reflexão (lenta…) a trazer para aqui, diria que já Salazar dizia produzir e poupar. Tinha ele a razão (a sua…) de que a economia se deveria balizar entre algumas extremas:
1. uns produziam,
2. outros apropriavam-se do produzido, como era (e é) norma do sistema,
3. todos deviam poupar,
... 3.1. os que produziam, trabalhando, não deviam ter mais necessidades que as básicas e ancestrais,
... 3.2. os outros, por mais conhecerem do mundo e não escaparem às tentações de novas necessidades… com a imposta contenção para sobrar algo (poupança) do apropriado para ser investidor, isto é, trocado por meios de produção.
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1. necessidades (do animal/ser humano que fomos e somos),
2. recursos (da/na natureza em que estamos inseridos como parte, onde fomos e somos),
3. trabalho (que é característica apenas nossa, do ser humano).
E daqui costumo arrancar. Podia começar deoutra maneira mas, depois de muita reflexão e algum treino, é por aqui que vou.
Num desses encontros, já perto do final, tropecei numa outra palavra que um camarada atirou para a mesa à volta da qual estávamos animadamente a trocar experiências. A palavra poupança.
Talvez por ser quase no final, já com o almoço muito atrasado, acho que consegui resposta satisfatória… para as circunstâncias. No entanto, fiquei a pensar na palavra e tem feito parte do tempo seguinte em que me foi possível reflectir (no que gosto de chamar auto-critica), às voltas com o termo económico. Mas não só económico.
Numa primeira reflexão (lenta…) a trazer para aqui, diria que já Salazar dizia produzir e poupar. Tinha ele a razão (a sua…) de que a economia se deveria balizar entre algumas extremas:
1. uns produziam,
2. outros apropriavam-se do produzido, como era (e é) norma do sistema,
3. todos deviam poupar,
... 3.1. os que produziam, trabalhando, não deviam ter mais necessidades que as básicas e ancestrais,
... 3.2. os outros, por mais conhecerem do mundo e não escaparem às tentações de novas necessidades… com a imposta contenção para sobrar algo (poupança) do apropriado para ser investidor, isto é, trocado por meios de produção.
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E assim se vivia, ou devia viver, com o exemplo de Salazar, e de D. Maria, que poupava que se fartava..., em botas, carne e ovos, com as galinhas do quintal de S. Bento. Era o tempo da agricultura como «a arte de empobrecer alegremente», também com o cuidado de não se deixar a indústria extravasar de um determinado condicionamento…
Esta a ideologia-caricatura do “Manholas”, que ele alimentava e que, evidentemente, seria insustentável.
Mas, para ir um pouco mais fundo numa próxima reflexão, à boleia desta (e da palavra poupança), terei de ir a S. Tomás de Aquino e à moral da economia política (burguesa) nos primórdios do capitalismo. Que, aliás, Salazar adoptava, embora critica e moderadamente. Pelo menos na sua aparência ultra-conservadora.
Esta a ideologia-caricatura do “Manholas”, que ele alimentava e que, evidentemente, seria insustentável.
Mas, para ir um pouco mais fundo numa próxima reflexão, à boleia desta (e da palavra poupança), terei de ir a S. Tomás de Aquino e à moral da economia política (burguesa) nos primórdios do capitalismo. Que, aliás, Salazar adoptava, embora critica e moderadamente. Pelo menos na sua aparência ultra-conservadora.
10 comentários:
Quando os vejo na pantalha a perorar sobre poupança,não hesito e começo logo a poupar, desligando a tv.
NOTA:
Para Marx, no Capital e não só, o trabalho não é exclusivamente humano.
Pelo contrário, ele afirma que o "que distingue o trabalho humano do trabalho dos animais são os instrumentos de trabalho". Aliás evoca com grande fascínio o trabalho das abelhas, relembra o infatigável castor etc. Se um pássaro se pusesse apenas a cantar como era construído o ninho?
Mesmo sabendo que isso pode ser algo redutor, ligo quase sempre a poupança à insegurança, à precariedade, ao medo...
Abraço.
jrd - boa! Abraço
anónimo das 22.42 - os anónimos são todos uns chatos... porque são anónimos. Mas alguns podem fazer comentários estimulantes...
Para que não fiquem dúvidas:
«O trabalho é, antes de mais, um processo entre homem e Natureza, um processo em que o homem medeia, regula e controla a sua troca material com a natureza através da sua própria acção (...) Nós supomos o trabalho numa forma em que ele pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha realiza operações que se assemelham às do tecelão e uma abelha, através da construção dos seus alvéolos de cera, envergonha muitos mestres-de-obras humanos. O que, porém, de antemão distingue o pior mestre-de-obras da melhor abelha é que ele construiu o alvéolo na sua cabeça antes de o construir em cera. (...)
Marx, O Capital, livro primeiro, tomo I, edições avante!, págs. 205-206.
Muito mais - mas mesmo muito mais - se poderia trazer para aqui e, para aproveitar este estímulo, talvez venha a fazer um "post".
Não é fácil entender Marx, Diz ele: "Nós "supomos" o trabalho "numa forma" em que...
Pelo facto de o homem criar primeiro a ideia do objecto antes de o construír, não significa que a actividade da abelha não seja trabalho, mesmo apesar de estar nesse trabalho, ausente a noção de "praxis", assim como a "venda de força de trabalho". Marx não é idealista nem uma pera doce...
Samuel - Pois é... é mesmo redutor. Voltarei ao tema.
anónimo (que tanta pena me dá que o seja!) - Não estou de acordo. Acho que é fácil entender Marx. Depois de o entender, de fazer, ou tentar fazer, a abordagem global do pensamento marxista... tão adequdo à realidade e às dinâmicas históricas, ou da História.
Bom... vou fazer um "post"!
Espero pelo post sobre o trabalho e a poupança e ainda sobre a diferença entre o trabalho animal e o trabalho pensado, com muita ansiedade. E agora, só para descontrair,quando eu era miuda dizíamos"Produzir e poupar manda Salazar, para depois nos roubar"
Um beijo.
Acerca da compreensão de Marx, não é isso que afirmou Lenine. Mas quem sabe, sabe...
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