domingo, julho 31, 2011

Verdadeiramente antológico

Fernando Samuel, cumprindo o seu "serviço público", obrigação de cada um de nós (e de todos) de se informar e de informar - no cravo de abril, pelo que se conhece... -, dá-nos a conhecer tanta coisa que nos passaria ao lado sem a sua ajuda!
Como esta resposta de Manuel Villaverde Cabral, numa entrevista ao DN, que é... verdadeiramente antológica:

«(...)o PS, tendo tido a missão histórica ingrata de desfazer a revolução do 25 de Abril - e ter desfeito bastante - não conseguiu desfazer tudo»...

Lá ingrata (e mais!) terá sido!, para os socialistas, para os que no dito PS foram votando, ao longo destas décadas, como socialistas, como gente de esquerda, como trabalhadores, como povo. No entanto, para alguns dirigentes, eleitos e quejandos, foi missão cumprida com gosto e alegria, com proveitos e proventos. E lá vão passando testemunho, sem mudarem de política, de criadores de ilusões em fazedores de desiludidos, alguns disponíveis para, de novo e recorrentemente, se iludirem.

Era em Caxias



Era em Caxias, trinta homens na sala 2, rés do chão, direito.
O Mirão era o "chefe de sala". E era o Herberto, e eram os 5 de Alpiarça, dos quais o Abalada, o Álvaro, o Facalhim, o Machado - como o Blasco - já morreram... , e eram 
Éramos 30 homens encarcerados pela PIDE. De todos sei, e queria dizer, o nome. Estão em mim gravados mas, nesta manhã de domingo, 47 anos passados, ficam apenas os já lembrados. Porque vieram aos dedos dois nomes, porque aqueles cinco povoam o meu cemitério interior. 

Reivindicáramos, lutáramos, e ganháramos, uma hora de música por dia. Ao fim da tarde, antes de jantar.
O gira-discos, trazido pelas famílias, entrava, com os discos bem minuciosamente inspeccionados pelo "funcionário da PIDE" destacada para a cadeia, que muitos rejeitava. Orquestas e autores "do lado de lá", com nomes terminados em itch, ef ou of eram, por norma, rejeitados. Fados, eram todos aceites, como uns Fados de Coimbra, cantados por um tal dr. José Afonso, num disco de 45 rotações, com 4 faixas, em que uma se chamava os Vampiros (esta será, talvez, uma outra estória para um outro domingo de manhã).
Para este domingo, para me alegrar com o "delicioso pungir de acerbo espinho" - e intenção de "oferta" a quem me possa vir a ler e ouvir -, fica o registo do disco mais ouvido, que, senão a todos, a quase todos encantava e nos tirava da cadeia durante pouco menos de um quarto de hora, a sinfonia clássica de Prokofief que, apesar de assim se chamar, entrara excepcionando a regra pidesca, talvez por o tal Prokofief se chamar Sérgio e o disco vir em meu nome,

Bom domingo, como horas de domingo eram todos aqueles tempos de fim de tarde com gira-discos na sala e com Prokofiev e outros a visitarem-nos.
Era em Caxias. 30 homens na sala 2 rés do chão direito. Em Julho de 1964.

sábado, julho 30, 2011

Promiscuidades

Não faltava a evidência da intrínseca promiscuidade entre a política e os negócios, surge agora, em parangonas, a denúncia e evidência de uma outra, a promiscuidade entre a segurança (dita das "secretas") e os negócios!

Os negócios sempre no meio.
Como charneira na carnificina!

Que fazer a estas aves de rapina que infestam os e-mails da gente?

Todos os dias são muitas mensagens como esta:

Bom dia,

Estou Willie Stylez, o agente executivo de um banco de empr�stimos bem reconhecida leg�tima conhecido como FIRST TRUST BANK. localizado no Reino Unido. Unidos que emprestam dinheiro a indiv�duos e empresas que precisam de assist�ncia financeira. Voc� tem um mau cr�dito ou est�o a precisar de dinheiro para pagar suas contas? N�s usamos esse meio para inform�-lo que podemos ajud�-lo com qualquer forma de empr�stimo que voc� precisa, como de refinanciamento, empr�stimos de consolida��o do d�bito, empr�stimos pessoais, empr�stimos internacionais e empr�stimos de neg�cios. Estamos felizes em oferecer-lhe um empr�stimo t�o baixo quanto a taxa de juros de 5%.

Nossa miss�o � prestar um servi�o ao nosso cliente que � r�pido, simp�tico e sem stress. Normalmente, quando temos todas as suas informa��es leva apenas uma hora para organizar a aprova��o de financiamento.

Vamos fazer acordos com voc� (uma vez por empr�stimo foi aprovado) para que possamos obter fundos para o seu empr�stimo com seguran�a.

Se voc� est� interessado, por favor preencha o formul�rio de pedido de empr�stimo e voltar o mais rapidamente poss�vel com as suas informa��es pessoais.
________________________________________

Que fazer? Por um lado, qualquer coisa que impeça esta invasão, por outro lado, não perder a informação sobre o que por aí paira de predadores, de rapinantes, de vigaristas de vários coturnos. Sempre com o dinheiro e a agiotagem a todos os níveis.
Tristes horas estas. Mas boas se de luta!

sexta-feira, julho 29, 2011

Recorte "em Caixa"

«Até ao final de junho, a Caixa Geral de Depósitos diz já ter reduzido em cerca de 8,7 por cento os seus custos com pessoal, acima dos 5 por cento exigidos pelo Estado, revela o documento.

"É de referir que o total das alterações representa menos de 3 por cento do quadro permanente da CGD e foram distribuídas ao longo de todo o semestre", refere a instituição, acrescentando que entre junho de 2010 e julho de 2011 a CGD reduziu o seu quadro permanente em 224 empregados.»

Aleluia!

E quanto aumentará, a Caixa, em "quadros" e remunerações (incluindo, claro, adninistradores... executivos ou não), a partir de Julho? 

Mais um passo em falso?

Não! Mais um passo obediente, servil, pusilânime, pisando e esmagando, a caminho do abismo para que o imperialismo empurra a humanidade.

Nota do Secretariado do Comité Central do PCP
Sobre a decisão do Governo português
de reconhecimento
do “Conselho Nacional de Transição da Líbia”
Quinta 28 de Julho de 2011

A anunciada decisão do Governo português de reconhecer o auto-proclamado “Conselho Nacional de Transição da Líbia” como a autoridade governativa legítima desse País é mais uma grave decisão que viola a Constituição da República Portuguesa, a Carta das Nações Unidas e a própria Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU aprovada pelo governo português - que já de si constitui uma violação da sua Carta fundadora.

Tal postura do Governo português, bem como o momento do seu anúncio, evidencia a total subordinação da política externa portuguesa aos interesses, estratégia e calendário das principais potências imperialistas, com destaque para os Estados Unidos da América, a Grã-Bretanha e a França.

Ao invés de apoiar e promover, como é sua obrigação constitucional, iniciativas visando o fim imediato da criminosa agressão militar da NATO contra o povo líbio, o Governo português opta por aprofundar a linha de aberta ingerência nos assuntos internos daquele país.

A decisão de promover e reconhecer grupos cuja sustentação resulta dos apoios externos que lhe são concedidos para alimentar a agressão militar contra o seu próprio país, é profundamente contrária aos interesses nacionais e representa um adicional e perigoso factor de ameaça à paz regional e mundial.

O PCP reitera a sua condenação da agressão militar à Líbia e apela ao povo português para que exija o fim imediato dos bombardeamentos e da agressão externa, a solução pacífica do conflito, o respeito pelos direitos do povo líbio, da sua soberania e da independência e integridade territorial deste País.

A avaliação dos professores e os cata-ventos


AR: Maioria chumba suspensão
de avaliação de professores
29 de Julho de 2011, 16:04

PSD, CDS-PP e PS chumbaram hoje projetos do PCP e do Bloco de Esquerda para suspensão do modelo em vigor de avaliação de professores (...).

O comentário que gostaria de fazer, sobre o silêncio ensurdecedor (e suspeito) à volta desta votação, está aqui, no rei dos leittões, de que, sendo sintético, retiro esta síntese, à minha responsabilidade:

"(...) Hoje, sobre a votação de diplomas idênticos, em situações idênticas, paira um silêncio suspeito! Idênticas, quer dizer, o governo já não é o mesmo e, pior que isso, já nem há sinais dos tradicionais opinadores. No parlamento foi assim:
- O PCP, igual a si próprio, adaptou às circunstâncias um novo diploma e desmascarou o PSD.
- O BE, como é seu hábito, pegou na iniciativa do PCP e acenou aos media.
- O PS, com sentido histórico, deixou claro que continua a não ir com os professores.
- O CDS, à sua maneira, desenfiou um nim para não desagradar ao noivo.
- O PSD, igual a si mesmo, confirmou que ganhou o jeito de desdizer o que dizia há meses.(...)"

Reflexões lentas... e políticas

Há dois níveis para a actividade política.
Embora só por vezes tal se torne evidente, há, na actividade política, uma expressão institucional e uma expressão “de massas”.
Acontece que, não inocentemente, se insiste em identificar “política” com a sua expressão institucional e, mais redutoramente ainda, com a sua vertente executiva. Uma ilustração desse reducionismo é a pergunta recorrente se alguém “saiu da (ou voltou à) política” por ter deixado de ter (ou por ter regressado a) funções executivas na frente política institucional.
Noutros termos, mas pretendendo dizer o mesmo, há, na democracia em capitalismo (“burguesa”), uma expressão representativa que desvaloriza e menoriza – quanto a relação de forças sociais o permite – a expressão participativa.
Não faltariam exemplos (históricos) de momentos em que, a nível institucional, a relação de forças, enquanto expressão em democracia representativa, levou a opções políticas e outras seriam as opções se tomadas a nível “de massas”, enquanto expressão em democracia participativa. Como pode acontecer o contrário: seriam outras as opções da democracia representativa, diferentes das adoptadas em democracia participativa. Como “ponte” entre as duas frentes, as ratificações e os referendos ilustram-no e, por isso, a frente institucional pretende eliminar a via referendária quando não está (ou pode não estar!) de acordo com as decisões que tomou ao serviço dos interesses que serve.
No tão mal contado período histórico chamado PREC, as conquistas revolucionárias, germinadas na resistência ao fascismo, e no Movimento das Forças Armadas e no 25 de Abril, aparecem como tendo sido resultado de uma política institucional levada a cabo por sucessivos governos, do 2º ao 5º provisórios, em 415 dias, do "gonçalvismo". Há, no entanto, que bem sublinhar que foi dos raros períodos históricos em que os dois níveis se entrecruzaram e a dinâmica da “luta de massas” encontrou expressão na frente institucional, com todas as dificuldades e constrangimentos resultantes da instabilidade na relação de forças sociais.
Aqui e agora, apenas lembro que a referida dinâmica ao nível das massas foi para além dessa expressão institucional, e foi já depois de um 6º governo provisório, de um 25 de Novembro de 1975, de uma Assembleia Constituinte em que a expressão do nível da dinâmica de massas era bem escassa relativamente à sua real força (exemplo: apenas 12% dos deputados do PCPem 250)... e a Constituição da República Portuguesa reflecte mais essa dinâmica de massas que a composição do órgão institucional que a elaborou e aprovou por enorme maioria. Ainda hoje, não obstante sucessivas malfeitorias, a CRP mantém o seu sentido matricial e muito incomoda – quando não pode ser inconstitucionalmente ignorada e desprezada – a frente institucional que se foi estabelecendo, mas onde a luta de massas não deixa de ter expressão a partir de grupos parlamentares que não abdicam antes estimulam permanentemente a sua ligação à massas. E mais terá quanto mais conseguir exprimir-se enquanto tal ligação.
Sublinho, como última nota (de reflexão para uso próprio e mais de alguém que possa suscitar, desejavelmente em complemento ou controvérsia), que os dois níveis da política, mesmo quando aparentemente estanques porque o representativo-institucional abafa ou oprime o participativo-“de massas”, estão necessariamente ligados, quanto mais não seja pela via eleitoral.

O roubo da Caixa (de esmolas)

Actualização de notícia do Jornal de Notícias:

Apanhados a roubar caixa das esmolas
2011-05-20 07-29
A GNR não deteve, esta sexta-feira, dois vários indivíduos, de 51 e 61  entre os 40 e os 70 anos, apanhados em flagrante em um assalto à caixa de esmolas do santuário de S. Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro. Caixa Geral dos Depósitos.

Os indivíduos já tinham na sua posse uma quantidade "razoável" de dinheiro em moedas, furtadas da caixa  de outras "caixas de esmolas"... mas são insaciáveis

As viaturas em que se faziam fazem transportar, sempre de renovada mais alta gama, não foi foram apreendidas, assim como o "artefacto de sucção" utilizado para tirar as moedas da cCaixa.

Os assaltantes vão ser presentes a tribunal... mas só daqui a alguns anos, se a médio prazo não estiverem mortos, como previu o "inspector" Keynes (talvez) da Scotland Yard, ao serviço da troika

quinta-feira, julho 28, 2011

Antes bacalhau à comunista!

O actual director da escola em que me licenceei, onde tive trabalho docente (quando o fascismo foi derrubado e tal me foi possível) e doutorei, João Duque (jduque@iseg.utl.pt), que tantas vezes me tem feito corar de vergonha nas frequentes participações a que é solicitado, no estatuto de que usufrui, excedeu-se. Excedeu-se no título intencionalmente provocador e desrespeitador, e na prosa pretensamente humorística que nem  Armando Ferreira subscreveria, de um texto que o Expresso lhe oferece.

O título consegue ser menos mau que o texto. Ao titulo um "corte de cabelo" à comunista apenas apetece responder com um recorte que tinha em arquivo,

e que - desejo - terá alguma graça e utilidade, ao contrário do artigo de João Duque.

Sobre o texto, que considero simplesmente lamentável por impróprio até porque ignora o que critica por mero enraizado preconceito uma vez que, decerto, não terá lido o projecto do PCP relativo à renegociação da dívida, que tinha, entre outros objectivos, o de estimular o financiamento interno da economia, e nada mais se acrescenta porque seria gastar mais cera com um pobre defunto, para além do que, tão acertadamente, comentou Vasco Cardoso, em actual, no avante! de hoje,  de que se recomenda a leitura (Duques e cenas tristes), aqui.

Quem é que enCAIXA?...

... e é "dinheiro em Caixa"?

no correio da manhã
de hoje


Será a Caixa...

... chinesa? 




e ainda faltam
3-gavetas-3
("eles" são 11!)

Austeridade e desaustinação

A sensação é de náusea!
Simultaneamente com a verdadeiramente feroz ofensiva contra os trabalhadores e os pensionistas (que recrudescerá... se não houver resposta que a trave), com o cresimento do número de desempregados como se fossse doença inevitável, chovem as notícias,
i) sobre o "reforço" dos orgãos de direcção da Caixa Geral dos Depósitos, com nomeações "à la carte" (ou cartão partidário e representações pessoais: um do 1º ministro, outro do ministro das finaças, outro do CDS, outo, ao que parece - senão todos - do PR);
ii) sobre a Fundação Cidade de Guimarães, em que, além dos níveis mais que escandalosos da remunerações, se zangam comadres e descobrem verdades;
iii) sobre decisões da Presidente da Assembleia da República, em benfício de um antecessor no seu cargo institucional,
iv) sobre as reinvidicações banqueiras relativamente à renegociação (!) do memorando com a troika que tão pouco os beneficia... 
e etc., etc.
É um desatino, evidentemente compensado pelas viagens do 1º ministro em classe económica da TAP e os cortes no ar condicionado no ministério de tudo menos comércio de gravatas...
É um desatino e uma desaustinação!

Será a Caixa...

... de Pandora?

quarta-feira, julho 27, 2011

Parece desfocado?

Se calhar não está tanto quanto parece...
há que "malhar no ferro enquanto está quente"! 

O que está ultrapassado?

O que está ultrapassado?, o que é obsoleto?
O que a realidade confirma dia a dia, hora a hora?
Que as relações sociais predominantes separam os seres humanos entre os que se tornaram proprietários de  meios de produção e visam acumular capital sob a forma de dinheiro, com base metálica ou fictícia, e os que apenas têm a sua força de trabalho, cuja venda lhes dá acesso ao que necessitam para satisfazer as suas necessidades,  as de seres materiais, as resultantes da humanização-socialização do processo histórico, as artificialmente criadas (como as da aparência de ter) para que o capital-dinheiro se multiplique e acumule.
Que outra(s) ideologia(s)?
A de que, sendo assim, tudo é conciliável, que os interesses de uns e de outros não têm conflitualidade, que o que se escora na exploração de uns por outros é humanizável?, a de que (se não se pode considerar a mesma...) essa separação deixou de existir, que não há classes sociais, que a riqueza de uns não se alimanta da pobreza de outros (como - "obsoletamente", claro - se afirma em textos clássicos e se confirma nos quotidianos de desigualdades e crescentes disparidades)?
Estude-se o funcionamento da economia, as suas dinâmicas! Como ao longo de décadas, de séculos tomam formas diferentes, mudam de aparências, sem se alterarem no que é definidor, sem mudar a essência.
Há um aspecto que, nestas reflexões, quero sublinhar - como tantas vezes me assalta e de tantas maneiras já tentei formular. O ideólogo marxista (assim dito para, aqui identificar e simplificar) tem necessidade de conhecer as outras ideologias (se mais que uma são...) e o funcionamento económico e social que elas traduzem e elas justificam, tem de estudar, de aprender, aprender sempre; os outros ideólogos, quando não negam as ideologias, ignoram o marxismo, ou arrumam-no como uma obsolescência a partir de caricaturas e falsidades históricas, não têm de estudar a não ser o que se confina ao tudo que já sabem como definitivo histórico.     
A diferença entre conhecer para combaterignorar ou esmagar para fugir à luta. Ideológica.

Por isso, insisto (com Lenine):
aprender, aprender sempre 

terça-feira, julho 26, 2011

Houve esclarecimento

Acordei da sesta a tempo. E ouvi um pedaço de debate interessante. Porque acordei a tempo de ouvir as intervenções após os deputados PS, PSD e CDS. Acordei a tempo de ver o debate a acordar a partir das perguntas de Honório Novo.
Ouviram-se coisas interessantes porque se passou à política. Afinal o ministro precisa de ser acicatado para "abrir o jogo": namoro descarado ao PS, a partir do compromisso comum e... da posição ideológica comum.
Foi relevante que Vitor Gaspar tenha dito que não é ideologicamente neutro e ter explicitado a sua posição, apoiando a posição de um deputado do PS, na consideração de que não há que fazer distinção entre capital e trabalho, nomeadamente em termos de repartiçãode rendimentos.
Se ele o afirmou, e por isso foi cmprimentado, assim se assumam todos.
O que esteve em causa, e em causa está, é mesmo uma questão ideológica: considerar se há ou não uma dicotomia capital-trabalho. Sabendo nós de que lado estamos, considerando haver essa dicotomia e estando do lado dos trabalhadores, sabendo de que lado está, explicitamente ideologicamente, o ministro (e o governo)... é necessário que se clarifique (ou se denuncie) onde está, ideologicamente, quem se quer posicionar "à esquerda".


Que rica sesta!

Como cidadão que se pretende informado, apesar de em casa familiar para veraneio de dois dias (com mais ventania que sol e verão), quis acompanhar a chamada do ministro das finanças à comissão parlamentar. 
Começou às 15 horas e iniciou-se com uma apresentação do motivo da audição por deputado do PS, seguiu-se uma exposição do ministro e continuou-se por conversa morna e a ritmo lento entre o ministro e os deputados do PS e do PSD. Confesso ter perdido (?) cerca de uma hora de debate (?). Que rica sesta... com este ruído de fundo. Terei descoberto (ou confirmado) uma relevante qualidade sedativa neste nóvel ministro das finanças.
    

Não dar pasto...

Não se trata de dar pasto a um lado da campanha em curso sobre a tragédia na Noruega, que não é de informação e de esclarecimento mas de obscenas "explicações".  Mas, apenas, de um sublinhado.
Quantas vezes se ouviram ou leram as palavras terrorismo e terrorista, que seriam as mais utilizadas se as cores da pele, dos olhos e dos cabelos daquele terrorista fossem outras? Se essas cores fossem outras, e outra a origem de um suspeito de crime terrorista (o que não é o caso, porque este "ariano" não é suspeito, é um fascista que já era conhecido e que, com toda a tolerância, passou aos actos terroristas) não estaria já num avião qualquer com escala por um qualquer país conivente para ser "depositado" num qualquer Guatanamo (não que ache que devesse ser esse o procedimento... mas sim rigoroso julgamento e internamento e tratamento psiquiátrico)?  


segunda-feira, julho 25, 2011

Audição do PCP sobre legislação laboral

PCP realiza audição
sobre Legislação Laboral
Segunda 25 de Julho de 2011

É preciso "lata"!

Faça-se um “joguinho” a partir do que disse hoje o governador do BdP e do que disseram os senhores banqueiros.

Antes, os bancos emprestaram ao governo a juro x (por exemplo, 7%). E fizeram-no com empréstimos que teriam tido de bancos estrangeiros e outras fontes, como o BCE, a juro y (por exemplo, 2,5%). É o seu negócio (ganhando a diferença entre os juros, no exemplo, 7% - 2,5% = 4,5%) !

Agora, os bancos achavam bem que o governo lhes pagasse para eles pagarem a dívida que contraíram para emprestar ao governo. Assim se transferiria a dívida sua para o governo, a que este melhor poderia fazer face por os seus juros terem baixado, à boleia da “solução grega”, embora com prazo dilatado, a que corresponderá um pagamento maior que o que estava para ser.

Depois, os bancos, com a situação mais desanuviada, voltariam a pedir emprestado, talvez a juro z inferior a y (por exemplo, 2,5% – 1% = 1,5%) para voltarem a emprestar ao governo (que bem precisado estará) ao mesmo juro x menos qualquer coisa (por exemplo, 7% - 0,5% = 6,5%). O negócio continuaria para os bancos e melhor (no exemplo, em vez se 7% -2,5% = 4,5%, seria 6,5% - 1,5% = 5%)!

Até parece que, no fim das continhas, todos ganhariam: o governo a pagar 6,5% de juro em vez de 7%, os bancos a ganharem o diferencial de 5% em vez de 4,5%.

E a gente? Cada vez mais endividada e sem a economia ter com que se financiar.

(atenção: todos estes números são mera ficção,
são de um "joguinho" que imita - mal - a realidade)

Não nos pode passar ao lado. De modo algum.

O que aconteceu na Noruega horroriza e assusta.
Como em tempos de explosão de crise (não só económica!), há um recrudescer do radicalismo de direita. Os anos 30 lembram-no.
E serve para, do aparente combate à violência e vigilância, fazer um pretexo para generalizado ataque aos direitos sociais e às liberdades indivduais, quando se sabe muito bem onde, e como, a serpente choca os ovos.
  

Comentário oportuníssimo

O anterior "post" provocou este comentário:

Afinal parece que há quem queira "renegociar" o programa da troika:

«O presidente do BPI, Fernando Ulrich, defendeu hoje que "o programa da troika para a banca não faz sentido", por ser muito exigente em termos de rácios de capital. E deve ser "repensado de alto a baixo"».

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=497753

Surpreendidos? Claro que não! Fernando Ulrich apenas clarifica que o objectivo do programa de submissão e agressão do FMI/BCE/CE em conjunto com PSD/CDS/PS é proceder a um golpe constitucional contra os direitos dos trabalhadores e do povo português conquistados com a Revolução do 25 de Abril de 1974.

Como dizes, é o capitalismo... é o Fernando Ulrich a assumir o seu papel, do seu lado da barricada na luta de classes.»

Ricardo O.


Obrigado, Ricardo

Coisas que me passam pela cabeça - III








5.
Em vez de abanar a cabeça ou os ombros encolher
temos de gritar basta!

Há, pois, que dar o nome aos bois:
chamar exploração à exploração
(que é de "eles" o alimento);
chamar especulação à especulação
(que é  a sua droga-medicamento);
chamar luta de classes à luta de classes
(que é a História em movimento);
dizer que é de capitalismo o tempo em que estamos
(que só o é enquanto o consintamos).

A água - um bem (e um serviço) público!

Coisas que me passam pela cabeça - II






3.
Não há tectos para tanta gente que vive (?) sem abrigo

Ao mesmo tempo que não há gente para tanta casa construída
para dar lucro ao construtor
(que construiu com empréstimo bancário,
que os bancos pediram aos bancos)
Entretanto, não há empresas micro, pequenas ou médias
para tanta loja vaga e para tanto pavilhão vazio


4.
Não há restos e sobras de tanta abastança de alguns
que matem a tanta fome de tanta gente.

Ao mesmo tempo que não há produção e venda
que chegue para manter empregos e dar lucro ao patrão
Entretanto, há que gritar basta!
em vez de abanar a cabeça ou encolher os ombros
(porque está nas nossas mãos,
e não nas cabeças - e bolsos/as! - de "eles")

domingo, julho 24, 2011

"A minha intifada - Palestina" em "as palavras são armas"

Em aspalavrassaoarmas.blogspot.com, Cid Simões colocou, até hoje, 7 mensagens sob o título genérico de a minha intifada - Palestina.
Deixam-se os "links":
intifada-cs-1
intifada-cs-2
intifada-cs-3
intifada-cs-4 a 7
Merecem ser visitadas, por muito que possam impressionar algumas fotos!
Não esta... que apenas confirma.


Os de ontem é que eram "bons"!?

É ouvi-los/as. De há uns tempos para cá, agora com maior insistência e ênfase, entre “eles/as” é consensual a afirmação da “crise de dirigentes europeus”.
É ouvi-las/os falar, com saudade, nostalgia, angústia, da actual falta de gente com o “estofo”, com a “qualidade” dos “pais da Europa” e de alguns de gerações que não esta, a de hoje. Já não há gente como aquela!, dizem...
Sempre, e todos, referindo nomes sonantes. Nunca faltam os de Monnet e Delors, a que se juntam, conforme os gostos pessoais, Schuman, Spack, De Gaulle, d’Estaing, Spinelli, Brandt, Tindemans, Kohl, e patrioticamente há quem nos atire à cara com o de Soares (pai de tudo: do socialismo, da contra-revolução, da social-democracia, da “Europa connosco”, da pulitiquice), e até já ouviu o nome de  Vitorino como referência para confrontar com os… des(en)graçados dos actuais. Que seriam, em muito ou em quase tudo, responsáveis pelo estado a que isto chegou. Sim, porque com os de antigamente ao leme… outro rumo teria a barca e não este naufrágio.
Longe de mim defender gente como Merkel, Sarkosy, Barroso & Cia., mas não é justo fazer-se deles/as bodes expiatórios, “passa-culpas” individuais de uma dita “crise” que não é mais que a crise de funcionamento de um sistema sócio-económico na inevitabilidade das suas contradições sempre agravadas.
E quando se “ouvêem” essas luminárias do comentarismo político perorarem sobre os risonhos caminhos que teriam sido os desta integração de Estados europeus nos seus começos com seis e alargando, criando uma periferia antes apenas limitada ao sul da Itália, e que teriam sido sempre fáceis e sem escolhos porque conduzidos por quem era de “outra qualidade”, não o farão por ignorância (alguns/umas será) mas por má fé histórica.
Nas escassas décadas que vêm dos anos 50 do século XX muitas contradições e fricções e batalhas ocorreram (uma dessas luminárias diria decorreram!...), houve "crises" motivadas pelos que, em democracia representativa e burguesa, representavam os povos, ou apareciam ao leme sem se saber bem como, e confrontavam os solavancos do capitalismo.
Cito um único episódio: o da cadeira vazia.
1. «A partir de Julho de 1965, opondo-se a um conjunto de propostas da Comissão relativas, designadamente, ao financiamento da política agrícola comum, a França deixou de participar nas reuniões do Conselho e, para retomar o seu lugar, exigiu um acordo político sobre o papel da Comissão e a votação por maioria. Este episódio da História da Europa ficou conhecido pela "crise da cadeira vazia".» (europa.eu)
2. «De Gaulle, apesar de defender uma Europa forte perante os EUA e a URSS, nunca acreditou numa Europa unida politicamente. Para ele, a independência nacional da França, país que ele tentou denodadamente manter com o estatuto de potência, era uma questão inegociável. Resultou deste nacionalismo de De Gaulle a chamada "crise da cadeira vazia" em 1966 que manteve, durante meses, a Comunidade paralisada e que, finalmente, acabou com o chamado Compromisso do Luxemburgo.» (www.historiasiglo20.org)
3. «Em França, De Gaulle era o símbolo do poder político. De direita. Com o pendor nacionalista que o fizera participar na Resistência, nela forjando a sua imagem, afirmando-se na primeira fase da CEE – como no episódio da "cadeira vazia" e na imposição do "interesse vital" – para a impedir de prosseguir caminhos que considerava contrários aos interesses da França, com um controlo da política interna que o levava a dizer, na mensagem de fim do ano de 1967: "no meio de tantos países abanados por tantos safanões (saccades), o nosso país continuará a dar o exemplo da eficácia na condução dos seus assuntos (affaires)".» (isto dito logo antes de Maio de 1968)(www.omilitante.pcp.pt).

E há muitos mais episódios que não se podem assacar à "qualidade" dos intérpretes!

"Diário Liberdade - portal anticapitalista da Galiza e os países lusófonos"





Domingo, 24 Julho 2011
Galiza - Comunicaçom


Nas próximas horas, o Diário Liberdade começa cobertura informativa especial do Dia da Pátria Galega
Diário Liberdade - Cada ano, o 25 de Julho marca o encontro do povo galego com as suas reivindicaçons nacionais, quase sempre enfrentadas à violência policial espanhola...

Jamais le dimanche?

Para este domingo, lembrando Melina Mercouri:
.
Les enfants du Pyrée
Jamais le dimanche
Oú que me portent mes voyages la Grèce me blesse
Je suis grecque

E já estava em docordel


sábado, julho 23, 2011

Conferência de imprensa sobre as "conclusões da cimeira"






Ler aqui a introdução à conferência de imprensa Sobre as conclusões da Cimeira dos Países da Zona Euro, pelo deputado PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira.

As "bodas de prata" de um infeliz enlace, com eventual desenlace dada a "incompatibilidade de génios"

Nesta semana dediquei-me - não em exclusivo, claro, mas em prioridade - à resposta a um convite-convocatória para um artigo para a revista Portugal e a UE, revista dos deputados do PCP no Parlamento Europeu, e que muito "me diz".
O artigo deveria ser sobre os 25 anos de adesão às Comunidades Europeias, uma espéicie de "bodas de prata" de uma espécie de casamento de infelicidade anunciada (e bem anunciada foi, mas os "padrinhos" queriam lá saber).
Não vou, evidentemente, reproduzir o que escrevi, mas a "tese" é que Portugal existia antes de 1986, e que vinha crescendo há séculos, que existia na Europa e não passou a existir por ter "entrado", como Estado-membro para uma dita "comunidade de Estados", e que continuará a existir apesar das condições criadas pelo "matrimónio", qualquer que seja a sorte (ou azar) deste. 
Na balanço, ou embalagem, tomado nos números, tabelas e gráficos a que recorri e elaborei, continuei por pistas ou veredas deixadas em aberto, e para aqui trago dois gráficos já elaborados depois de concluido e enviado o artigo.
Nas tabelas e respectivos gráficos, pode ver-se como, após uma década de alguma (e frágil) tendência de convergência real, esboçando-se o cumprimento, nos primeiros anos de 90, do princípio da coesão económica e social, depois de 1996 o que se tem verificado é o total abandono desse princípio, apagado do léxico com a adopção do euro de forma absolutamente desastrosa para os países de economia mais frágil (como foi previsto e prevenido), e a evolução comparada das taxas de crescimento económico anual revela que ainda se mantém uma escassa convergência até 2000, para depois ser clara a tendência de desconvergência, com uma uma única excepção no ano de 2008 em que o crescimento negativo (!!!) da U.E. 27 foi ainda maior que o crescimento negativo (!!!) de Portugal, alargando o fosso que nos separa, em termos de nível de vida, da chamada Europa.

taxas de crescimento anual

crescimentos económicos (quando o foram...) "paralelos"
(em desconvergência real)

Os números são do Eurostat, e o que nos espera (se ficarmos à espera...) não será nada melhor.

Coisas que me passam pela cabeça - I











1
A culpa é deles, por terem sido paridos
A culpa é nossa, por ainda estarmos vivos
Como foi nossa, por termos nascido
Como será deles se teimarem sobrevivos


2
Não há segurança social que resista a tais longev idades
Não há trabalho decente que chegue para tantos licenciados
Não há tectos para tanta gente que vive (?) sem abrigo
Não há restos e sobras da cada-vez-maior abastança de alguns
que matem tanta fome a crescer em sempre-mais
(e um seria demais!).

sexta-feira, julho 22, 2011

Não há políticas anti-sismo?

Na primeira página de um  jornal de anteontem



pena é que, nas páginas interiores,
tudo isto pareça uma... fatalidade.
E inevitável não é!

T(á)Visto!

• Correia da Fonseca,
no avante! de ontem, 
em 


sobre Os bons sentimentos:

«(...) apesar da inteligência, dizia ele o que afinal já é costume ouvir aos que não são inteligentes, aos que por vezes pelo som mais se assemelham aos papagaios que ao homo sapiens: que isto do défice das contas públicas é muito grave, que é preciso cortar nelas obviamente do lado da despesa pública, não buscando o equilíbrio pelo aumento das receitas. Ora, é preciso descascar esta fórmula para vermos o que está lá dentro, e a já longa experiência ensina-nos que o fundamental do seu miolo é o conselho para que não sejam incomodados com impostos os que mais facilmente os poderiam pagar e se opte por procurar o equilíbrio orçamental cortando despesas públicas. Quais? As mais fáceis, naturalmente, que são quase sempre as mais vultosas por beneficiarem o maior número e suprirem necessidades fundamentais (...).» 

vale a pena ler todo, claro!

Renegociação da dívida

Hoje, como dia seguinte ao Conselho Europeu - que reestruturou, em desespero e em fricção de contradições, a "dívida grega", por forma a ver e a merecer estudo e com efeitos colaterais -, e dois dias depois do projecto apresentado pelo PCP na Assembleia da República, deve ser lembrado - talvez como todos os dias - o que vimos dizendo há dias, há semanas, há meses, há anos, há décadas.
Por exemplo, anteontem, na introdução ao que deveria ter sido um debate sobre um projecto relativo à dívida de Portugal, o PCP disse, por Agostinho Lopes: 

«(…) eixos que consideramos essenciais.
1. A prévia avaliação completa e rigorosa da dívida.
1.1. Um serviço da dívida compatível com o crescimento económico.
1.2. A salvaguarda dos pequenos aforradores.
1.3. A reconsideração do empréstimo do FMI/BCE/CE.
2. Uma forte iniciativa negocial e diplomática junto de outros países visando uma acção convergente e solidária na resolução dos problemas comuns.
3. Uma política activa de “renacionalização” e de diversificação externa do financiamento.
3.1. A consolidação das finanças públicas concretizada pelo lado das Despesas e das Receitas.
3.2. O aumento da produção, contendo e substituindo importações por produtos nacionais e fazendo crescer as exportações.
(...)»

(...) o aumento de transportes (...)

Bem!... o aumento dos transportes públicos é uma barbaridade:
não só pelos 15%,
não só pela insensibilidade, de que falam sindicatos e comissões de utentes,
também pelo sinal de total desprezo e brutal ataque ao conceito e sistema de serviço público
(o que seguirá - com a mesma brutalidade, o mesmo desprezo, a mesma insensibilidade -, os correios, a água?). 

quinta-feira, julho 21, 2011

Duas coisinhas no final deste dia D

  • 1. Ora aqui estamos nós – eu, tu, ele - informados "à maneira", pelos orgãos de comunicação social, como os que verdadeiramente mandam, os donos do dinheiro, comandam. Sobre o “êxito”, o “sucesso”, sobre o que, se tivesse nome, seria reestruturação da dívida, embora sem negociação, ou com negociação enviesada, em que se “perdoou” parte (pelos "privados"), se baixou juros, se dilatou prazos. Para a Grécia, com alguns efeitos “à boleia” ... mas só alguns, e vamos a ver quais e de que modo (em prestações mais suaves mas tendo de pagar mais?).
  • 2. E que irão dizer as agência de “rating”?, e como reagirão os “mercados”?, e os "privados"?
  • O espectáculo vai continuar!

Festa na Luta - Luta na Festa

A 35ª Festa do avante!, a 2, 3 e 4 de Setembro

                

Da toalha da mesa do canto do Canto da Vila

Quando, nos tão apregoados como indispensáveis cortes das despesas, se incluem os subsídios de desemprego e as pensões de reforma, por exemplo, há que gritar bem alto que essas despesas de hoje e para amanhã, foram receitas de ontem, tiradas aos rendimentos dos desempregados e dos pensionistas para que hoje e amanhã lhes sejam devolvidas. São dívida para com eles, isto é, nós!
Que lhes fizeram?, em que "off-shores" e BPN estão delapidadas? Em que faustosos almoços e jantares se consumiram, de que agora, magnanimemente, querem que aproveitemos os restos e as migalhas? 

Guerra entre países?

Estaremos a viver um período histórico (como tantos outos assim contados) de guerra entre países? Com a característica, dadas as armas, de guerra entre moedas?
Não, meus caros! Essa é a aparência.
A "guerra" é a luta de classes!

Como escreveu Marx (em alemão!): se a essência fosse igual à aparência, para quê a ciência?... e para quê a teoria, a base teórica...que até está no artigo 2º dos nossos estatutos?! 

Mais um dia D

Depois dos habituais prolegómenos entre a Alemanha e a França  (já foram mais habituais, mas parece estar a voltar-se, em força, a arranjos franco-alemães antes de decisões... "com os outros") hoje será um dia de reunião entre os chefes de Estado da U.E., institucionalizados em Conselho Europeu (o dedos fugiram-me para a verdade e teclaram Euro pau...).
O comissário-mor, esse nascido em Portugal chamado Durão Barroso, também fez a sua parte no proscénio, com uma dramatização mal enjorcada, e aqui estamos à espera do que vai sair dali.
Uma grande questão, ou a grande questão, é a de se encontrar uma resposta "europeia" à ofensiva dos mercadosvinda do outro lado do Atlântico, e ao serviço do instrumento cada vez mais enfraquecido da cabeça do imperialismo chamado dólar. No entanto, e são as contradições de um sistema intrinsecamente contraditório, desta parte de cá do capitalismo financeiro, também não há, nem pode haver, unanimidade ou consenso ou só senso. Podem encontrar-se "concertos" desesperados, mas serão apenas transitoriamente afinados, porque a desafinação é a norma. E, repare-se, para defender o "seu" euro (que não é de todos, nem lá perto), os 27 não têm, no seu seio, alguns escandinavos, e não podem, de modo algum, contar com o Reino Unido, que é mais "ponte atlântica" e anglo-saxónico que continente europeu (e está, aliás, com outros problemas complicados na "cozinha interna").
Vamos a ver o que vai dar aquela reunião dos "grandes" que nos representam, Pois... porque vivemos em democracia representativa.
Mas nisso se esgota a democracia (burguesa) e a política? 
Seremos - eu, tu, ele, nós - apenas espectadores, depois informados "à maneira", pelos orgãos de comunicação social que os que verdadeiramente mandam, os donos do dinheiro, comandam?

quarta-feira, julho 20, 2011

A renegociação da dívida (para memória futura)

No encerramento do debate (?), a intervenção de Bernardino Soares: 

        

Comenta dores

Comentário recebido:

Uma coisa é certa, de acordo com o Diário Económico, para depósitos superiores a 50 mil euros existe sempre a possibilidade de abrir uma poupança no Deutsche Bank...
É que perante a possibilidade de colapso do sistema financeiro, agora que o Deutsche Bank (português) passa a ser uma sucursal da casa mãe, o dinheiro ficará garantido na Alemanha.
Não estaremos perante uma fuga organizada de capitais?, nem de uma instituição financeira a fugir da obrigação de cumprir os critérios que nos são impostos, mas livre para operar em Portugal?
Concerteza que tais «poupanças» estarão livres dos custos sociais da embaratecimento dos despedimentos.
E ainda dizem que o grande capital alemão não é nosso amigo...

Ricardo O.

Obrigado, Ricardo

«Diário de Notícias
Deutsche Bank foge ao risco de Portugal
16 Junho 2011

O Deutsche Bank vai deixar de ser um banco de direito português para passar a ser uma sucursal da casa-mãe alemã. Uma forma de deixar de estar exposto ao risco de Portugal.»





depois mando a conta da publicidade!

E PAGO POR QUEM?

do sapo:
Despedir vai ficar mais barato
a partir de Setembro (DE)

As novas regras que reduzem o valor das indemnizações por despedimento vão entrar em vigor no final de Agosto ou início de Setembro e serão aplicadas a novos contratos.

... e nós não podemos impedi-lo?

Privatizações - a RTP e RDP

Andam agitadas as "águas".
O governo quer uma privatização rápida mas,mesmo neste,o CDS parece não querer o que o PSD quer... e em força.
De fora do governo - mas quem manda nele - não quer, ou quer de outra maneira, ou não quer mas ainda não disse. Os negócios da Sic, da Tvi e da Rádio Renascença, isto é, os poderosíssimos negócios da Igreja, exercem todos os modos de pressão. Até ao dar de ordens, à banqueira maneira.
O assunto discute-se da única maneira que se admite que os assuntos - todos! - se discutam, em termos de mercado. Neste caso, sobretudo o da publicidade. Dos lucros a tirar, a retirar, da operação. Tudo... conatbilidade e cifrões.
Uma informação, um veículo cultural que não seja instrumento estreme de acumular capital, isso não entra nestas considerações, como algumas das senhoras da rua que percorria, pausadamente o pai do António Gedeão.
O que preocupa é que consigamos levar mais gente, muito mais gente, a ver onde isto tudo, esta mediocracia e esta mercadofília, nos vai levar. A curto prazo.
E está no primeiro plano, a questão ideológica.A consciência do que somos. Aqui e onde for, Pela Europa e pelo mundo.

Audições do PCP

O PCP organizou mais uma das suas audições. Esta sobre privatizações. Pode ler (e ver video) aqui

terça-feira, julho 19, 2011

Que dizer?

A caminho de Beja. Para ir "explicar", a partir da minha (de)formação, o que se está a passar. Em Portugal e no mundo.
Tarefa... complicada. E apaixonante.
As pessoas, os amigos e os camaradas, querem saber como se sai disto. Mas eu não tenho no meu bornal respostas. e, sem falsas modéstias, vou muito mais para aprender que para ensinar. Como foi ontem e anteontem, algures, por aqui e por ali.
Sei, de antemão, que vou desiludir. Mas não sinto qualquer culpa. Uma das coisas contra as quais penso que todos devemos lutar é contra as ilusões. Pelo que começar por desiludir... é bom.
A "crise" é do capitalismo. E não tem saída em capitalismo.
Temos de lutar para que menos sofram os que mais sofrem sempre, e mobilizar para a luta política, para a tomada de consciência, para se tomar partido. Para que se dê menos importância ao tempo (quando?) e muito mais importância ao futuro (como?), mesmo que convictos que ele será nosso ainda que sem nós. Mas porque nós para ele contribuimos. 

Mas, como é evidente, vou falar de economia, de produção, de défices, de dívida, de agências de rating, de renegociação, de periferia e solidaridade. Naquela perspectiva. De luta de classes e não entre países. Na perspectiva que é a minha, a nossa-

Duas coisinhas no intervalo

  • 1.- Como é que é possível, em Prós e Contras, numa discussão como a que estou a "ouver", ouvir umas coisas (que acho eu...) certas, outras (que acho e...) certíssimas, coisas da boca de um fulano que (acho eu...) não deve "ser bom da cabeça", e ao lado ele um outro com um discurso bem organizado e ensaiado (num tubo do dito?) mas que fala de outros que não pensam como ele como pessoas simplistas e pouco inteligentes (com toda a delicadeza, claro...), e está sectariamente obcecado pelo federalismo
  • e - tirando um que, âs vezes, anda lá perto mas não se atreve - ninguém tocar, nem com uma flor, nas relações sociais de produção, na exploração dos trabalhadores, na mais-valia e suas formas derivadas em lucro, rendas e juros, em especulação, numa palavra em funcionamento do capitalismo (perdão, em 3 palavras)?
  • 2. Dado ter perdido qualquer esperança de "ouver" um vislumbre de abordagem desta temática tão séria de forma aberta, fora do garrote do sistema, (nunca tive muita, vistos os interlocutores, apesar da vontade, e utilidade, de conversar com dois deles - João Ferreira do Amaral e Ricardo Pais Mamede, e com eles aprender... mos), vou ler O Militante ou reler um qualquer trecho do Marx! 

segunda-feira, julho 18, 2011

Mundo árabe - Revolta, reacção ou revolução? Agressão imperialista!

No número em distribuição, a revista O Militante, inclui um artigo de Ângelo Alves, Mundo árabe - Revolta, reacção ou revolução, de muito interessante e útil (e urgente!) leitura para quem queira saber mais (e o contrário!) do que que é inistentemente veículado, justificando agressões sobre agressões do imperialismo. Artigo que pode ser lido aqui.

Sabe-se por exemplo que a Líbia é (já se terá de dizer era?, tal a destruição em curso!) um país no grupo dos de elevado nível de desenvolvimento humano, segundo o Programa da das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no relatório de 2010 em 53º lugar entre 169 países escrutinados, bem acima, por exemplo, da Rússia (65º) e do Brasil (73º)?

25 anos de Portugal na (hoje) União Europeia

Fui convidado/convocado a escrever, para a revista dos deputados do PCP no PE (que tanto me diz... de bom e de mau), um texto sobre os 25 anos de Portugal na U.E. Pensava desincumbir-me da tarefa com "uma perna às costas" pois há 49 anos (agora contados) que escrevo coisas sobre coisas relacionadas com a integração capitalista europeia, mas meti-me por caminhos (e trabalhos) que me deram "água pela barba (branca)". Há sempre maneiras novas... e esta que absorveu-me tanto que até me distraiu de outras coisas, como este blog que vou alimentando. Bom, aqui estou, sem nunca ter deixado de estar...

Do texto, reproduzo a abertura e o fecho (pelo meio, pelo miolo, há muitas tabelas e gráficos (e menos de 12.000 caracteres como me foi imposto...) e ficam muitas pistas!

«Portugal já existia antes de “entrar” para o que mal se chama a Europa, a (mal) dita Europa…
(...)
«Poderia, na resposta a convite-convocatória para tratar deste tão relevante “balanço” da pertença de Portugal, como Estado-membro, a uma “Comunidade” muito pouco comunitária que mudou para uma “União” nada unida, ter feito outras abordagens, entrado por outros caminhos. Mas este era um deles, ou esta uma daquelas
Com as pistas que se abriram e actualizaram – sem a preocupação de estudo académico nem a filia dos “números exactos” – é clara a conclusão de
• que, neste quarto de século, a economia portuguesa se tornou mais dependente,
• que essa dependência tem expressão financeira de endividamento crescente por efeito do aprofundamento de défices de vário tipo, sobretudo por destruição da capacidade produtiva,
• que o nível de vida dos portugueses só aparente e artificialmente começou a aproximar-se do chamado “nível europeu”, perdendo base de sustentação com a brutal diminuição da “riqueza da nação”,
• que, desde a existência da moeda única, ainda mais o nível de vida dos portugueses se afastou  desse “nível europeu”, contra aparências ilusórias, inevitável e dramaticamente desmascaradas .

• Que foram anos de perda de soberania, que não é um conceito obsoleto e que não se perde – a não ser temporariamente – porque é uma razão de ser de um povo com séculos. Que não vai à falência como se uma empresa fosse.

Portugal continuará a existir, depois de 25 anos como Estado-membro da União Europeia, e dos mais que vierem a ser, e continuará a existir para além desta e do que nesta se for transformando.»