domingo, abril 26, 2009

No dia de hoje

Há dias que ultrapassam as suas convencionadas 24 horas (para quem tiver pachorra: ver). Alguns, porque foram assim; outros, porque assim são.
E todos os dias são dias de aprender.
Por causa do dia de ontem, e de um bem dito convite (apesar de eu ser como sou... porque não se ostraciza ninguém) para participar num debate, li, com muito cuidado, um livro (breve nota em "memória do 25 de abril?" ).
Muito nele aprendi, nesta busca permanente de tentar entender as coisas, sobretudo os outros, particularmente os mais novos (quase toda a gente o é, bolas!...).
Uns brevíssimos apontamentos:
  • Em antropologia e áreas similares, não há "amostras" no sentido de representação do universo, por isso escolhidas com intenção de poderem vir a servir para extrapolações... haverá, apenas, aleatória informação por informantes aleatórios... O que isto daria para discutir!
  • Para que serve o conhecimento? Vamos reler ou tresler a última tese de Marx sobre Feuerbach? Ou será que, tal como se separa o ser humano/produtor do ser humano/consumidor e outras f(r)acturas... para uns, o conhecimento pelo conhecimento, para outros, mal-a(r)mados desse conhecimento alcançado pelos uns, a intervenção, a luta pela transformação (do universo) e riscos correlativos?
  • Ucronia? Uma muito interessante palavra/conceito descoberta na leitura: «um curioso fenómeno ucrónico (...) criador de um Portugal paralelo em que não teria ocorrido revolução nenhuma, um Portugal democrático para o qual teríamos caminhado pelas mãos de Marcello Caetano»; a ucronia levaria a uma leitura consensual, oficial, instituída da História em que, «depois de um breve período de confusão causada por perigosos esquerdistas» (que não levaram os desmandos reais e potenciais por diante), período que, laboriosa e insidiosamente, vai sendo apagado, Portugal «"entrou nos eixos" normais (diria eu que "reentrou nos carris do capitalismo") de uma democracia parlamentar ocidental, rumo ao progresso e à paz social (de que, aliás - digo eu... -, neste momento histórico se vêem/vivem/sofrem as circunstâncias).»

Gostei mesmo do debate e, sobretudo, do lastro que deixou!

3 comentários:

cristal disse...

Eu gostaria muito de lá ter estado, no debate... estive noutro lugar. Também gostei e também aprendi alguma coisa...

Anónimo disse...

http://herdeirodeaecio.blogspot.com/2009/04/porque-hoje-e-sabado-e-porque-forcaram.html

eu se fosse a si dizia a este senhor (o blogue até é bastante interessante) quando saiu do parlamento europeu - mas vai apanhar por ter saído!

Sérgio Ribeiro disse...

cristal - olá, amiga. Como sempre, cá te esperamos... e lá nos encontraremos.

anónimo - obrigado! Fui lá e deixei um comentário. Paciência... Quanto a "apanhar" por ter saído, gostaria de saber porquê. Nunca escondi que era candidato com sacrifício e por tarefa e que saíria logo que tivesse trabalho realizado que justificasse ter sido candidato. Assim aconteceu. E fui sempre transparente perante quem me apresentava como membro de uma lista!