sábado, janeiro 09, 2010

Miguel Torga (e Querubim)

Parece... uma boleia. E, se calhar, é. Mas decerto que o Fernando Samuel, do cravodeabril, não se incomodará com este "pendura".
No seu trabalho persistente de nos trazer bons excelente poesia a acompanhar muito pertinentes comentários políticos, naquele seu canto vamos tendo oportunidade de por lá encontrar bons poetas, alguns da minha "primeira escolha".
Está agora a ser a vez de Miguel Torga. E acontece também que tenho andado com o Apetece cantar, mas ninguém canta... às voltas comigo, como acontece frequentemente. Tanto, que fui à estante, e de lá tirei os cadernos Notícias do Bloqueio e estive a relê-lo. Para não esquecer...
Para aqui o trago, com a ilustração do Querubim incluída na separata com o poema.
Era o fascismo! Mas...
Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.
(...)
Oh! maldição do tempo em que vivemos,
Sepultura de grades cinzeladas
Que deixam ver a vida que não temos
E as angústias paradas!
Dies irae!

5 comentários:

samuel disse...

Apetece, sim!

Abraço.

Maria disse...

Deixei-te para o fim. Porque queria deliciar-me com a gravura (ou desenho, sei lá) do Querubim. E queria levar poesia (da melhor) para me fazer companhia nos braços de morfeu!

:)

Um beijo

Justine disse...

Que belo, e forte, e rico, este poema. Fica a ecoar o grito de ira de Torga, que é também o nosso grito.

Fernando Samuel disse...

Ó se apetece!...

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Parece impossível mas a verdade é que o medo ainda amordaça.
A força que o povo tem!!!!!!
Mas há o emprego, os filhos para criar, as falsas notícias que constantemente nos entram em casa.... mas tenho a certeza de que um dia cantaremos. Não eu, certamente, mas quem vier depois de mim. Um beijo, com toda a confiança.