sexta-feira, março 04, 2011

"Rejeitar a dívida" - a informação que não se dá

Há países de que não se fala. Ou de que se fala só o que convém, ou só quando convém, e só como convém.

Um país como a Noruega chega a merecer dúvidas se ainda existirá. Duas vezes o povo norueguês disse não às "maravilhas da integração europeia" (em 1972 e em 1992), pelo que já teria acabado... Mas não. Ano a ano temos prova da sua existência no Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH), do PNUD, e cada vez mais no 1º lugar de todos os países das Nações Unidas. Coisa estranha!...

Outros exemplos se daria, como o atrevido Chipre que, apesar de estar na União Europeu, não tem dívida (soberana) que o ponha nas primeiras páginas e em todos os noticiários televisivos, e muito menos se lembra que até elegeu como Presidente da República um recente secretário-geral do AKEL, partido que se afirma comunista. Coisas...


O caso da Irlanda é outro. Falou-se muito dele, primeiro como exemplo bom, de como se saía do fundo dos "rankings", e, depois, recentemente, como exemplo mau, de como se estava no fundo dos "rankings". E quando se poderia avançar com o seu caso para mostrar que a terapêutica do FMI & Cia. estava a ser pior que a maleita, da Irlanda não se falou. Menos ainda, agora que houve por lá eleições. A 25 de Fevereiro.

Pois bem. Sempre a romper conspirações de silêncio (há 80 anos que o faz e, quando preciso foi, clandestinamente!) o avante! dá notícia:





Quem quiser ler a notícia completa, com os números todos como os irlandeses votaram, pode clicar aqui ou, muito melhor!, comprar o jornal que até tem um número especial a comemorar os 90 anos do PCP. E vale a pena. Fica-se com outra informação e com um lindo poster e tudo.

7 comentários:

samuel disse...

Boa informação... exceptuando um erro de redacção: se o Fianna Fáil passa de 77 para vinte deputados, não perde "quase um quarto" mas sim quase TRÊS quartos dos deputados.
Mas, como dizes, informação útil que mais ninguém dá!

Abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

Samuel - Tens toda a razão.
77 - 20 = 57; 57/77 = 74%, logo, perde quase três quartos,ou seja fica só com um quarto do que tinha (que incluía suite e "sala de arrumos", além de outros "precisos")! Mesmo assim,
só conseguia a maioria absoluta com os 6 deputados de um "parceiro" que não elegeu ninguém (77 + 6 = 83 > 165/2 = 82,5).
A nova situação é, ou parece (a esta distância!) engraçada, com o Sinn Féin mais o ULA com 19 deputados quando tinham 4...

Abraço

Maria disse...

... ou seja, passa para quase um quarto de deputados :)))
Informação que não interessa aos donos dos media, claro.

Um beijo.

Justine disse...

Afinal as coisas não são inevitáveis, as situações catastróficas só o são porque interessa a alguns...
mas claro, desses casos não se fala, são tão maus exemplos!

Fernando Samuel disse...

Excelentes as tuas observações.
AVANTE!...

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Só se fala do que convém, ou então mente-se. Os dois passos à frente começam a dar-se.

Um beijo.

Anónimo disse...

Então que venha o FMI!!!
do vale, abraço.