terça-feira, setembro 25, 2012

Um evidente falhanço. Uma derrapagem que é um estampanço. Um desastre... "sustentável"(!)

«Governo espera dívida pública
nos 119,1% do PIB já este ano
Económico com Lusa
24/09/12 21:17

A dívida pública portuguesa deverá atingir os 119,1% do Produto Interno Bruto já este ano, de acordo com as estimativas do Governo, acima dos 114,4% anteriormente previstos e mais 11,3 p.p que em 2011.
Na apresentação dos resultados da quinta avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) pela 'troika' -- composta pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia -- o ministro das Finanças indicou que a projeção para a dívida pública em 2013 havia sido revista de 118,6% para 124% do Produto Interno Bruto (PIB).
A 'troika' também indicou no seu comunicado este valor, que já havia sido revisto, dizendo, no entanto, que esta continuava a ser "sustentável" aos olhos dos seus técnicos, mas não indicou o valor para 2012.
O Ministério das Finanças nas suas previsões revistas estima agora que a dívida pública chegue já muito perto da barreira dos 120% este ano (119,1%). Esta previsão é revista em alta em 4,7 p.p -- de 114,4% do PIB previstos na quarta revisão para os 119,1% do PIB previstos no âmbito da quinta revisão - num ano em que a meta do défice prevista acordada com a 'troika' foi relaxada em apenas 0,5 p.p, passando agora para os 5% do PIB, quando o acordado anteriormente era de 4,5%.
No próximo ano a revisão é mais elevada, passando Portugal a ter de atingir um défice no máximo de 4,5%, quando o estipulado anteriormente era de 3%.
Essa derrapagem explica também o aumento da dívida pública estimada para 2013 em 5,1 p.p do PIB face ao estimado anteriormente, passando a projeção de 118,6 para os 123,7% do PIB.
Na primeira notificação do ano do Procedimento dos Défices Excessivos enviado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o Eurostat, o valor provisório da dívida pública no ano passado era de 107,8% do PIB. Caso se concretizem as estimativas do Governo, o valor deste ano pode ser superior em 11,3 p.p ao valor do ano passado.
A estimativa incluída no documento datado de 30 de março para a dívida pública deste ano era de 112,5%, podendo ser agora superior em 6,8 p.p.»

Erros evidentes e desastrosos
nas previsões e nas projecções,
sem serem assumidos
com um mínimo de... vergonha!
Continuidade da linha estratégica:
a ofensiva  e a agressão
contra quem vive de salários ou reformas!




3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Roubalheira explícita!!!!!

Um beijo.

Ricardo O. disse...

Não podemos esquecer que sendo as metas definidas em percentagem do PIB, a quebra do mesmo PIB (o denomidador) implica um agravamento da dívida e do défice...

Entretanto, penso que estes falhanços, estampanços e outros anços não correspondem a erros cometidos. Resultam, são resultado das políticas prosseguidas. Resultados que não espantam qualquer aprendiz de economia (quanto mais doutores economistas de Bruxelas, Frankfurt ou Vancouver...). E só apanham muito boa gente de surpresa, porque ao longo dos anos os sucessivos governos, economistas, ideólogos e outros comentaristas, procuraram apresentar o saldo orçamental como o objectivo, perfeitamente controlável pela política económica. Como é sabido, parte da despesa é controlável - mas só parte! - e a receita está positivamente correlacionada com o nível da actividade económica, ou seja depende da riqueza produzida e das opções políticas sobre quem, como e onde obter as receitas do Estado.

Em conclusão, os vários anços são resultado de opções políticas conscientes e servem determinados objectivos políticos.

Uma sugestão: muito do que aqui falamos está transcrito no projecto de Teses ao XIX Congresso do PCP que, nos próximos dias estarão em discussão no colectivo partidário para recolha de todos os contributos individuais e colectivos, num processo de construção colectiva da análise e orientação políticas de todo o Partido.

Sérgio Ribeiro disse...

Graciete - ... e escondida em clamorosos erros de previsão e projecções.

Ricardo O. - É claro! Quando falo em erreos, como sabes, refiro-me a ERROS DE PREVISÂO E PROJECÇÔES verdadeiramente escandalosos... e confirmando tudo o que temos dito. Por isso, falo da continuidade estratégica. De luta de classes!
Vou transcrever o teu comentário dada a tácita autorização.

Um beijo e um abraço