segunda-feira, janeiro 06, 2014

No tempo em que os economistas falavam...

Agora, nestes dias de agora, meteu-se-me um título na cabeça, “no tempo em que os economistas falavam”, para “chapéu” de um artigo a escrever, de actualização (ou mais do que isso) de trabalho feito, em 1986, para a 2ª Conferência do CISEP,


para que escrevi um texto que me parece interessante (“Os Agentes (Económicos da mudança em Portugal – Reflexões a partir de documentos definidores”, páginas 940 a 956 do Volume II) e de que recolho e transcrevo, para já, as citações de abertura e de fecho e um esquema a partir das Grandes Opções do Plano para 1985 e para 1986.  

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A citação de abertura é de Marx, de uma carta a Annenkov, nos finais de 1846:

O senhor Proudhon compreendeu que os homens fabricam o pano, a tela, os tecidos de seda… e é grande o mérito de ter compreendido tão pouca coisa!  

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A outra citação, no final do trabalho é de um livro de Solange Mercier-Josa (Pour lire Hegel et Marx), de 1980:

Compreender que são as Pessoas, o Homem, o Povo, que são o “sujeito real” é o acto teórico que torna possível a reapropriação do Estado pelo Povo, como reapropriação da sua Objectividade. Isso torna, assim, a Constituição na sua “obra própria”, no seu “livre produto”, no desenvolvimento da sua disposição de espírito político. 

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A referência à Constituição (não a nossa, em particular, mas a lei fundamental do Estado, de qualquer Estado) é de sublinhar.

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O esquema, a mais de duas décadas e meia de distância – sem excel e outros meios de elaboração e de visualização –, é, pelo menos, curioso.


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E foi debatido, e rebatido, nestes termos.

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Que, nestes dias de agora, tanta falta fazem.

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Foi no tempo em que os economistas (ainda) falavam!

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Foi no tempo em que as finanças eram uma área da “ciência económica” e se discutia o financiamento da economia.

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Hoje, nestes dias de agora, ou se subalterniza o que é a produção, as necessidades humanas, o trabalho que cria (e tudo criou) ou, se desconhecem essas minudências.

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Há – e só!, ao que parece… – os mercados financeiros.

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Circula-se, na História, em contramão, nas autoestradas das PPP e dos swaps.

(...)


4 comentários:

Olinda disse...

No tempo em que os economistas falavam.o trabalho era a fonte de todas as riquezas.Nestes tempos,impera o modelo de Friedman.Os nossos (salvo seja)governantes teem uma idolatria
cega pela escola de Chicago.E conhecem bem o monstro que seguem.Nao ê por desconhecimento que teem criado o caos e a misêria.

Bom ano!

Graciete Rietsch disse...

Também depende dos economistas. Mas gosto muito das tuas conversas.

Um beijo.

GR disse...

Por cá os Economistas nunca se calaram. Escreveram livros, esclareceram, mas, para muito poucos ouvidos.
Depois vieram uns papagaios; falam, mentem, trocam, confundem, mas esses de economistas só tem o nome.
Muito trabalho tens ainda a fazer SR - Economista.

BJS,
GR

Sérgio Ribeiro disse...

Pois sou (ou julgo que sou) economista. Mas falo mais como comunista... por isso não conta!

Obrigado pelos comentários.
Abreijos