Desde ontem não é possível a procura de informação, seja escrita, falada ou "ouvista", estar-se com alguém, sem que a "conversa" não seja atropelada pelos acontecimentos de ontem. Dispensar-me-ia de escrever Charlie Hebdo. E é grave o momento, ou esses acontecimentos vieram trazer gravidade ao grave momento histórico que se atravessa.
- Barbárie. O que aconteceu ontem em Paris foi uma manifestação de barbarismo, e não enquanto erro de linguagem. O atentado contra a revista de humor politizado, aquele assassinato colectivo, é in
aceitávelsuportável num processo histórico que já passou as etapas que passou... desde a barbárie. Nada - mas nada! - o explica ou torna compreensível. Dito isto, igualmente inaceitáveissuportáveis são algumas (muitas) coisas que se dizem, escrevem, ouvem, comentando o que aconteceu e o que está a acontecer. São hipócritas - ou ignorantes - as afirmações que colocam a questão em termos absolutos de liberdade de expressão. E são-no por se viver num mundo - num tempo histórico - em que a liberdade de expressão está evidentemente (para quem quiser ver as evidências) condicionada pelo "poder económico-financeiro", que se serve daquela expressão para tudo, até para atentar quotidianamente contra... a livre e civilizada liberdade de expressão, contra uma verdadeira informação, contra um direito a cada um informar-SE. Vivemos a pré-história da Humanidade e atentados como o de ontem, e o que ele está a desencadear, são recuos (de dias, anos, décadas ou séculos) na humanização da Humanidade. "Tento na língua", isto é, liberdade de expressão no seu sentido mais profundo. Por isso me calo, e recolho, triste e preocupado. Em reflexão. Lenta.
1 comentário:
Este poder de mãos tintas de sangue quer-nos, a todos, dentro da caverna de Platão.
Abraço,
mário
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