Assembleia Geral
da ONU aprova resolução anual
para fim do
embargo económico
dos EUA contra
Cuba
02.11.2018 às 10h09
A Assembleia Geral das Nações
Unidas aprovou esta quinta-feira de maneira esmagadora a sua 27.ª resolução
anual pedindo o fim do embargo económico dos EUA a Cuba. A aprovação segue-se a uma tentativa fracassada de
Washington de emendar o texto no sentido de pressionar Cuba a melhorar o seu
registo de direitos humanos, revela a agência de notícias Reuters.
Apesar de a votação da ONU poder ter peso
político, apenas o Congresso americano pode suspender o embargo de mais de meio
século. Os Estados Unidos e Israel votaram contra a resolução e 189 países
votaram a favor, enquanto a Ucrânia e a Moldávia não votaram.
Segundo a embaixadora dos EUA na ONU,
Nikki Haley, ao votarem a favor da resolução, os países estão a dizer ao regime
cubano que é “aceitável” a forma como trata o seu povo.
24 ANOS
INTERROMPIDOS POR OBAMA E RETOMADOS POR TRUMP
Os Estados Unidos votaram consistentemente
contra as resoluções da ONU durante 24 anos mas abstiveram-se pela primeira vez
em 2016 quando Barack Obama era Presidente, numa altura em que Washington e
Havana tentavam uma aproximação. No entanto, as relações deterioraram-se
drasticamente desde a tomada de posse de Donald Trump em janeiro de 2017, com o
regresso da retórica da Guerra Fria e com a reimplementação das restrições de
comércio e viagens que tinham sido aliviadas por Obama.
No ano passado, apenas os EUA e o aliado
Israel votaram contra a resolução, enquanto os restantes 191 membros da
Assembleia Geral votaram a favor. Este ano, os Estados Unidos propuseram oito
emendas à resolução, designadamente apelando a Cuba que “conceda plenamente aos
seus cidadãos direitos e liberdades civis, políticos e económicos
internacionalmente reconhecidos, incluindo liberdade de reunião, liberdade de
expressão e livre acesso à informação”. No entanto, todas as emendas
fracassaram, apenas com os EUA, Israel e a Ucrânia a votarem favoravelmente
todas as oito emendas.
O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros,
Bruno Rodriguez, disse que a Administração dos EUA não tem “autoridade moral”
para criticar Cuba e outros países em matéria de direitos humanos. “O
embargo é uma violação dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e
do direito internacional. É um ato de agressão e um ato de guerra económica,
que perturba a paz e a ordem internacional”, disse o governante antes
da votação.
1 comentário:
Um resultado,que pode não ter um carácter resolutivo,mas tem muito peso político!Cuba vencerá!Bjo
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