domingo, janeiro 02, 2022

Imigrantes e "virar a página"



 



O reciclado e omnipresente PdaR, para fim do ano, escolheu o tema da imigração… veio ele falar  de solidariedade, denunciar as condições que levam a essa migração e da necessidade de melhorar as condições deshumanas em que estão a ser acolhidos (e explorados) os imigrantes? Qual quê?… veio referir a "juventude" que os imigrantes trouxeram ao nosso espectro demográfico e sublinhar, explícita e subliminarmente, a contribuição que vieram dar ao “mercado do trabalho”, isto é, a ajuda a diminuir a pressão e a luta dos trabalhadores portugueses por melhores salários e combate à precariedade, com a consequência de tornar o país, ainda mais, dos ricos.

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 Depois, virado o número do ano, entrado em 2022, o PdaR veio falar (muito fala ele…), trazer a mensagem de Ano Novo, e não encontrou melhor que lançar a palavra-chave de “virar a página”, que só pode descodificar-se como mudança de maioria parlamentar e de estratégia governamental; outra não pode ser a leitura de tal frase, como decorre de currículo de quem a adopta e não pode esconder a filiação partidária e de postura no xadrez político; "virar a página” do esforço de recuperação das consequências de uma troika que tem de ser lembrada e não apagada ou "páginas rasgadas e/ou esquecidas", colocar um fim nas estratégias marcadas por uma decisiva importância de forças políticas com a primordial finalidade de melhoria das condições de vida dos trabalhadores e das populações? 

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