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quarta-feira, março 02, 2011

Assunção de responsabilidades

Li, num destes profícuos (nem por isso desejados) almoços solitários, que o Presidente da Federação de Atletismo pediu a demissão. Porquê? Porque houve "um erro administrativo" da responsabilidade da Federação a que presidia que impediu uma atleta de correr uma prova (3.000 metros) nos "Europeus de pista coberta" que este fim-de-semana se realizou em Paris, dado ter sido inscrita - pelo dito erro - noutra prova (os 1.500 metros).
Poderão dizer-me que o sr. Presidente estara à espera de um pretexto para se ir embora, esse calhar até é verdade, mas isso não me impede de achar que esse pretexto é uma demonstração de assunção de responsabilidades e não "sacode água do capote".
Se estava a pensar no "desastre" das eleições de 23 de Janeiro?... Por acaso até estava!

sábado, fevereiro 19, 2011

Inacreditável, inaceitável... inimputável?

Notícia da Lusa (sobre o andamento de processo que nos deixa perplexos, sobretudo quando a imagem que o governo nos quer dar, para compensar, ou fazer esquecer, as políticas com que nos agridem, é a de modernidade e eficácia a partir da utilização vanguardista das novas tecnologias de que a Humanidade se tem vindo a dotar...):



«Presidente do TC convocou assembleia
de apuramento geral
para corrigir resultados das Presidenciais
18 de Fevereiro de 2011, 18:35

Lisboa, 18 fev (Lusa) - O Presidente do Tribunal Constitucional convocou para o próximo dia 22 uma reunião da assembleia geral de apuramento dos resultados das presidenciais para fazer correções, indicou hoje o TC.
"Suscitadas publicamente dúvidas sobre os números dos resultados eleitorais publicados, o Presidente do Tribunal Constitucional solicitou aos presidentes das assembleias de apuramento distrital a confirmação ou a correção dos elementos que figuravam nas atas transmitidas inicialmente", refere uma nota, disponível no "site" do TC.
A nota adianta que foram recebidas "correções a algumas atas de apuramento distrital" e que a assembleia de apuramento geral vai reunir-se na próxima terça-feira, dia 22, às 09:00.
O TC refere que a assembleia de apuramento geral, constituída pelo presidente do TC, juiz conselheiro Rui Moura Ramos, e por uma das secções do TC, fez o apuramento nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro "com base nos números constantes das atas das assembleias de apuramento distrital".
"Para o efeito, tomou em consideração todas as atas recebidas e solicitou o envio das que se encontravam em falta"
, refere a nota.
O mapa oficial dos resultados das eleições presidenciais foi elaborado pela assembleia de apuramento constituída no TC e enviado à Comissão Nacional de Eleições, que tem a competência de o mandar publicar
.
Valha-nos a Constituição e o Tribunal respectivo!

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Isto não é suportável. E será inimputável, politicamente?

«Em quase todas as eleições,
há erros na ordem dos cinco ou seis mil votos.
Desta vez,
estamos a falar de menos 100 mil inscritos e de 60 mil votos
que não são contabilizados no mapa final».
Porta-voz da CNE

A intervenção de António Filipe na Assembleia da República revela, ou tão-só confirma, o que, na verdade, é insuportável. E será inimputável, politicamente?

Para ler:

«(...) O número de eleitores inscritos é oficial. Para as eleições de 23 de Janeiro estavam inscritos 9.656.797 eleitores. Do mapa oficial publicado constam apenas 9.543.550. Ou seja: o mapa oficial de resultados abateu 113.247 eleitores. Na noite de 23 de Janeiro foram contados 4.492.297 votantes. Do mapa oficial de resultados constam menos 60.448. No distrito de Setúbal estavam inscritos 710.312 eleitores. No mapa oficial só são considerados 593.762 (foram abatidos 116.550). No distrito de Braga estavam inscritos 773.993 eleitores. No mapa oficial foram considerados 731.941 (foram abatidos 42.052). No distrito de Viseu estavam inscritos 382.658. No mapa oficial foram considerados 427.924 (aumentaram 45.266). Quanto a votantes, em Setúbal desapareceram 52.716, em Braga desapareceram 23.833, mas em Viseu apareceram 19.928. O desvio verificado só nestes três distritos é de 185.649 inscritos e de 96.477 eleitores.
Isto não é suportável. Se uma disparidade destas acontecesse em eleições legislativas, os deputados eleitos seriam uns e os constantes do mapa oficial seriam outros. Se nas eleições presidenciais as diferenças entre os candidatos fossem mínimas, o país estaria hoje confrontado com um problema político de enormes proporções. Erros desta magnitude, verificados no apuramento geral de um acto eleitoral, e não corrigidos, têm consequências políticas óbvias. Não só prejudicam todas as candidaturas, como põem em causa a credibilidade do apuramento dos resultados eleitorais(...)».

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

A nova configuração do mapa e do sistema eleitorais - (em conversa de barbeiro)

Quando me encaminhava para o meu vizinho barbeiro, ia decidido: «Hoje, não vai haver "conversa"... não estou com vontade nenhum de discutir as presidenciais com o meu simpático cortador de cabelo e barba que, decerto, votou ou no Cavaco ("apesar de não me ser simpático, o homem, mas aqueles ataques que lhe fizeram... afinal o homem só fez o que todos nós..."), ou no Alegre ("... porque é preciso mudar, ele tem boas ideias e vocês os da esquerda...), ou no Nobre (porque isto dos partidos é do piorio, e o homem tem cá um passado..."), ou no Coelho ("o homem convenceu-me... tem mesmo graça, e disse umas boas..."), ou, o mais provável..., votou em branco ("porque isto não pode continuar assim, tenho de protestar, calcule que o banco...");
não, desta vez, não... estou um bocado cansado para ripostar, perguntando-lhe porque se "esqueceu" de um candidato ("ah!. pois... o vosso... olhe que o homem surpreendeu-me, chegou bem para eles, e tem mesmo a vossa marca, honesto, a dizer as coisas certas... mas... sabe?... não tinha hipóteses... vocês..".);
não!, desta vez vou fugir à conversa política lá porque sou eu o cliente nas mãos dele...»
Assim determinado entrei na loja de duas cadeiras e um profissional, saudámo-nos afectuosamente, como bons vizinhos e algumas actividades (teatrais) em que colaborámos com simpatia mútua, soubemos das respectivas famílias, olhei-me no espelho sem óculos, despedi-me da barba e do cabelo a pedirem tesoura, e sentei-me na almofadada cadeira...
e não é que, logo ao primeiro assalto, ainda sem estar armado da sua ferramenta e quando só me colocava a espécie de babete, ele me atira. «... então e aquela proposta de redução do número de deputados... cá por mim 180 ainda são demais... para o que eles trabalham e para o que nos custam... nem sei se seriam preciso alguns... que é que acha?»
Lá fui dizendo o que achava, primeiro. a ver se escapava, depois ganhando calor e até irritada agressividade... apesar da ameaçadora tesoura andar por ali à roda da minha cara, nariz, orelhas, lábios.
Olhem... foi mais ums três quartos de hora iguais aos que se repetem de mês e meio em mês e meio"
Quando voltei para o carro, mais leve e com a frialdade da manhã a aproveitar as abertas nas minhas defesas mais expostas ao vento e aragens, vinha a resmungar: «... mas para quê?... porque é que me entrego todo a estas discussões?... o que poderia ter convencido (ensinado!, pois... que o que ali mais há é desconhecimento, desinformação) vai sofrer uma barrela total no próximo noticiário e até ao próximo encontro... nem que viesse cortar o cabelo todos os dias!...».
O facto, e facto foi, é que ainda estive quase a voltar atrás para juntar mais um dado e um argumento. Dos definitivos. Como todos...
Fica para o próximo encontro.
segue

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Com o propósito de encerrar o capítulo

Acabo de ler:



«(...) Os que não votaram, decidiram adoptar o candidato que fosse mais votado.»

num blog por onde passei - "levado" por o sapo... que o seleccionou. Este blog é "animado" por uma equipa com elementos que se afirmam monárquicos, de direita e extrema-direita, e fazem todo o correspondente proselitimo.

Ora, na verdade, isto foi o que, objectivamente, "decidiram" aqueles que se abstiveram, votaram em branco ou nulo, isto é, mais de 54% dos portugueses inscritos no recenseamento eleitoral (até os que lá não deveriam estar por terem morrido e as juntas de freguesia não os terem abatido...), independentemente da vontade de muitos deles que, subjectivamente, decidiram, com a sua abstenção, voto em branco ou deliberadamente anulado, dizer que queriam mudar de políticas, ou de "políticos", ou afirmar o seu protesto.

Pelo que, Cavaco Silva foi eleito, objectivamente, por 79,5% dos portugueses inscritos, embora apenas 23,1% o tenham decidido explicitamente, contra 20,5% que, explicitamente, escolheram outros candidatos, e 56,4% o tenham "decidido", querendo-o ou querendo o contrário, isto é, não explicitando o seu voto.

O que é revelador de um nível de cultura democrática (ainda que "burguesa") preocupante, até porque também "ataca" alguns de nós que são muito cult(ivad)os noutras áreas.

sábado, fevereiro 05, 2011

Trabalhos de casa

Para a reunião da direcção da organização regional de Santarém (DORSA) preparei algumas informações, dentro do que se poderá considerar a minha (de)formação profissional.

Aqui deixo uma que poderá ter algum interesse, com os concelhos (21) ordenados por percentagem de votos no camarada Francisco Lopes:

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Eleições de 23 de Janeiro - resultados globais finais

Não obstante o incómodo, ou aborrecimento, que possa provocar nalguns viajantes fortuitos que por aqui passem, deixo os resultados globais finais, isto é, apurados todos os locais de votos, o que não quer dizer que sejam definitivos, pois pode haver recontagens e alguns acertos.
Apenas quero acrescentar o número de mais de 191 mil votos em branco e de mais de 86 mil votos nulos, representando 278 mil e 6,2% dos votos expressos, mais que triplicando os brancos (+224%) e duplicando os nulos relativamente a 2006 (+171% no conjunto). É um dado político muito relevante, pela "manobra" que a eles levou, e pelo que representa ou pode representar como sinal. Com esses votos expressos a contarem como validamente expressos, Cavaco Silva estaria numa 2ª volta.
Neste apuramento final, é curiosa a votação dos portugueses com residência e inscritos em Espanha, que passaram de 3109 inscritos em 2006 para 3628 (+ 16%), embora apenas 307 tenham votado (contra 261 em 2006), com os votos em Francisco Lopes (39) a triplicarem (+200%) relativamente aos de Jerónimo de Sousa.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

A credibilidade deste recenseamento eleitoral e as manobras de diversão

A notícia de que o recenseamento eleitoral incluía 1,25 milhões de inscritos a mais fez alguns comentadores dispararem a torto e a direito. Em jeito de campanha.

Três observações.

Cada um escolhe aquilo a que entende dever dar maior crédito. Pelo meu lado, sem me entusiasmar desmedidamente com as contas de uma empresa privada, que qualquer de nós faria com uma máquinazinha de calcular, e a que o Correio da Manhã deu eco, já considerava "com pinças" os números dos inscritos no recenseamento eleitoral. Acompanho a sua evolução desde 2004 para o Parlamento Europeu (8.749 mil) até os actuais 9.630 mil para as presidenciais, e passa por uns 9.685 mil inscritos para as eleições do PE de 2009, o que causa estranheza e dúvidas.

Entendo dever esperar-se o censo da população - embora a sua organização nada o esteja credibilizando -, mas nunca a correcção pode anular ou desviar atenções de resultados destas eleições com significado político, cotejados com os de eleições homólogas de 2006, em que os inscritos eram 8.835 mil, e estão numa linha de progressão que não escandaliza, embora mereça reservas.

A segunda observação vai no sentido de lamentar que se aproveitem estas "notícias", e estas contas com base numa população residente estimada pelo INE, para menosprezar ou até tentar achincalhar quem se preocupa com os resultados eleitorais numa perspectiva bem clara e sem sofismas: a de procurar aperceber-se melhor do estado de espírito e do posicionamento dos portugueses no actual contexto político.

No meu caso, tenho valorizado a análise dos votos expressos, e sobretudo dos votos em branco e nulos, de enorme significado, e tenho menosconsiderado, ou considerando num segundo plano, o dado quantitativo da abstenção, pelas dúvidas que me levanta o número de inscritos e pelo desastre que foi o funcionamento do MAI.

A terceira observação é a de que não se pode considerar eleitor-fantasma o emigrante sazonal (ou precário) que "se encontra no estrangeiro". É verdade que vivemos uma situação em que vemos repetir-se, preocupantemente, a existência de "viúvas de vivos" de que se falava (e escrevia) nos anos 60, por efeito dessa emigração e, por isso mesmo, características de sazonalidade que se prolonga... para além das estações e impede, fisicamente, de votar.


«Eleitores-fantasma são 1,25 milhões
Há cerca de 1,25 milhões de portugueses
que são eleitores-fantasma no País.
São falecidos que ainda não foram eliminados
nas listas das freguesias
ou emigrantes
que mantêm o local de voto em Portugal
apesar de se encontrarem no estrangeiro.
As contas, com base no INE,
foram feitas por Jorge de Sá,
director da Aximage.»

Correio da Manhã

Uma "leitura" das eleições no distrito de Santarém

Tudo vai retomando o seu curso normal (o que é isso?...).

Cavaco re-ocupa Belém, mais vazio porque ele mais cheio de si próprio, a comunicação social re-acomoda-se aos poderes (a "descoberta" de que Cavaco prescindiu do salário de PR, e os títulos, são notáveis...), o PS tenta equilibrar-se nos seus permanentes desequilíbrios e enganos para dentro e ilus~es para fora, nós continuamos a luta com as nossas fragilidades e a nossa invencível força e vontade de fazer o futuro chegar mais depressa e com menor deterioração social para os contemporâneos.

Por isso, estudando. Pessoalmente, não prescindo de remuneração das acumulações com a reforma porque já há anos mo impediram por razões nebulosas e estudo. Enquanto outros "temas" vão tomando espaço e tempo, acabo "leituras" pessoais dos resultados das eleições. Que interpreto como "termómetro" com as "temperaturas", auxiliares de diagnóstico do estado das massas que nós somos. Depois de atenção particular para o País, umas horitas para o distrito e, depois ainda, mais umas tantas para o concelho de Ourém.

Para o distrito de Santarém,

- confirma-se o que é usual, um espectro eleitoral paralelo ao do País com uma ligeira mas clara distorção para cima em relação ao que se pode chamar "esquerda" (em termos de eleitorado!);

- Cavaco Silva acima dos 50% (ao contrário de 2006) mas com uma perda de cerca de 20 mil votos (17%);

- Manuel Alegre com perda de votos acima dos 20 mil votos, e de 37%, relativamente a 2006, com evidente transferência de eleitorado do PS para Fernando Nobre (substituindo Alegre de 2006), com mais de 15%;

- menos 1,3 pontos percentuais de Francisco Lopes relativamente a Jerónimo de Sousa, mas mantendo o distrito mais 1,3 pontos percentuais relativamente à votação do País;

- menor impacto de José Coelho, embora significativo (quase 4%);

- enorme percentagem de votos em branco e nulos, num total superior a 6% dos votantes (4,3% em branco), com alguns concelhos, Benavente, Entroncamento e Torres Novas acima dos 5%, em resultado da campanha de emails, que o esclarecimento da CNE não anulou, e também nalguns lugares, como "válvula de escape" evidente de um eleitorado que recusava Alegre-PS-BE e não "dava o passo" para votar Francisco Lopes-PCP;

- a abstenção foi um pouco mais baixa que a do País - 44,4% e 49%;

- grande diversidade de situações nos 21 concelhos, com uma única, e significativa, subida de Francisco Lopes em relação a 2006 - em Ourém, que tivera mais de 80% em Cavaco em 2006, e subiu 90 votos para Francisco Lopes (mais 0,7 pontos percentuais, mais 24%) -, e um único concelho, o de Alpiarça, em que Cavaco não foi o mais votado (26% contra 36,5% para Francisco Lopes);

- em 13 dos 21 concelhos Cavaco teve menos de 50% - além de Alpiarça, Abrantes, Almeirim, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Constância, Coruche, Entroncamento, Golegã, Salvaterra, Torres Novas e Barquinha -, tendo ainda descido de percentagem em Ourém e Sardoal.

.

Fique. Pelo menos, para registo.

terça-feira, janeiro 25, 2011

Não tem nada a ver com vitórias e derrotas, tem a ver com (falta de) decência

Numa passagem por onde estava o televisor ligado, ouvi referir que o "candidato-derrotado" "ganhou" em três concelhos - Alandroal, Campo Maior e Castro Verde - e que o "candidato-surpresa" "ganhou" noutros três concelhos da Madeira - Funchal, Machico e Santa Cruz. Mais nada ouvi.

Sem falar em vitórias - considero completamente disparatado -, o candidato Francisco Lopes foi o mais votado em pelo menos 10 concelhos! Mas isso não não é notícia. Notícia é que "teve o 2º pior resultado dos candidatos comunistas à Presidência da República". Critérios editoriais! Outros critérios poderiam dizer que foi o 4º melhor resultado dos candidatos comunistas à Presidência da República, logo depois de Carlos Carvalhas (em 1991), Jerónimo de Sousa (em 2001) e Octávio Pato (em 1976)"...

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Uma "leitura" das eleições para Ourém

Uma "leitura" ou uma "arrumação" caseiras...

"Leria" assim, cotejando com as eleições de há 5 anos:

os eleitores, não só em Ourém mas estes "números oureenses" ajudam esta "leitura" com base nesta "arrumação", exprimiram o seu protesto (ou mais do que isso, e até alguma desorientação), o seu cada vez maior desinteresse e desconhecimento dos mecanismos democráticos:

- com os votos em branco - mais 304,5% do que em 2006 - , a que se podem juntar muitos dos votos nulos - mais 129,2%;

- abstendo-se - acréscimo de 73,2%, embora este número também reflicta um anormal acréscimo de eleitorado - +14,0% -, ainda que a diminuição do número de votantes seja significativo - -13,1%;

- com o voto em Fernando Nobre e em José Coelho, com números muito elevados - 2309 e 573, respectivamente -, sem cujas candidaturas, "leio" que muitos dos eleitores que neles votaram se teriam abstido, votado em branco ou nulo e, talvez, alguns em Francisco Lopes;

- apesar dos números muito baixos, foi signifificativo o acréscimo de 90 votos na candidatura apoiada pelo PCP-PEV-ID, representando +23,6% relativamente a 2006;

- em contrapartida, as quedas das candidaturas apoiadas pelos partidos PSD-CDS e PS-BE não podem deixar de ter significado político relevante.

Reflexões lentas (durante o tempo de dormir) na manhã do dia seguinte

Ao muito fundo, colectivo e solidário sentimento de tarefa cumprida (como creio que foi como o Fernando Samuel muito bem traduziu o que tantos sentíamos e endossávamos ao nosso Francisco Lopes), veio juntar-se o que talvez seja ajustado chamar cansaço de frustração. Os resultados não foram o que a nossa luta merecia, o que a mobilizadora campanha nos levava a esperar.
Como comecei a sentir – e a dizer – ao longo dos dias de campanha, eleições e os seus resultados são um “termómetro” do lado subjectivo das massas, nas condições objectivas em que estão/amos a viver.
A análise em termos de vitórias e derrotas não interessa, e não entro nessas pouco desportivas, e ainda menos políticas, competições. Deixo-a para os que com elas se entretém e nos provocam.
Apenas menos de um em cada quatro portugueses que o poderiam fazer escolheram aquele PR (23%), as condições objectivas da situação dos portugueses levou muitos a dizer, votando, que acham que a culpa é “dos políticos” – não das políticas! –, e por isso votaram significativamente nalguns que se apresentaram como "não-políticos" ou "anti-políticos" e assim fizeram a sua campanha (mais que a votação em Nobre, a votação em Coelho dá que pensar), abrindo um refúgio para a fuga ao voto na candidatura do alvo de todos os preconceitos e pré-juizos que foi a nossa, a de Francisco Lopes. Não menos significativa foi a opção, aliás não inocentemente preparada, incentivada, do voto branco ou nulo (quando este não foi um traço mal feito, fora ou em mais que um quadrado).
O elevadíssimo nível de iliteracia funcional e de incultura políticas, manifestação da doença da democracia, tão estimulado pelos interesses dominantes e dominadores, teve esta expressão. Que não esconde, antes torna evidentes, a lenta e escolhosa tomada de consciência das causas de uma situação que provoca indignação e protesto, ainda que, por agora, protesto inconsequente porque sem efeito ou com efeito perverso.
Em números redondos, Cavaco perdeu, em relação a 2006, meio milhão de votantes, aquela que se pretendia afirmar como “esquerda alternativa” (Alegre + BE + PS) afundou-se nas suas contradições e ambiguidades, centenas de milhar de votos em Nobre, Coelho, em branco e nulo foram escape e refúgio para outros tantos portugueses que… ainda não (e muitos que… nunca nesses!, tal a força do preconceito).
A realidade continua, a situação objectiva em degradação social continua. Como a luta!

domingo, janeiro 23, 2011

Últimos números (por hoje...)

pondo pontos nos i, ou a verdade aritmética:
Com 99,75% dos resultados escrutinados, este Presidente da República, acabado de reeleger, tê-lo-á sido com o voto de 23% dos eleitores inscritos, e com 49,7% dos votos dos que votaram.

O anterior reeleito, em 2001, teve o voto de 28% dos eleitores inscritos e de 54,2% dos votantes.

Uma "lembrança" mais que oportuna

"Ouvejo" o que se comenta à volta dos resultasos eleitorais.
Amanhã comentarei, como aliás já tive de o fazer para uma rádio do distrito, a Iris.
Mas, antes de fechar o "escritório", hoje, ainda quero chamar a atenção para números em que ninguém falou: os dos votos em branco e nulos.
Em 2006, foram 100 mil (57 mil em branco e 42 mil nulos) nas freguesias já apuradas, em que, agora, foram mais de 270 mil (dos quais 190 mil em branco)!
Estes números têm o maior significado!
Quem votou em branco, votou em protesto e indignado, alguns dos votos nulos foram votos de protesto e indignação. Assim como alguma abstenção.
Ainda que tenha sido um protesto e uma indignação sem expressão eleitoral e até com um efeito perverso pois deram a Cavaco passagem à 1ª volta. Foram votos contra esta democracia representativa, tal como ela tem sido materializada pelo "poder político" personalizado pelo governo e por Cavaco Silva.
Com o mesmo sentido e intenção se terá votado Fernando Nobre e José Coelho ( particularmente neste).
.
É preciso reflectir fora das baias doe comentadores oficiais e oficiosos
A luta continua. Contínua. E, para ela, estas reflexões parecem-me necessárias, muito necessãrias.

A acompanhar... 3

A abstenção, a abstenção, a desorganização! Que tem responsáveis... políticos.
Mas há mais...
.
É curioso!
Criou-se um tal ambiente relativamente aos actos eleitorais da "democracia representativa" (esta que vivemos...) que mais parece estarmos à espera da confirmação das sondagens anunciadas e publicitadas e especuladas do que dos resultados com origem nos votos (ou não-votos) dos eleitores!
Curioso... disse eu? É mas é absurdo, para não dizer criminosamente anti-democrático.

A acompanhar...

Segundo dados do STAPE, até ao meio-dia, 13,4% de afluência às urnas, relativamente aos recenseados (em 2006, também até ao meio-dia, 19,3%!)