para o futuro, para a luta que continua:
Pedro Namora
Obrigado por este texto!
E ei-la quase totalmente recuperada!
Talvez com pena de partir, tendo de deixar quem lhe devolveu vida e voo.
Parece hesitar…
O olhar é de reconhecimento.
Mas o gato, a “fera”, ainda não desistiu…
(amanhã será último episódio)
Mantido o "perigo" à distância, graças ao bom trabalho do segurança...,
a andorinha começava a recuperar, respondendo aos estímulos da salvadora
que, cansada mas (quase) satisfeita, se preparava para a parte final do salvamento.
... embora a "fera" não desarmasse e usasse artimanhas (artes & manhas) mil!
(isto é para manter o "suspense"...)
(continua amanhã, com o penúltimo episódio)
Justine, em comentário ao episódio anterior, disse (e ela sabe do que fala):
"Uma das acções mais importantes, durante o período de reanimação, foi cuidar para que tudo se passasse fora da vista (e das garras) do gato da casa... "
Mas não foi possível!
Ele estava lá, doméstico, ternurento… mas predador.
À espreita do menor descuido da equipa de salvamento.
Equipa que teve de se reforçar com um elemento para a segurança.
Terá sido suficiente?
(continua)
As conversas são sempre sobre o mesmo tema!
Hoje, por volta do meio dia, dizia um:
- Ontem, dei-me ao cuidado de medir a temperatura destas pedras e estava a 75 graus...
Logo ouvimos de um segundo:
-Isto é um autêntico "jardim das sombras virtuais"...
Já estavámos a chegar à Praça Mouzinho de Albuquerque, e alguém moderava:
- Vocês queixam-se... a praça tem sombra 10 horas por dia!... das 9 da noite às 7 da manhã...
Em tempos, há muitos anos, o comandante Joaquim da Silva (Chucha) dizia-me, em conversa amiga e descontraída, que nunca encontrara um fogo que não tivesse acabado. De vez em qunado. lembro-me dessa conversa e frase, que pode encerrar e ilustrar quase uma filosofia de vida.
Nestes dias de brasa, de novo ela veio à tona, acompanhando a recordação de velhos amigos, como o comandante Joaquim e o comandante José Maria Pereira (Zico), que - com os eus homens e tantos também velhos amigos - me ajudaram a ter uma grande admiração e orgulho pelos nossos bombeiros. É verdade que já não são o que foram, mas porque souberam transformar-se no que são; já não são (só) a associação voluntária, amadora, de "carolice", porque se tornaram numa instituição.
A admiração e o orgulho mantém-se, e saúdo o comandante Julito e os homens que compõem a corporação.
Os incêndios continuam a ter um fim. Mas o que importa é lutar para que não tenham começo e para que, a não se conseguir evitar que as causas que (ainda) não se controlam os desencadeiem, que não haja condições para que se propagem e provoquem dramas e tragédias entre os mais desfavorecidos, os desprotegidos, os esquecidos. Os do costume.
Mas não temos ilusões. É uma luta muito dura, porque confronta uma política há muito se concretiza, que desvaloriza a economia produtiva, os produtores, que abandona as regiões "não rentáveis", as actividades que não contribuem para a acumulação do capital financeiro.