Estive na Salgueira. A ver, a ouvir, a cheirar, a sentir o fogo. Ali, a dois passos.
O fogo e as gentes.
Uma velhota, mais resignada que desesperada, molhava e molhava e molhava a frente da casa
- da casa onde talvez tenha nascido, onde terão nascido os filhos, onde reviverá a ver os netos, de onde terá saído o enterro do homem que a deixou viúva, onde espera o tempo -,
molhava e molhava e molhava à roda da casa como quem abre trincheiras.
Sem dizer uma palavra, sem levantar os olhos para o fogo.
1 comentário:
A revolta... a revolta estava dentro dela... e, em mim...
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